«De hoje não passa»
Francisco Veludo
#ABOUT Sem hesitar duas vezes para não ver mais um azul, Francisco Veludo partilha como viu e viveu a vitória d'Os Tigres sobre o Turquel por 3-2, a primeira da equipa de Almeirim no Nacional da I Divisão.
Depois de um jogo abstracto na Póvoa, onde fomos do céu ao inferno em cinco minutos e ficámos numa posição delicada, com a lanterna vermelha nas mãos, esperava-se nova reacção do grupo. Sim, nova. Já tínhamos reagido bastante bem no último jogo e ontem exigia-se muito mais.
Jogo com um “clima” ameno na bancada, ao contrário dos jogos com Porto e Sporting. Ontem, pela classificação, pelo desinteresse ou até por à mesma hora haver “Champions League”, esteve muito menos público do que o habitual em Almeirim.
Como era de esperar, o Turquel veio a Almeirim assumir o jogo. Vinha de duas derrotas no campeonato e também eles tinham de “virar a página” e assentar jogo. E foi isso mesmo que se viu. Pegaram no jogo, mas “pegar no jogo”, por vezes, não é sinónimo de controlar o jogo e o ponto de viragem, ironicamente, deu-se por volta dos dez minutos da primeira parte, quando é marcada uma grande penalidade contra nós. Na marcação da mesma, pelo segundo jogo consecutivo, ao reagir antes da stickada sou expulso com azul. E, nesse momento, o jogo vira. O pouco público transforma-se, parecendo-se mais com o das duas anteriores “casas” que já referi. O João Patrício conseguiu transmitir tranquilidade aos três jogadores à sua frente a jogar em “under play” durante dois minutos e acabámos por marcar e passar para a frente contra a corrente do jogo.
Ao intervalo todos sentíamos - como desabafavam alguns colegas meus - “de hoje não passa”, referindo-se ao facto de, finalmente, ao fim de cinco jogos, podermos ter um ganho.
A segunda parte foi muito difícil, muito intensa e sempre com o fantasma de já na Póvoa termos deixado escapar o jogo no fim. Pelo menos eu, na baliza, pensei bastante nisso. Quando há um penalti a três minutos do fim, pensei para mim “dejá vu… vou lá para fora”, mas não. Desta vez pendeu para nós. Mais uma vez, o Filipe [Bernardino] e o Johe não facilitaram nas bolas paradas e, hoje em dia, isso significa mais de metade do resultado, ainda por cima num jogo intenso.
Fomos felizes, tivemos a sorte do jogo, tivemos um Turquel sempre a correr atrás do resultado saindo um pouco do seu modo natural de jogar, que passa por controlar o jogo. Em vez disso, tiveram de assumir um hóquei muito mais directo, e mais previsível também.
Merecemos pelo difícil calendário que tivemos até então, mas conscientes de que foram só três pontos. Importantes, é verdade, mas conscientes de que falta muito trabalho e muitos pontos.
Correspondi com facilidade ao desafio do HóqueiPT, não só por ser original mas também porque desta vez “não hesitei duas vezes”.
Francisco Veludo
Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014, 21h58