«Acreditámos»
Ricardo Silva
#ABOUT É uma das figuras em destaque no excelente início de temporada do Barcelos e, mais uma vez, foi preponderante. Desta feita na conquista de um ponto em Valongo, casa do actual campeão nacional. O empate a duas bolas chegou já no último minuto.
No início do jogo, o pavilhão estava muito bem composto. As pessoas do Valongo estavam a puxar de uma forma incrível e, nos primeiros minutos, eles estiveram muito agressivos na marcação e muito pressionantes. Tentámos controlar isso e conseguimos durante os primeiros minutos.
A entrada da Kaos – aí aos cinco ou seis minutos - foi um momento em que parecia que o pavilhão vinha abaixo. Eles começaram a cantar e os adeptos do Valongo responderam a cantar também. Estava um ambiente muito bom. Estava um ambiente à antiga. Eram cerca de 30, 40 adeptos da Kaos a fazer um barulho incrível.
Tivemos algumas oportunidades logo no início de jogo e até mandámos uma bola ao poste. Eles fazem o 1-0 numa transição em que há um bloqueio, um remate, a bola passa entre as pernas do Luís [Querido] e eu não vejo. Até ao intervalo houve oportunidades tanto para um lado como para o outro mas foi mais controlado por ambas as partes. No entanto, estava a ser um bom jogo. Eles tiveram superioridade na primeira parte, tiveram mais oportunidades, tiveram mais controlo de jogo. Na nossa opinião, porque já analisámos isso, não fizemos uma boa primeira parte mas também fomos para o intervalo um bocadinho penalizados em termos de faltas. Ao intervalo estava 7-1 ou 7-2 em faltas. Nos primeiros minutos nós já tínhamos seis faltas e eles nenhuma. Se calhar nós fizemos as faltas, mas eles também as fizeram. Só não foram marcadas. Era a sensação com que nós ficávamos.
O intervalo acabou por nos fazer bem. Sabíamos que o resultado de 1-0 não era nada e acho que entrámos muito bem. Podíamos ter empatado logo através de livre directo numa falta sobre o Joca [João Guimarães]. O Vierinha [Miguel Vieira] falhou mas eles ficaram a jogar com três. Tivemos ali bastantes oportunidades a jogar quatro-para-três, mas não conseguimos concretizar. Eles acabaram por fazer o 2-0 num penalti - que é penalti, não há dúvidas - pelo Nuno Araújo.
A partir daí o jogo ficou com eles mais a controlar, a ter mais posse de bola, e nós a pressionar mais. Temos um penalti em que o Luís faz o 2-1 e acreditámos. Eles não deixaram de ter as suas oportunidades. Têm a décima falta que é o Souto que tenta e falha. Continuámos nós sempre em cima, muito pressionantes, muito aguerridos na discussão da bola. Estávamos com uma dinâmica muito grande. Não podemos ser sempre nós a morrer na praia e o acreditar da equipa levou-nos ao empate no último minuto. Uma jogada individual fantástica do Vieirinha fantástica que, depois de entrar na área e passar por um defesa - salvo erro, o Telmo [Pinto] - faz um grande golo. A faltar 40 segundos para o fim ainda temos uma bola quase isolada do Joca em que podia ter feito 3-2. Eles também ainda têm um remate mas o Hugo Costa mete-se à frente e intercepta a bola.
Podíamos ter ganho mas temos na mesma de destacar a entrega e atitude do Barcelos porque nunca baixou os braços perante um público quase todo a puxar pelo Valongo. E os árbitros foram pouco correctos, houve dualidade de critério em termos de faltas. Mas foi mais um objectivo conseguido, porque o objectivo passava por ganhar mas também por não perder. Continuamos o nosso caminho, no objectivo de pontuar jogo a jogo.
Ricardo Silva
Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014, 23h03