«O jogo iria ser decidido por pormenores»
Filipe Bernardino
#ABOUT A perderem por 2-0 na casa do surpreendente Barcelos, Os Tigres conseguiram dar a volta e, pese terem cedido o empate nos minutos finais, regressaram a casa com um importante ponto. Filipe Bernardino deu o mote, apontando os dois primeiros golos da equipa almeirinense.
Após a primeira vitória (com o Turquel), sem dúvida que este jogo era um grande aditivo motivacional para que houvesse uma postura que nos levasse a estar em jogo até ao momento do apito final.
Esta semana foi sendo como que um crescendo motivacional, desde o início da mesma até ao início desta partida, pelo resultado conseguido na quarta e pelo acreditar que seria possível dar continuidade a esse bom momento neste jogo.
À entrada do pavilhão comentávamos entre nós que aquele era um dos palcos em que qualquer atleta gosta de jogar, pois sem dúvida alguma que é um pavilhão que respira e vive hóquei. O que deixou logo os colegas que nunca tinham lá jogado a ficar com algum interesse no que viria aí... Até que entrámos e toda a envolvência do pavilhão e a própria história exposta nas paredes serviu para os que nunca tinham lá ido ficarem logo com uma espécie de motivação extra.
Fomos para o balneário e seguimos os nossos rituais de grupo, sempre com um espírito muito alegre, pois, por muito importante que seja o desafio, acho que a alegria deve estar sempre presente, ou não estaríamos nós a fazer o que mais gostamos nas nossas vidas.
Fizemos o nosso aquecimento normal e, no regresso ao balneário pela última vez antes do jogo, comentou-se entre alguns colegas que, com cabeça e confiança, iriamos ser bem-sucedidos. Penso que a mensagem que ficou no seio do grupo foi um pouco essa, a par de que, com tudo o resto dentro da normalidade e com a consciência da qualidade do adversário, o jogo iria ser decidido por pormenores.
O jogo iniciou-se com um ritmo um pouco baixo e, aos poucos, o Barcelos conseguiu agarrar o jogo, sempre muito fiéis ao seu sistema ofensivo de 3x1, com uma grande dinâmica de troca de bola, com todos os jogadores com consciência do que tinham que fazer dentro do rinque. Isso, agregado ao nosso início algo apático, fez com que, com alguma naturalidade, o Barcelos conseguisse chegar ao 2-0 e a que se elevasse ainda mais no jogo.
Entretanto, com o azul mostrado à nossa equipa, penso que a equipa sentiu um clique que fez com que houvesse uma reacção positiva e com que o jogo estabilizasse com a reentrada do elemento que recolocava a igualdade de jogadores.
A verdade é que no início da segunda parte houve quem comentasse que iríamos virar o jogo. E assim foi, sendo que o golo madrugador no início do segundo tempo permitiu alimentar a esperança de que isso seria possível. Com o passar do tempo, começámos a criar algumas situações de perigo e a comandar o encontro por períodos mais largos, o que não acontecera no primeiro tempo. Até que virámos o jogo a nosso favor, fruto desse maior caudal, de controlo ofensivo e do acreditar que seria possível.
Daí para a frente viu-se a nossa equipa a tentar alongar ataques - mas tentando pela certa fazer o 2-4 - e o Barcelos claramente a tentar recuperar e a exercer uma maior pressão sobre nós, tanto a nível defensivo como ofensivo, o que lhes viria a dar frutos perto do final, com o golo da igualdade. Houve ainda tempo para que tivéssemos uma ou duas oportunidades claras de golo que, com todo o mérito, o Ricardo parou, tal como o nosso guarda-redes que, a par do último encontro, teve a um nível altíssimo.
Em suma, um jogo de hóquei bem disputado na generalidade, com uma moldura humana fantástica, que é de referir. Jogos assim é que nós, jogadores, desejamos todos os sábados. A nossa atitude e crer penso terem sido justamente recompensados, deixando sem dúvida um misto de sentimentos algo antagónicos. Se por um lado um empate em Barcelos é positivo, por outro acabámos por cair no final e depois disso ainda tivemos lances para vencer. Mas penso que a justiça no resultado não gera grandes dúvidas, com uma parte menos boa da nossa parte e outra menos boa por parte do Barcelos a ditarem o equilíbrio espelhado no 3-3 final.
Gostaria de agradecer aos Ultras presentes e aproveito para deixar o apelo ao público Almeirinense para comparecerem e acreditarem em nós, que precisamos do vosso apoio. E queria agradecer a oportunidade ao HóqueiPT, dando uma palavra de força nesta iniciativa que, junto de outras, são essenciais para que o hóquei sobreviva e volte ao mediatismo que já teve e merece dentro deste país!
Filipe Bernardino
Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014, 13h47