A União fez a força

A União fez a força

Fazendo jus ao seu lema, a Oliveirense foi um bloco sólido na conquista da quarta Taça de Portugal da sua história, com uma vitória por 2-5 sobre o Benfica.

Em Oliveira de Azeméis, Benfica e Oliveirense lutaram pelo último título da temporada, o único a que podiam aspirar depois de terem visto o Porto a conquistar a Supertaça e o Campeonato e o Sporting a triunfar na Liga Europeia.

Marc Torra inaugurou o marcador e bisaria, terminando como a figura do jogo
Marc Torra inaugurou o marcador e bisaria, terminando como a figura do jogo

A jogar na sua pista, a Oliveirense entrou mais determinada. Rápida, dinâmica, incisiva e determinada. Aos sete minutos, a atitude da equipa de Renato Garrido dava frutos, com Marc Torra a transformar em golo uma grande penalidade.

Nicolía responderia de pronto com um remate ao ferro da baliza à guarda de Xevi Puigbi, mas seria a Oliveirense a continuar por cima, muito pela acção de Marc Torra. Aos 14 minutos, o catalão que repousou umas semanas por precaução por um problema cardíaco, conduziu um contra-ataque e serviu Jorge Silva para um remate pronto sobre a direita a elevar para 0-2.

Jorge Silva apontou o segundo golo e revalidaria o troféu conquistado nas últimas três temporadas, ao serviço do Porto
Jorge Silva apontou o segundo golo e revalidaria o troféu conquistado nas últimas três temporadas, ao serviço do Porto

A resposta do Benfica terminaria mesmo no fundo das redes de Puigbi, mas o golo de Lucas Ordoñez seria anulado, e o Benfica era obrigado a correr – tal como na véspera, frente ao Sporting – atrás de uma diferença de dois golos.

A Oliveirense procuraria então gerir a vantagem. Recuou o seu bloco e, quando na posse de bola, jogava com um quadrado bem aberto, em trocas de bola a consumir o tempo de jogo que, para a equipa de Alejandro Dominguez, era tão precioso.

Ordoñez celebrou, mas o golo não contou
Ordoñez celebrou, mas o golo não contou

A quatro minutos do intervalo, os encarnados (que jogaram de preto e branco) conseguiriam enfim reduzir, num lance de ataque bem gizado a deixar Carlos Nicolía solto – e esquecido pela defensiva Oliveirense - ao segundo poste para uma finalização fácil.

Os encarnados procuraram, mais uma vez como na véspera, capitalizar o momento, “carregando” no ataque, mas Xavi Barroso “fugiu” e bateu Pedro Henriques, repondo a vantagem de dois golos, no 1-3 com que se chegaria ao intervalo.

Golo de Xavi Barroso valia vantagem de dois golos ao intervalo
Golo de Xavi Barroso valia vantagem de dois golos ao intervalo

Inevitavelmente, o regresso dos balneários trouxe um Benfica de predisposição atacante e uma Oliveirense mais expectante. Mas, aos cinco minutos, seria a defensiva encarnada a ficar expectante, a dar tempo a Marc Torra para armar um remate forte e colocado para o 1-4.

A missão dos pupilos de Alejandro Dominguez, seleccionador espanhol que na guerra de bancos defrontava o seu homólogo português, tornava-se mais complicada.

Torra remata para o 1-4 que condicionou toda a segunda parte
Torra remata para o 1-4 que condicionou toda a segunda parte

A Oliveirense apostava claramente em cerrar fileiras à frente de Puigbi, que ia parando tudo o que, pontualmente, passava a muralha de caneleiras que se erguia a parar os remates dos encarnados. Sem conseguir desequilibrar a defensiva oliveirense, o Benfica poderia ter tido a missão ainda mais agravada quando chegou à 10ª falta, a meio desta segunda parte. Mas Marc Torra não conseguiu bater o seu ex-companheiro – de Benfica e Reus – Pedro Henriques.

No balanceamento ofensivo do Benfica, valeu Pedro Henriques a impedir o avolumar da vantagem oliveirense – defenderia dois livres directos
No balanceamento ofensivo do Benfica, valeu Pedro Henriques a impedir o avolumar da vantagem oliveirense – defenderia dois livres directos

O Benfica insistia. E, com o passar dos minutos, desesperava. Reclamando inúmeras vezes de faltas não assinaladas, era notório que o discernimento se esvaía como o tempo…

A três minutos do final, Nicolía viu o azul. Xavi Barroso não marcou de livre directo, mas a missão da Oliveirense de segurar o resultado não era beliscada. Em inferioridade numérica, o Benfica perdia argumentos. E o tempo ia passando…

Oliveirense cerrou fileira à frente de Puigbi
Oliveirense cerrou fileira à frente de Puigbi

Já no derradeiro minuto, caiu a 10ª falta da Oliveirense. Lucas Ordoñez não conseguiu bater Puigbi, mas logo de seguida foi assinalada grande penalidade, numa decisão que fez “explodir” Renato Garrido – com a protecção do banco a pagar a ira do técnico -, muito crítico de arbitragens anteriores frente às águias.

Mas, com 40 segundos para jogar, o descontentamento de Garrido – e eventual receio de uma reviravolta – era difícil de justificar. O Benfica até logrou reduzir, com Nicolía a ser eficaz da marca de castigo máximo, mas a vitória já não escaparia.

Nicolía – autor dos dois golos do Benfica – não escondeu o seu descontentamento com o não assinalar de faltas a favor da sua equipa
Nicolía – autor dos dois golos do Benfica – não escondeu o seu descontentamento com o não assinalar de faltas a favor da sua equipa

Na derradeira pressão encarnada, Nicolía veria o segundo azul da partida e, de livre directo, Jordi Bargalló fazia o 2-5 que definitivamente marcava o início de uma celebração que já se fazia sentir no Salvador Machado.

A Oliveirense junta assim mais uma conquista às de 1997, 2011 e 2012. Nas duas últimas, já estivera Domingos Pinho que, em jeito de despedida, recebeu e ergueu o troféu nesta edição.

Domingos Pinho despediu-se com a conquista de mais uma Taça de Portugal
Domingos Pinho despediu-se com a conquista de mais uma Taça de Portugal

De saída da equipa de Oliveira de Azeméis estão, para além de Domingos Pinho, também Pedro Moreira, Emanuel Garcia e Pablo Cancela, sendo cogitados os nomes de Nelson Filipe (Porto), João Almeida (Óquei de Barcelos) e Henrique Magalhães e Vítor Hugo (ambos do Sporting) para os seus lugares.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia