Contra comunicados... um comunicado
Na edição do passado sábado do Record, abordava-se o momento da arbitragem. Contactados por aquele jornal diário, Vítor Ferreira, vice-presidente para o Hóquei em Patins da Federação de Patinagem de Portugal, e Ludovino Ferreira, presidente do Conselho de Arbitragem, não se alongaram em comentários.
Ludovino Ferreira, apesar da autonomia do órgão que dirige, remeteu qualquer comentário para Luís Sénica, presidente da Direcção da FPP. Vítor Ferreira referiu que o assunto seria “tema de análise” na reunião de Direcção desta terça-feira. E da reunião de Direcção, em resposta a declarações e comunicados, saiu… um comunicado.
Desde o início da temporada, Porto, Oliveirense, Óquei de Barcelos, Sporting e Benfica já foram abertamente críticos quanto à Arbitragem.
Devolvendo a “bola” a Ludovino Ferreira ao referir que o Conselho de Arbitragem é “um órgão colegial dotado de autonomia técnica e funcional, para coordenar e administrar a actividade da arbitragem”, a FPP adoptou no comunicado transcrito abaixo uma posição crítica para com os críticos da arbitragem, apontando que “é inqualificável que os que se assumem como promotores de uma das mais belas e tradicionais disciplinas desportivas de Portugal, tenham comportamentos inconcebíveis e inaceitáveis, de uma violência verbal extrema sobre a arbitragem e os árbitros”, pode ler-se em comunicado de imprensa.
No sentido da resolução da problemática identificada, praticamente de forma unânime, pelos clubes – com, por exemplo, os rivais Guillem Cabestany (Porto) e Alejandro Dominguez (Benfica) a convergirem para ideias comuns –, a FPP recomenda com urgência “um olhar para dentro de todos os players e agentes do hóquei em patins”. Sem mais.
O Melhor Campeonato do Mundo continua no próximo fim-de-semana com a realização da oitava jornada.
Comunicado de Imprensa
Ainda que o Conselho de Arbitragem seja um órgão colegial dotado de autonomia técnica e funcional, para coordenar e administrar a atividade da arbitragem, a Federação de Patinagem de Portugal não ignora o momento da época desportiva em que vivemos, onde uma generalizada violência verbal se agudiza, semana após semana, e que teve o seu “momento de gatilho” ainda antes do Campeonato Nacional da 1ª Divisão começar.
É inqualificável que os que se assumem como promotores de uma das mais belas e tradicionais disciplinas desportivas de Portugal, tenham comportamentos inconcebíveis e inaceitáveis, de uma violência verbal extrema sobre a arbitragem e os árbitros, que afetam não só o normal desenrolar da competição, como desenvolvem um potencial de descredibilização do Hóquei em Patins junto da opinião pública.
Continuando a percorrer este caminho da destruição, em breve teremos o melhor “Campeonato do Mundo” diminuído e fragilizado. As críticas são um fenómeno pedagógico quando construtivas e não destrutivas, como vem sendo prática comum.
É, por isso, e antes mesmo da permanente “diabolização” dos árbitros após cada derrota, urgente um olhar para dentro de todos os players e agentes do hóquei em patins.
Pel’a Direcção da Federação de Patinagem de Portugal
Terça-feira, 26 de Novembro de 2019, 21h37