«Acho que já posso morrer feliz»

«Acho que já posso morrer feliz»

Num domingo que ficará para a História, coube a João Rodrigues levantar o troféu mais desejado no final de uma partida complicada.

“Foi um jogo que mostra o carácter desta equipa. Sofremos muito, estávamos muito desgastados fisicamente depois das duas batalhas que tivemos nos quartos-de-final e na meia-final”, descreveu. “Senti que hoje, fisicamente, não estávamos no melhor, mas houve uma superação incrível de todos os jogadores”, elogiou.

Capitão da Selecção Nacional desde 2016, tendo levantado o título de Campeão da Europa nesse mesmo ano, João Rodrigues não conseguiria erguer nem o Mundial de 2017, nem o Europeu de 2018. A conquista de agora é épica. “O segredo deste ano foi uma união brutal, um espírito de sacrifício inacreditável. Este grupo fica na História com todo o mérito”, apontou, justificando. “Somos campeões do Mundo talvez com o percurso mais inacreditável da História do Hóquei em Patins. Eliminámos a Itália nos quartos-de-final, Espanha nas meias-finais, Argentina... Todos os jogos de forma épica, sofrida, no Palau Blaugrana, que é o palco mais emblemático do Hóquei em Patins", detalhou.

“Eu cumpri um sonho de menino. Acho que já posso morrer feliz”, afirmou João Rodrigues, que jogou toda a temporada com o Palau Blaugrana como sua “casa”.

Mas esta final foi especial. “Houve jogos do Barcelona em que houve muita gente, mas hoje o ambiente foi inacreditável. Cada vez que entrar neste pavilhão, vou-me arrepiar só de pensar naquilo que vivemos hoje com os portugueses. Ouvir cantar o hino, desta maneira, com esta emoção, é tudo o que eu sempre sonhei”, reforçou.

No calor do momento, o capitão não quis deixar de agradecer o apoio desde a bancada e em todo o percurso que culminou no título mundial, com dedicatória particular a quem o acompanhou de mais perto. “Só quero agradecer... aos portugueses que estiveram aqui, aos que não puderam vir, mas acima de tudo quero dedicar este título à minha família”, apontou. “Eles sabem que era o título que eu mais ambicionava desde sempre, desde que nasci. Ou desde que comecei a pensar em hóquei. Que é basicamente desde que nasci…”, gracejou. “É o título mais importante. Quero dedicá-lo ao meu pai, à minha mãe, à minha irmã, às minhas sobrinhas... mas sobretudo à minha mulher e ao meu filho, que não puderam estar... mas é para eles”, dedicou no fecho de uma temporada extraordinária.

João Rodrigues transferiu-se para o Barcelona no último defeso e 2019 está a correr… sobre rodas. Em Fevereiro venceu a Taça do Rei e foi MVP da prova; em Março, no foro pessoal, foi pai; em Abril ergueu a Taça das Nações; em Junho terminou a OK Liga sem derrotas; e agora, em Julho, sagrou-se campeão do Mundo.

AMGRoller Compozito

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