A defesa do título, para juntar aos feitos de Freitas

A defesa do título, para juntar aos feitos de Freitas

O Sporting inicia inicia esta quarta-feira a defesa do título de campeão, algo que não consegue com sucesso desde 1978. Mas, em cinco épocas e meia de Paulo Freitas ao leme, mesmo com uma pandemia pelo meio, são já muitos os feitos logrados. #PrimeiraDivisão

O Sporting inicia esta quarta-feira no Municipal de Valongo (20 horas, com transmissão n'A Bola TV) a caminhada em defesa do título nacional. Depois da conquista da Taça Continental, os leões de Paulo Freitas procuram continuar a juntar páginas a um período dourado, só comparável ao que escreveu Torcato Ferreira entre 1974 e 1978.

Torcato Ferreira chegou ao Sporting em 1971 e operou um autêntico 25 de Abril no Hóquei em Patins leonino.

Na construção de uma equipa que ganharia o epíteto de "Maravilha" chegou em 1974 António Ramalhete e pôs-se fim a um hiato de títulos que vinha de 1939. 36 anos.

Em 1975 chegou Sobrinho, da Juventude Salesiana, e foi época de dobradinha. Volvida uma época, chegaria António Livramento e inaugurou-se pavilhão para o primeiro triplete na história da modalidade em Portugal, com a conquista do Campeonato, Taça e Liga Europeia (então Taça dos Campeões Europeus). Só seria repetido em 1986, pelo Porto.

Estava escrita a mais brilhante página do Hóquei em Patins de clubes em Portugal, mas ainda haveria epílogo. Em 1977/78, já sem Ramalhete (Benfica), nem Livramento (Itália) ou Rendeiro (terminou carreira no arranque da temporada), o Sporting voltou a conquistar o título. O "tetra".

O "capítulo" de Paulo Freitas

Pelo período dourado da "Equipa Maravilha", o Sporting "sobreviveu" como uma referência na modalidade, ainda que tal não fosse traduzido em número de títulos. Ou na aposta numa secção que viveu altos e baixos.

Entre 1978 e o último regresso à I Divisão, em 2012, o Sporting conquistou dois Campeonato (1982 e 1988), duas Taças de Portugal (1984 e 1990) e a primeira Supertaça da sua história (1983), sendo importante realçar quatro títulos europeus, com três Taças das Taças (1981, 1985 e 1991) e uma Taças CERS (1984).

Quando Paulo Freitas chegou ao comando técnico, os leões somavam sete títulos nacionais (menos um do que o Paço de Arcos) contra 21 do Porto e 23 do Benfica. E uma Liga Europeia, a tal de 1977, contra duas de dragões ou águias. Na Taça, mesmo ao dia de hoje, soma quatro troféus, contra 15 do Benfica e 17 do Porto.

O nome de Paulo Freitas foi badalado em 2015, mas Nuno Lopes garantiria os primeiros títulos de uma nova era ao Sporting, com a conquista da Taça CERS e da Supertaça António Livramento em 2015. O técnico natural de Estremoz embalava a formação verde-e-branca para outros vôos, sustentados pelo crescente "all-in" de Bruno de Carvalho nas modalidades. Em 2016, com José Trindade como timoneiro de um novo projecto, a aposta foi em Guillem Pérez, mas, mais uma convulsão na secção leonina levou à saída do catalão ainda antes de terminar a temporada, em Março de 2017. Chegava, enfim, Freitas.

Nessa primeira temporada - ou o que restava dela - o Sporting já estava afastado da Liga Europeia. No primeiro jogo de Paulo Freitas no comando técnico, os leões caíram para a Taça no Dragão Arena, no prenúncio de uma prova que teima em escapar. No Campeonato não foram além do 4º lugar.

No defeso em 2017, entraram Henrique Magalhães (que estivera cedido ao Liceo) e Matías Platero para formarem um triângulo sólido com Ângelo Girão. Afinal, é na defesa que se ganham campeonatos, e o Sporting fez jus à máxima. Com a época também marcada pela inauguração de um pavilhão, haveria festa como em 1977. O Sporting seria campeão nacional em 2018, 30 anos depois do último título, e campeão europeu em 2019, 42 anos depois da - até então - única conquista.

Em 2019, os leões venceriam também, pela primeira vez, a Taça Continental e pareciam destinados a mais títulos. A pandemia traiu-os, cancelando Campeonato e Taça. Mas permitiu-lhes manter o título europeu, quando já estavam afastados da hipótese de revalidação.

Na retoma, saíram Raul Marin e Caio, e - com algum desinvestimento - regressaram de empréstimo Álvaro Morais e Gonçalo Nunes. Os reforços, jovens jogadores, não foram chamados a nenhum jogo da Liga Europeia nem da final do campeonato, por exemplo. A doer, Freitas não abdicou da experiência do resto do grupo. O Sporting juntaria o título nacional e o da Liga Europeia, num feito que só lograra em 1977, 44 anos antes. E, no último fim-de-semana, revalidou a Taça Continental.

Paulo Freitas esteve à frente do Sporting em 19 provas com desfecho, conseguindo sete conquistas, muitas marcantes pelo que representam na "morte de borregos" ou no alcançar de feitos históricos. Esta época, os leões procuram o bicampeonato Nacional, que não acontece desde que a (outra) "Equipa Maravilha" o conseguiu em 1978 (44 anos). Ou a dobradinha com Campeonato e Taça, que escapa desde 1977 (45 anos). Ou simplesmente a Taça, que escapa desde 1990 (32 anos). Impossível - até ver - será repetir o triplete de 1977, de Campeonato, Taça e Liga Europeia, dado que, em virtude da guerra dos clubes da EHCA com a World Skate Europe, o Sporting não se inscreveu na prova europeia.

Homens de confiança

Para o ataque à nova temporada, Paulo Freitas apostou no regresso de Henrique Magalhães. Saíram Pedro Gil, Telmo Pinto e Alvarinho, sendo o leque de opções do plantel "composto" com João Almeida.

De quando chegou ao Sporting, Paulo Freitas continua a contar apenas com os guarda-redes Ângelo Girão e Zé Diogo e o catalão Ferran Font. Mas, num total de 22 jogadores dos diferentes planteis principais, as apostas parecem acertadas (assim o dirão também os títulos conquistados).

Tirando os quatro - Tuco, Poka, Centeno e Miras - que saíram no final daquela primeira (meia) época, somente Álvaro Morais esteve apenas uma temporada. Entre os que agora iniciam a nova época, Matías Platero e Toni Pérez chegaram em 2017 e vão para a quinta "voltinha" com Paulo Freitas. Romero vai para a quarta e Henrique (com duas épocas de "intervalo" na Oliveirense) e Verona e Souto vão para a terceira. Gonçalo Nunes, que antes estivera no plantel no arranque de 2016/17, vai agora para a segunda com Freitas e João Almeida será o estreante nos leões, tal como o jovem Filipe Martins.

O Sporting de Paulo Freitas

2016/17

• Taça de Portugal - 16-avos-de-final

• Campeonato - 4º lugar

2017/18

• Elite Cup - Finalista (prova não oficial)

• Liga Europeia - Meias-finais

Campeonato - Campeão

• Taça - Oitavos-de-final

2018/19

Elite Cup - Vencedor (prova não oficial)

• Supertaça - Finalista

Liga Europeia - Vencedor

• Campeonato - 3º lugar

• Taça - Meias-finais

2019/20

• Elite Cup - Finalista (prova não oficial)

Taça Continental - Vencedor

• Liga Europeia - Fase de grupos ( prova anulada)

2020/21

• Taça 1947 - Finalista

Liga Europeia - Vencedor

Campeonato - Campeão

2021/22

• Elite Cup - 5º lugar

Taça Continental - Vencedor

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