Um elevado Grau de confiança
O prémio de MVP da Taça do Rei foi entregue a Carles Grau, do Liceo, no coroar de uma grande temporada do ex-guarda-redes do Porto. Carles repete uma distinção que já granjeara em 2015. #CopaDelRey #MVP
Com uma vitória por 3-2 sobre o Barcelona, o Liceo fechou a temporada em Espanha com a conquista da Taça do Rei. Jordi Adroher bisou na final, mas o prémio de MVP foi entregue, com justiça, a Carles Grau no corolário de uma excelente temporada do ex-guarda-redes do Porto.
Grau sucede a João Rodrigues, MVP em 2019, numa distinção que já granjeara em 2015, então ao serviço de um Vic que também venceu o Barcelona pela diferença mínima, então por 2-1.
Anna Casarramona, do Manlleu, foi distinguida como MVP da Taça da Rainha.
Esta temporada, o Liceo liderou a OK Liga ao longo de muitas jornadas e aspirou até ao final à conquista do título que lhe escapa desde 2013 para o hegemónico Barcelona. Uma performance de 12 vitórias consecutivas no arranque da prova e a derrota apenas a surgir ao 17º encontro muito se deveram a Carles Grau.
O Liceo terminou apenas com menos três golos sofridos do que o Barcelona (51 contra 54), habitualmente o mais sólido defensivamente, mas chegou a ter menos 13, antes de chegar a primeira derrota. A recta final penalizou os números defensivos e Carles Grau, mas o registo é de assinalar.
Nas 30 jornadas da OK Liga disputadas, "los verdes" de Juan Copa lograram cinco jogos sem sofrer golos e 14 a sofrer apenas um. Em três deles sofreram dois golos e houve cinco em que concederam três, um deles numa inócua derrota na derradeira jornada, com o fiel escudeiro de Grau, Martin Rodriguez a titular.
A importância defensiva e da eficácia de Carles Grau fica também clara na hora das amargas derrotas. Para além da derrota na última jornada, o Liceo perdeu apenas outras três partidas. As três em que Grau sofreu mais golos. Quatro frente ao Taradell, cinco frente ao Vendrell e sete com o Barcelona.
De Lloret à Corunha
Nascido em Lloret há 31 anos, Carles Grau é um de quatro irmãos que cresceram e se afirmaram no Hóquei em Patins. O irmão Marc joga ao lado de Carles no Liceo, Alex joga no Girona e Lluis representou o Lloret até 2020.
O Barcelona apostou em Carles na sua recta final da formação, mas não houve espaço para a sua integração na equipa principal na passagem a sénior. Em 2010 seria aposta de Guillem Cabestany num Vendrell que marcaria ambos, na primeira aventura de Cabestany como treinador e de Carles numa equipa principal.
Na temporada seguinte rumou a Vic para cinco temporadas em que, às ordens de Ferran Pujalte, se escreveram as (para já) últimas páginas douradas do clube. A equipa que contaria com, por exemplo, Ferran Font chegaria à final da Liga Europeia e conquistaria a Taça do Rei em 2015, com Carles Grau MVP. Voltaria à final da Taça do Rei em 2016, perdendo então para o Barcelona antes do guarda-redes catalão rumar ao Porto.
Na Invicta reencontrou Guillem Cabestany e conquistou dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal, falhando na busca do "Santo Graal" da Liga Europeia apesar de ter chegado a duas finais.
Em 2019, finda uma ligação de três anos, Carles Grau "trocou camisolas" com o liceísta Xavi Malián e tem brilhado na Corunha. E já há acordo para continuar de "verde" pelo menos mais uma temporada.
Quarta-feira, 16 de Junho de 2021, 8h39