Uma gala como só um dérbi pode ser
O Benfica venceu o Sporting por 6-3 e, em virtude do empate na véspera do Óquei de Barcelos, isolou-se na liderança do Campeonato Nacional.
Foi um excelente dérbi de Hóquei em Patins, uma verdadeira gala da modalidade – numa bitola impossível de igualar pela Federação de Patinagem de Portugal na gala que promove no próximo domingo – a merecer mais público do que o que esteve presente no Pavilhão Fidelidade. O Benfica justificou o seu triunfo na segunda parte depois do Sporting ter criado mais perigo na primeira. A exibição de Pedro Henriques desequilibraria a contenda.
Sem João Souto ou Raul Marin e Albert Casanovas (“apenas” campeões do Mundo de 2017 e da Europa de 2018) por opção dos treinadores, o “Dérbi Eterno” começou praticamente com os encarnados na frente, com Ferran Font a trair Ângelo Girão depois de lance de Nicolía. Mas, logo aos três minutos, Gonzalo Romero encostou para a igualdade, dando o melhor seguimento a um passe de Pedro Gil.
O golo dos leões expunha algum “desleixo” do bloco defensivo encarnado, que poderia ter custado o jogo ainda na primeira parte. Foram várias as situações em que Pedro Henriques viu adversários surgirem isolados, mas o guardião das águias manteve o Benfica no jogo, defendendo inclusivamente grandes penalidades de Toni Perez e Ferran Font. Com um bloco mais baixo, o Sporting de Paulo Freitas não permitia tantas veleidades aos atacantes encarnados, mas Ângelo Girão também foi chamado a brilhar e a defender uma grande penalidade, de Nicolia, já no último minuto antes do descanso.
A primeira parte ficaria marcada pela lesão de Diogo Rafael, de que ainda se desconhece gravidade. O internacional português saiu aos 14 minutos, directo para os balneários e só voltaria ao banco depois do intervalo, mas não voltaria a entrar em pista.
Na segunda parte, a autêntica gala de Hóquei em Patins que teve lugar na Luz, com muitas figuras da modalidade presentes, teve mais croquetes. Que é como quem diz golos.
Logo nos primeiros cinco minutos, tal como na primeira parte, as duas equipas voltaram a marcar. Jordi Adroher adiantou as águias – num lance contestado, em que fica a dúvida se a bola entra mesmo - e Toni Perez restabeleceu novamente a igualdade. Pelo meio, Pedro Henriques defendia uma grande penalidade pela terceira vez na tarde, desta feita ao aniversariante Caio, que completou 38 anos.
Depois do 2-2 no marcador, esta gala teve mais brilho no que a intensidade diz respeito, com os jogadores a deixarem de parte os fatos de aba de grilo, os “papillons” e as cerimónias da primeira parte e caírem mesmo em algumas picardias indesejáveis, mas típicas de um dérbi que reina sobre os outros dérbis.
Aos sete minutos, com atípicas facilidades concedidas pela defensiva leonina, Lucas Ordoñez subiu ao palco e com uma picadinha de excelente efeito fez o golo da tarde e que desequilibrou definitivamente a contenda, com o Benfica a não mais largar a vantagem. Até porque, um minuto volvido, na quinta grande penalidade da tarde (segunda para os encarnados), o improvável Valter Neves foi eficaz e fez o 4-2.
O Sporting de Paulo Freitas tinha ganho na Luz nas duas últimas temporadas (4-7 e 1-4), mas, com o Benfica a gerir o jogo e os seus tempos de ataque, não encontrava soluções para criar o perigo que criara na primeira parte. E a eficácia (e falta dela) nas bolas paradas deixariam os três pontos na Luz.
Nas décimas faltas, Adroher bateu Girão (para o 5-2) e Pedro Henriques voltou a ganhar um duelo a Font. E o guarda-redes das águias, herói maior da partida, ainda defenderia nova grande penalidade, a Romero, já nos instantes finais de jogo.
Antes, o Sporting até reduziu, por Pedro Gil, a três minutos e meio do fim, alimentando alguma esperança. Os leões pressionaram, mas Alessandro Verona veria um azul que levaria Lucas Ordoñez para a marca de livre directo. E, em mais um belo gesto técnico, finalizou só com uma mão para o 6-3 que seria final.
Com as mexidas no topo da classificação, a próxima jornada – que fecha a primeira volta – gera já grande expectativa, com embates entre Óquei de Barcelos e Benfica e entre Oliveirense e Porto. Mas, com pausa para a Taça de Portugal e compromissos nas competições europeias, estas duas importantes partidas só se jogam a 22 de Janeiro.
Entretanto, esta quarta-feira, Braga e Paço de Arcos acertam calendário.
I Divisão - 12ª jornada
Resultados
• Braga 4-4 Óquei de Barcelos
• Valongo 5-2 Sanjoanense
• Riba d'Ave 4-4 Oliveirense
• Turquel 5-1 Paço de Arcos
• Juventude de Viana 9-1 Física
• Porto 10-2 Os Tigres
• Benfica 6-3 Sporting
Classificação
1º Benfica (31 pontos), 2º Óquei de Barcelos (29), 3ºs Sporting, Oliveirense e Porto (28), 6ºs Turquel e Riba d’Ave (14), 8ºs Braga*, Sanjoanense e Valongo (13), 11ºs Juventude de Viana, Paço de Arcos* e Os Tigres (9) e 14º Física (1)
* com menos um jogo
I Divisão - 13ª jornada
Sábado, 18 de Janeiro
• Fisica vs. Valongo • 18h30
• Paço de Arcos vs. Riba d'Ave • 20h
Quarta-feira, 22 de Janeiro
• Sporting vs. Turquel • 20h
• Os Tigres vs. Juventude de Viana • 21h
• Sanjoanense vs. Braga • 21h
• Oliveirense vs. Porto • 21h
• Óquei de Barcelos vs. Benfica • 21h30
Terça-feira, 7 de Janeiro de 2020, 7h02