«La crème de la crème» francesa, do Mundial para o Dragão
Voltou a ser um dos destaques da selecção francesa e já poucos questionarão que seja o melhor jogador gaulês de todos os tempos. Segue-se na sua carreira o desafio da afirmação no mais alto patamar do Hóquei em Patins, com a camisola do campeão português Porto, no Melhor Campeonato do Mundo.
O golo - solitário – de Carlo Di Benedetto na estreia nos World Roller Games frente à Espanha não foi suficiente para evitar a derrota, mas ficavam boas indicações. Da França e, principalmente, do seu capitão, Carlo.
Seguiu-se um empate com Angola, a três, com mais dois golos do mais velho do tridente Di Benedetto às ordens de Savreux, e, no grupo que muitos apelidaram de “da morte”, o segundo lugar ficava “apenas” à distância de uma vitória. Sobre a Itália.
Os transalpinos, depois de uma vitória sobre Angola e de terem assustado a Espanha, eram favoritos, mas não conseguiram contrariar a eficácia de Carlo. O capitão gaulês assinou os quatro golos da vitória sobre a Itália (2-4) e permitiu à França terminar em segundo no grupo A, à frente dos transalpinos, garantindo o emparelhamento com o Chile e não com Portugal.
O jogo dos “quartos” acabou por não ser tão simples como se imaginaria, mas, com mais três golos de Carlo no 4-5 final, a França dava mais um passo histórico ao lograr um inédito apuramento para as meias-finais.
Na antecâmara da partida mais desejada, a França segurou o nulo até ao intervalo, mas sucumbiria frente à Argentina, por 3-0, deixando, no entanto, boa imagem. Carlo Di Benedetto falou no final dessa partida. Sobre o jogo, o potencial gaulês e a sua ida para o Porto.
Na atribuição do terceiro e quarto lugar, já com os gauleses esgotados, a Espanha foi claramente mais forte. Mas o quarto lugar de “les bleus” não deixa de ser histórico.
Por Toutatis, este Carlo vale golos!
Carlo terminaria o Campeonato do Mundo com 10 golos, apenas superados pelos 12 do chileno (do Marinhense) Nico Carmona, vincando a sua veia goleadora aos adeptos do Porto.
Filho de pai italiano e mãe galega, Carlo Di Benedetto está há muito nos grandes palcos das competições de selecções, mas completou apenas 23 anos no passado dia 31 de Maio.
Em 2016, deixou o La Vendéenne e o Hóquei francês para o Liceo, ainda de Carlos Gil. Na sua primeira temporada, com 20 anos, assinaria a interessante marca de 18 golos na competitiva OK Liga. Na sua segunda temporada, já às ordens de Juan Copa, marcou 28. Não sendo um registo estratosférico, importa relevar que, aos 21 anos, terminava como o melhor marcador do Liceo e como o terceiro melhor marcador da OK Liga…
Na temporada que agora terminou, Carlo foi ainda mais eficaz. Voltando a ser o melhor marcador do bastião galego na OK Liga – um pouco à imagem da aldeia gaulesa de Astérix no meio do império romano -, Carlo apontou 41 golos, sendo apenas superado por Pablo Alvarez, que terminaria com 48.
Agora é chamado para o Melhor Campeonato do Mundo, onde sabe que o espera um Porto de exigência máxima.
As saídas dos dragões foram importantes, mas, com as entradas, o Porto será a única equipa que contou com jogadores nas quatro selecções semifinalistas em Barcelona – Espanha (Xavi Malian), Argentina (Nalo Garcia), França (Carlo Di Benedetto) e Portugal (Rafa e Gonçalo) – o que é um inequívoco atestado de qualidade.
Carlo já vivenciou o ambiente que o espera no Dragão Caixa. E bem de perto, assistindo em 2017 à Final Four da Liga Europeia, entre os Super Dragões, o que desde logo levantou rumores de uma possível ida para o Porto. Mas, confessa o jogador, “eramos três e só tínhamos dois bilhetes… foi para onde consegui”, graceja.
Agora, o Dragão Caixa será a sua casa.
Sábado, 27 de Julho de 2019, 10h47