Sarzana, Valdagno, Lleida e Voltregà decidem Taça WSE
Lleida volta a ser este fim-de-semana a capital do Hóquei em Patins europeu.
Depois de ter recebido a Final Four da Liga Europeia em 2017 (numa organização do Barcelona, no Pavilhão Barris Nord) e a Final Four da Taça CERS em 2018 (no Onze de Setembre), aquela localidade catalã recebe a primeira decisão da Taça CERS como Taça World Skate Europe.
Na continuidade da segunda mais importante prova europeia, o Lleida defende o título conquistado em 2018, numa final com o Óquei de Barcelos, que erguera o troféu em 2016 e 2017… sucedendo ao Sporting, que vencera em 2015.
De resto, esta será a primeira ocasião nas últimas cinco edições sem finalista português. Para “compensar”, todos os jogos serão arbitrados por portugueses. Miguel Guilherme, Ricardo Leão, José Pinto e Paulo Almeida estarão nas meias-finais, e Joaquim Pinto e Rui Torres apitarão a final.
Tradição a favor do Valdagno? Só se chegar à final…
Na luta pela conquista da Taça WSE estão duas equipas italianas e duas espanholas, estando garantida uma final hispano-italiana.
Entre equipas do país vizinho, quer Voltregà, quer Lleida, contam na sua história com duas presenças na final, e a conquista do troféu à segunda.
O Voltregà é a equipa em prova com mais história no Hóquei em Patins. Vencedor da então Taça dos Campeões Europeus por três vezes, o Voltregà chegou à final da Taça CERS em 2000, perdendo para o Paço de Arcos. André Centeno, que estará nesta Final Four pelo Valdagno, celebrou certamente a conquista do emblema da Linha de Cascais, mas, nos seus 14 anos, ainda estava nos escalões de formação.
Quem disputou essa final de 2000 foi Xavier Armengol. Hoje com 41 anos, “Petxi” é um símbolo do Voltregà. Nasceu em Les Masies de Voltregà, começou a patinar no clube aos sete anos e estreou-se nos seniores aos 16. Em 2004 rumou a um ambicioso Blanes. Ali ficaria até 2012, acabando por regressar a casa.
Lleida e Voltregà venceram a Taça CERS na sua segunda presença na final. O Valdagno chegou uma vez à final (não ganhou) e o Sarzana procura a estreia na partida decisiva.
Ainda antes de rumar a Blanes, Petxi conquistaria a Taça CERS em 2002, numa final frente ao Porto decidida nas grandes penalidades. A equipa que tinha também Sergi Panadero, glorificaria Quim Casali – que foi o único a marcar na “lotaria” – e Guillem Trabal, que defendeu todos os castigos máximos dos azuis-e-brancos portugueses.
Guillem Trabal regressou à final da CERS um ano depois, pelo Lleida. Mas entre estas equipas que estão na Final Four está escrito que não se ganha à primeira (desculpem, Sarzana…). O Lleida perderia na final com o Reus a duas mãos, deixando fugir um 3-2 favorável na primeira mão com um implacável 5-0 “reusence” na segunda. Alejandro Dominguez, agora seleccionador espanhol e treinador do Benfica, foi um dos que bateu Trabal.
O Lleida venceria o troféu em 2018, na segunda vez – tal como o Voltregà - que chegou à final. Os “lleidatans” venceram com um penalti de Jordi Creus (“Xixi”) que, no entrelaçado da história, já tinha vencido uma Taça CERS. Em 2008, pelo Tenerife, frente ao Valdagno.
Sem equipas portuguesas na Final Four, todos os seis árbitros chamados são lusos.
O Valdagno só chegou à final nesse ano de 2008 e, sendo a primeira vez, não ganhou. Nessa edição em que se estreou o modelo de Final Four, o Valdagno contava com Davide Motaran, Mattia Cocco (irmão do portista Giulio Cocco) e com Carlos Nicolía que, com 22 anos, até marcou um golo… mas insuficiente.
Se o Valdagno, que conta entre outros com os já citados Guillem Trabal e André Centeno, chegar à final, pela segunda vez na sua história, terá a seu favor dois argumentos face às outras três equipas. São daqueles argumentos que não entram em pista, mas que ajudam a esboçar um sorriso de confiança antes do apito inicial. Na sua segunda final, Voltregà e Lleida triunfaram. E desde 2012 que uma equipa italiana não ganha a CERS/WSE. No ciclo da História, aquele que por vezes se repete, completam-se agora sete anos que o Bassano triunfou… sete anos depois do Follonica.
Entre as figuras presentes, destaque para André Centeno, o catalão Guillem Trabal e o italiano Alessandro Bertolucci, bem conhecidos dos portugueses. E para o argentino Danilo Rampulla, que já estará comprometido com o Benfica.
Já o Sarzana, podendo jogar mentalmente com o ciclo de sete anos de vitórias italianas, tem pouco mais onde historicamente se agarrar. O que só motivará um grupo com jovens rebeldes, que fizeram desde Sarzana uma das agradáveis surpresas da temporada.
Desde logo, os rossoneri contam com Danilo Rampulla, contratualmente ligado ao Benfica, e cuja performance nesta Final Four será certamente escalpelizada pelos adeptos encarnados. E o treinador é Alessandro Bertolucci, que venceu a Taça CERS pelo Follonica em 2005… na primeira vez (e única) que o Follonica chegou à final.
A favor do Sarzana poderá estar também o tempo de preparação dedicado a esta Final Four. Afastada dos playoffs italianos desde 12 de Abril – caíram frente ao Forte – a equipa pôde concentrar-se, mesmo com a participação na Federation Cup, neste compromisso europeu.
Os dados estão lançados, que vença o melhor. “El millor” ou “il migliore”.
Taça WSE – Final Four
Meias-finais, 27 de Abril
• Sarzana vs Valdagno • 18h • Miguel Guilherme e Ricardo Leão
• Lleida vs Voltregà • 20h45 • José Pinto e Paulo Almeida
Final, 28 de Abril
• 19h • Joaquim Pinto e Rui Torres
(* hora local)
Sábado, 27 de Abril de 2019, 9h19