Paço de Arcos volta a vencer Sporting, que fica longe do título

Paço de Arcos volta a vencer Sporting, que fica longe do título

Praticamente a fechar a primeira volta, à 12ª jornada, o Paço de Arcos fez o que muitos tinham como impensável. E o que ninguém tinha conseguido (ou conseguiu até hoje): vencer no João Rocha nos 50 minutos regulamentares.

Uma volta volvida, na penúltima jornada do Campeonato, o Sporting visitou Paço de Arcos já com os galões de campeão europeu. Mas pouco mais, culminando numa derrota por 6-5.

Com quatro golos na primeira volta e outros quatro agora, Tomás Moreira assumiu-se como o “carrasco” da tentativa de revalidação leonina do título
Com quatro golos na primeira volta e outros quatro agora, Tomás Moreira assumiu-se como o “carrasco” da tentativa de revalidação leonina do título

O Paço de Arcos voltou a apresentar-se desfalcado de Diogo Silva, Filipe Fernandes e Nelson Ribeiro como naquele jogo de há quatro meses, e Tomás Moreira – que marcara quatro na primeira volta – voltou a assumir o papel de protagonista maior, com o segredo que parece ter para desfeitear Ângelo Girão.

Logo aos três minutos, Tomás inaugurou o marcador de grande penalidade e obrigou o Sporting a pressionar desde cedo. O empate chegou, em bom lance de Font, três minutos depois, e os leões continuavam a carregar em busca da reviravolta. Mas, entre o bloco bem compacto típico de Luís Duarte – alicerçado numa superlativa exibição de Tiago Gouveia e Pedro Vaz -, um Diogo Rodrigues (“Matraco”) a confirmar uma grande temporada e os ferros da sua baliza, o golo não surgia.

Ferran Font restabeleceu a igualdade a um… a última que o Sporting conseguiria
Ferran Font restabeleceu a igualdade a um… a última que o Sporting conseguiria

Quando se esperava que um dos valorosos jogadores às ordens de Paulo Freitas – sem contar com Caio e Matías Platero, condicionados fisicamente - pudesse resolver, foi a eficácia de Tomás Moreira que desequilibrou.

O jogador que esteve nos Sub-20 do Sporting dispôs de um livre directo – por azul a Romero – aos 11 minutos e, como quem marca um penalti, fez o 2-1. E, no festival de oportunidades desperdiçadas pelos leões, faria o 3-1, este de bola corrida, a seis minutos do intervalo.

Tiago Gouveia assinou o quarto, mas uma “confortável” vantagem de três golos
Tiago Gouveia assinou o quarto, mas uma “confortável” vantagem de três golos

O Sporting acusava o quarto jogo em oito dias, com os descansos marcados pelos festejos da Liga Europeia e inúmeras acções e entrevistas. Faz parte, mas, em desvantagem no marcador, faz mossa.

A cinco minutos do intervalo, Henrique Magalhães viu azul e, apesar de Tomás Moreira desperdiçar o livre directo, o Paço de Arcos trabalharia com mestria a superioridade numérica e o capitão Tiago Gouveia fez o 4-1.

Tudo corria de feição à equipa da casa. E deslumbrou-se, levando Matraco ao desespero.

Diogo Rodrigues (“Matraco”) protagonizou uma exibição segura – mais uma nesta temporada
Diogo Rodrigues (“Matraco”) protagonizou uma exibição segura – mais uma nesta temporada

Com três golos de vantagem e cerca de três minutos para jogar, os jogadores do Paço de Arcos abdicaram da contenção e procuravam irreverentemente atacar rápido, criando desequilíbrios na retaguarda, abrindo espaços que o guarda-redes tentava “tapar”. E, praticamente sobre o apito para o intervalo, Gonzalo Romero rematou forte para o 4-2 com que se iniciaria a segunda parte.

Pagando a ousadia dos minutos finais da primeira parte, o Paço de Arcos viu o Sporting regressar determinado na etapa complementar, com Marin a reduzir cedo para a diferença mínima, num disparo fortíssimo de meia distância.

Mas, definitivamente, não era a noite do campeão europeu.

Em particular ao longo da segunda parte, Girão manteve o Sporting no jogo, mas – na frente – os golos tardavam
Em particular ao longo da segunda parte, Girão manteve o Sporting no jogo, mas – na frente – os golos tardavam

Sem conseguir chegar à igualdade, o Sporting veria novamente Tomás Moreira a ser eficaz, numa grande penalidade aos seis minutos e meio, repondo uma vantagem de três golos. E, menos de um minuto volvido, teve nova oportunidade por novo azul a Henrique Magalhães, de livre directo. No entanto, o remate – forte e directo – saiu ao lado.

Girão segurou a equipa no “powerplay” adversário, ganhando vários duelos a quem surgia solto – em particular Tiago Gouveia e Pedro Vaz –, e continuou a manter os leões na disputa do resultado quando os erros se sucediam no ataque e davam azo a contragolpes perigosos. No entanto, tantas vezes o cântaro foi à fonte, que havia de lá ficar… no fundo das redes. Aos 15 minutos, Paulo Jesus assinava o 6-3.

Paulo Jesus assinou o 6-3
Paulo Jesus assinou o 6-3

Já há vários minutos que o Sporting ordenado, regrado e inteligente que Paulo Freitas preconiza (e que põe em prática) era uma miragem. E o discernimento era cada vez menor.

Pouco depois do sexto tento dos anfitriões, Pedro Gil viu o azul numa “entrada” imprudente. Apesar de ter o “malabarista” Bruno Frade (ainda Sub-20…) em pista, Luís Duarte voltou a chamar Tomás Moreira para o livre directo. Mas a fórmula que dera frutos antes, voltou a não funcionar. O que fazia os jogadores do Sporting acreditarem na reviravolta, fundamental para manter viva a esperança na revalidação do título.

Tomás Teixeira, apesar do golo sofrido, foi herói nos dois minutos que esteve em pista, saindo merecidamente ovacionado
Tomás Teixeira, apesar do golo sofrido, foi herói nos dois minutos que esteve em pista, saindo merecidamente ovacionado

A sete minutos do final, Matraco viu o azul, entrando o Sub-20 Tomás Teixeira para defender um livre directo de Ferran Font. Toni Perez, num grande lance de envolvimento na superioridade numérica, desfeitaria o jovem guarda-redes do Paço de Arcos… mas mais ninguém lhe seguiu o exemplo.

Sempre muito activo na baliza, Tomás Teixeira sairia, apesar do golo sofrido, com a missão cumprida e sob um forte – e merecido – aplauso. De regresso, Matraco ainda veria o Sporting reduzir para a diferença mínima, num remate de Marin desviado por Vítor Hugo, mas, com menos de meio minuto para jogar, os leões não conseguiriam evitar a derrota.

Toni Perez reduziu para 6-4, mas, só com mais um golo apontado (por Vítor Hugo), seria insuficiente para os leões evitarem a derrota
Toni Perez reduziu para 6-4, mas, só com mais um golo apontado (por Vítor Hugo), seria insuficiente para os leões evitarem a derrota

Ainda antes do início da partida, o Paço de Arcos assegurara a manutenção matemática com a derrota do Oeiras na recepção ao Braga. E, com os três pontos conquistados, a equipa de Luís Duarte ascende ao sexto lugar.

Na derradeira jornada, o Paço de Arcos joga na Luz e, ainda que possa descer na classificação – salvaguardando que já venceu no João Rocha… -, nada tirará o mérito a uma temporada em que, mesmo não considerando as lesões que viriam a marcá-la, poucos ousariam apontar a melhor.

Ao Sporting, que na derradeira jornada recebe o Óquei de Barcelos, restam poucas esperanças no título, tendo de esperar deslizes de Oliveirense – a quem só falta receber o Oeiras – e Porto… a quem ainda faltam três jogos.

I Divisão

25ª Jornada

• Juventude de Viana 3-8 Benfica

• Riba d’Ave 0-2 Braga

• Oeiras 5-8 Tomar

• Paço de Arcos 6-5 Sporting

• Turquel 2-4 Oliveirense

• Óquei de Barcelos 9-4 Marinhense

• Valongo vs Porto • 19.Mai, 16h • José Pinto e Rui Torres

Classificação

1º Oliveirense (61/25), 2º Porto (58 pontos / 23 jogos), 3º Sporting (58/25), 4º Benfica (50/24), 5º Óquei de Barcelos (42/25), 6º Paço de Arcos (31/25), 7º Braga (30/25), 8º Juventude de Viana (29/25), 9º Riba d’Ave (26/24), 10º Turquel (26/25), 11º Valongo (25/24), 12º Tomar (21/25), 13º Oeiras (20/24), 14º Marinhense (10/25)

AMGRoller Compozito

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