Pragmatismo para uma 'vitória justa'
No rescaldo do dérbi leonino desta terça-feira, Paulo Freitas e Nuno Lopes concordaram na justiça do triunfo do Sporting sobre o Tomar. Uma vitória “com cinismo” num jogo com “público”. #Reacções #PrimeiraDivisão
Era um dos jogos mais aguardados da 12ª jornada, penúltima da primeira volta, com o líder Sporting a ter a sua invencibilidade à prova perante um Tomar que ainda não perdera em sua casa.
A “casa-mãe” venceria a sua filial nº1 por 1-4. “Uma vitória justa da melhor equipa em pista”, resumiu Paulo Freitas. “Sabíamos o que tínhamos de fazer e que não tínhamos de ter um grande caudal ofensivo para vencer”, explicou, enaltecendo a resposta positiva dos seus jogadores à crítica que lhes fizera após o embate com o Riba d’Ave, poucos dias antes.
O triunfo garantiu o primeiro lugar antes da Taça 1947 e o respectivo estatuto de “cabeça-de-série”. Mas para Paulo Freitas, a nova prova não é um objectivo prioritário.
Ainda em relação à partida na cidade dos Templários, o treinador do Sporting não deixou de comentar a presença de público no Pavilhão Municipal Cidade de Tomar. “É evidente que foi pouca gente, mas hoje [terça-feira] esteve aqui público”, observou, dedicando a vitória aos “seus” sportinguistas, porque os sportinguistas do Tomar puderam assistir ao jogo…
A observação de Paulo Freitas sobre o público presente em Tomar tem justificação no anormal número de pessoas presentes na bancada. Uma resposta – com todas as presenças legalmente justificadas – à “presença de público” em Viana na ronda anterior, com Nuno Lopes a ironizar no fim da partida sobre o regresso dos adeptos aos pavilhões.
Para o técnico nabantino, a situação esteve longe de ser semelhante á vivida no Municipal José Natário, sem manifestações de apoio ou pressões sobre os árbitros. A diferença neste jogo com Sporting esteve, para Nuno Lopes, no cinismo.
“Tínhamos de ser cínicos, não fomos cínicos como o Sporting foi”, explicou. “Tínhamos de fazer algo que não era bom para o espectáculo. Não tínhamos de dar bolas ao Sporting para fazer golos de contra-ataque”, reflectiu, confessando que era preciso jogar “feio”. “Tinha de ser um dia em que o Hóquei não ficava a ganhar, mas era jogo para ficar 1-0”, detalhou.
No entanto, Nuno Lopes, que orientou o Sporting entre 2014 e 2016, não criticou o modelo do adversário. “O Sporting joga para pontos, joga para ser campeão”, ressalvou, confessando ainda que as entradas de Hernâni Diniz e Lucas Honório não agitaram o jogo como desejava.
Depois das críticas à arbitragem em Viana do Castelo, que motivou mesmo um comunicado do presidente Ivo Querido Santos, o Tomar regressa este fim-de-semana ao Minho. “Há muita coisa que muda de Coimbra para cima”, alertou Nuno Lopes, prevendo dificuldades acrescidas. “Vai ser um campeonato contra tudo e contra todos”, apontou.
Quinta-feira, 3 de Dezembro de 2020, 22h25