A 'eficácia' de um 'grupo unido'
No sempre ingrato momento de se falar após uma final – seja porque se perdeu, seja porque a festa está a acontecer – subiram ao auditório do João Rocha os treinadores Guillem Cabestany e Paulo Pereira e o guarda-redes leonino Ângelo Girão.
Cabestany voltou a ficar a uma vitória de conquistar a Liga Europeia, reconhecendo mérito ao Sporting. “Fez um jogo de alta intensidade, muito bom jogo, com intensidade altíssima”, referiu, destacando a diferença de eficácia para justificar a vitória verde-e-branca.
“Não fomos eficazes em situações claras e nas bolas paradas”, frisou, sem relevar o facto de ter perdido duas vezes com os leões no espaço de uma semana. “Significa que o Sporting é uma grande equipa”, acrescentando que, entre grandes equipas, é complicado ganhar fora de casa.
“Sempre ajuda mais que prejudica”, afirmou sobre o factor-casa. “Dificulta a tarefa dos árbitros na hora de tomar decisões”, acrescentou, recordando que nem sempre tal é garante. “Quando tivemos a oportunidade o ano passado, não aproveitámos”, lamentou…
Ainda assim, apesar da derrota na final, o técnico catalão considera esta época positiva. “Temos de estar orgulhosos deste fim-de-semana, da época e do percurso na ‘champions’”, declarou, lembrando que os dragões estão na disputa de um título. “Mais complicado do que a Champions”, considerou, pelo número de jogos que têm de se disputar. “Temos 15 dias de trabalho para ganhar o Campeonato”, apontou.
Com um estado de espírito naturalmente diferente, Paulo Freitas assinalou o percurso do Sporting na prova. “Nove vitórias e um empate”, frisou, garantindo que a “fome” de vitórias é cada vez maior. “Queremos continuar a ganhar. Isto dá-nos mais responsabilidade e a vontade de ganhar é muita”, disse o técnico leonino, que não se coibiu de elogiar o guarda-redes Ângelo Girão, que se sentou a seu lado na conferência de imprensa. “É o melhor guarda-redes do Mundo”, afirmou peremptoriamente.
Girão recusou o epíteto. “Não me interessa ser o melhor do Mundo. Não acho que sou o melhor do Mundo. Mas sei que estou, se calhar, no melhor grupo de trabalho do Mundo. E ser guarda-redes do Sporting nesta altura, é fácil”, defendeu.
“Vi muitos jogadores a chorar”, afirmou Girão, também emocionado com o ambiente que se viveu no João Rocha. “Estou eternamente agradecido ao Sporting e aos sportinguistas por me terem dado a oportunidade de jogar num pavilhão assim”, reconheceu, num título significativo para o grupo de trabalho.
“Merecia um título este ano. Era inglório se o Sporting terminasse o ano sem títulos”, desabafou. Ainda que em jogo continuem Campeonato e Taça de Portugal, ambos ao alcance dos leões, mas dependendo de uma “escorregadela” do Porto para a conquista do Campeonato.
Sobre a ausência de João Pinto, o guarda-redes internacional português sublinhou que continua a ser sub-capitão. E que o grupo se sobrepõe a todas as questões. “Somos um grupo unido que passou por algumas dificuldades este ano. Não interessa quem levanta a taça”, afirmou, vendo as suas palavras reforçadas por Paulo Freitas. “Aqui não há ‘eu’, aqui há ‘nós’”, complementou.
Segunda-feira, 13 de Maio de 2019, 23h13