Matías sem par para o tango no baile do Barcelona
O Barcelona deu início a uma nova temporada com uma vitória sobre o Igualada para a Liga Catalã Frit Ravich. Será uma temporada menos albiceleste, com apenas um argentino. Tal não acontecia desde 1993/94. #OkLiga
O Barcelona iniciou oficialmente a nova temporada com uma vitória clara sobre o Igualada, no Palau Blaugrana, por 11-3 (com hat-trick de João Rodrigues e um golo de Hélder Nunes), em jogo a contar para a Liga Catalã Frit Ravich.
Para os blaugrana, esta será uma temporada diferente. Menos albiceleste.
Com a saída de Pablo Alvarez para o Benfica, os blaugrana contam apenas com um argentino, Matias Pascual, no seu plantel, algo que não acontecia desde a já distante época de 1993/94. No paradigma de múltiplos argentinos, o Barcelona conquistou - entre muitos outros troféus - 12 das suas 22 Ligas Europeias e 22 das suas 31 OK Ligas.
A ligação entre o Barcelona e o talento argentino começou em 1993, um ano depois da realização dos Jogos Olímpicos na cidade condal, a única edição com Hóquei em Patins. A Argentina conquistou o ouro e três dos medalhados viriam a representar os blaugrana.
O primeiro argentino a vestir a camisola do Barcelona foi Gabriel Cairo, em 1993, chegado do Reus. Gaby, natural de Mendonza, jogaria 11 temporadas de blaugrana e daria o mote para uma aposta de sucesso. Jogou sem compatriotas nessa primeira temporada, como Pascual jogará agora. Pelo meio, foram 27 temporadas com pelo menos dois argentinos...
Depois da chegada de Gaby Cairo, que seria treinador e é agora director da secção blaugrana, chegaram outros nove argentinos, todos eles - ao contrário de Gaby - de San Juan, mas todos eles - tal como Gaby - já com experiência de Hóquei em Patins no Velho Continente.
Em 1994, fazendo jus ao dito que é preciso (pelo menos) dois para dançar o tango, juntaram-se a Cairo os também campeões olímpicos José Luís Paez (ex-Roller Monza) e Roberto Roldán (ex-Liceo). "Negro" jogaria 13 temporadas no Barcelona, ao passo que Roldan estaria apenas uma época. O Barcelona voltaria mais tarde a "pescar" na Corunha, para ligações bem mais proveitosas...
Entre 1994 e 2018, o Barcelona contou com três argentinos em 18 das 24 temporadas.
Em 1997, chegava ao Palau Blaugrana o irreverente Panchito Velazquez (ex-Voltregà), que o Barcelona não conseguiria "domar" no seu Hóquei em Patins tão profissional, e, um ano volvido, "trocavam-no" por David Paez (ex-Alcobendas), irmão mais novo de José Luis. O "Rei David" jogaria 13 temporadas de blaugrana.
Gabriel, Jose Luis e David foram os três argentinos do Barcelona entre 1998 e 2004, em seis temporadas em que conquistaram seis vezes o campeonato e quatro a Liga Europeia. O sangue argentino sob o manto blaugrana dava frutos.
Quando Gaby abandonou em 2004, era inevitável procurar outro natural do país das pampas. E o Barcelona descobriu um autêntico filão de ouro na Corunha, onde Carlos Gil lapidava o talento de jovens argentinos em autênticos diamantes do Liceo.
Em 2004, os blaugrana chamaram Carlos Lopez para sete temporadas. Em 2009, foi a vez de Reinaldo Garcia, para seis. Em 2011, chegou Pablo Alvarez, que este ano completou 10 temporadas no Barça. E, em 2013, "aterrou" Matias Pascual.
Em 2015, Lucas Ordonez tornar-se-ia o 10º argentino a vestir a camisola blaugrana. Não chegou do Liceo, mas lá se fez craque, em duas temporadas antes de rumar ao Valdagno, de onde "deu o salto" para o Palau, onde estaria três temporadas.
O "sobrevivente" argentino entre entradas e saídas é Matías Pascual. Portador de um pesado legado, o jogador de 31 anos tem contrato até 2023, podendo igualar as 10 épocas de "Pablito".
Sábado, 21 de Agosto de 2021, 10h27