«Bicampeões!»

«Bicampeões!»

O triunfo no Luso faz do Sporting a primeira equipa portuguesa a conquistar por três vezes a Liga Europeia e a defender com sucesso um título. Sete jogadores estiveram nas duas conquistas. #LigaEuropeia

O título de 1977 foi histórico. Depois de 11 títulos catalães (seis do Reus, três do Voltregà e dois do Barcelona), uma "equipa maravilha" de verde-e-branco trazia o troféu da mais importante competição europeia de clubes para Portugal.

O título de 2019 foi histórico. Mais de quatro décadas depois do primeiro título, com muitas convulsões internas, fins e recomeços, o Sporting voltava a conquistar a Liga Europeia, selando o mais largo hiato entre duas conquistas.

E o título de 2021 volta a ser histórico, entre as equipas portuguesas. No domínio espanhol da competição, Reus, Barcelona, Voltregà, Liceo e Igualada já tinham logrado defender títulos com sucesso (sendo o expoente máximo da hegemonia os oito títulos conquistados pelos blaugrana entre 1978 e 1985), mas nunca nenhuma equipa portuguesa o lograra. Ainda que os leões precisassem de dois "actos".

Na pretérita temporada, a história parecia repetir-se para o campeão português. Mas uma "mãozinha" da pandemia e outra da inércia da WSE-RH que - como a EHCA tem sublinhado - não fez por concluir a edição, fez esquecer o afastamento já consumado dos leões dos quartos-de-final. A edição foi cancelada e o Sporting mantinha o título. Que defenderia, agora sim, esta temporada, com sucesso.

Horas extraordinárias

Numa improvisada e reduzida competição, o Sporting só precisou de quatro jogos para erguer o troféu e, no equilíbrio anunciado entre as equipas participantes, só venceria uma partida nos regulamentares 50 minutos. Os leões abriram a competição com uma vitória sobre o Reus (5-3) e empataram, também na fase de grupos, com a Oliveirense (6-6), apurando-se para a Final Four como o melhor segundo classificado. Nas meias-finais, "empatou" com o Benfica (3-3), vencendo por 7-6 depois das grandes penalidades, e, na final, com o Porto (2-2), arrecadando o título por 4-3 após prolongamento.

De empate em empate até à vitória final, foram necessárias horas extraordinárias nas "meias" e na final para que os leões colocassem as "garras" no desejado troféu. Na história da prova, este foi o sexto triunfo no prolongamento. Ainda a duas mãos, o Óquei de Barcelos precisou de tempo extra para a sua conquista de 1991. Já decidido em jogo único, e como Liga Europeia, o Barcelona venceu consecutivamente três edições, entre 2000 e 2002 para lá do tempo regulamentar, e o Benfica conquistou assim o seu primeiro troféu, em 2013.

Em quatro edições, nem o prolongamento foi suficiente, sendo necessárias grandes penalidades em 1997 (venceu o Barcelona), 1999 (Igualada), 2003 (Liceo) e 2009 (Reus) para encontrar o campeão.

Protagonistas

Na sua caminhada, é incontornável a importância de Ângelo Girão como bastião de uma equipa muito sólida defensivamente e muito fiel aos seus princípios de jogo, pragmática e confiante num desfecho favorável.

Com um saldo final de 22 golos marcados e 18 tentos sofridos, destaque nos marcados para os cinco de Toni Pérez, com o asturiano a marcar em todas as partidas, totalizando cinco golos, entre eles os importantes dois da final.

E, mesmo em apenas quatro jogos, todos os jogadores de pista chamados marcaram. Ferran Font marcou quatro e os argentinos Platero e Romero três. Souto, Telmo e Verona (este nas grandes penalidades da meia-final) dois cada e o consagrado Pedro Gil assinaria "apenas" um.

Matías Platero saboreou o quarto titulo máximo europeu da sua carreira, vencendo pela segunda vez pelo Sporting depois de ter triunfado duas vezes (2009 e 2017) pelo Reus. Na conquista "roginegra" de 2009 estava também Pedro Gil que, com os dois títulos de verde-e-branco, soma o seu terceiro troféu, tal como Toni Pérez, que havia vencido em 2012 pelo Liceo.

Para além destes, e do técnico Paulo Freitas, revalidam o título pelo Sporting os guarda-redes Ângelo Girão e Zé Diogo e ainda Gonzalo Romero e Ferran Font.

Alessandro Verona, Telmo Pinto e João Souto, os três reforços que chegaram na pretérita temporada, conquistam pela primeira vez a Liga Europeia, ao passo que para os jovens Álvaro Morais e Gonçalo Nunes, que chegaram no último defeso, a conquista acaba por ter um sabor agridoce.

No alargado plantel leonino, os dois internacionais jovens portugueses foram preteridos nas quatro convocatórias, não chegando a constar em qualquer ficha de jogo. Nas mesmas circunstâncias, estão os também inscritos Filipe Martins, João Abreu, José Abreu e o guarda-redes João Tigeleiro.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia