Candelária sofre derrota... e agressões
A Juventude Pacense da II Divisão foi tomba-gigantes na Taça de Portugal ao eliminar o Candelária com uma vitória por 4-2. Mas o jogo, para além da vitória da equipa da casa, teve pouco de festa da Taça.
Com um nulo ao intervalo, a equipa da Capital dos Móveis adiantou-se por Gil Vicente, respondendo Ruben Sousa com a igualdade. Os visitados voltariam a adiantar-se, agora por Nuno Silva, ficando guardadas para os últimos minutos mais emoções. Nuno Silva fez o 3-1, Ruben Sousa bisou para o 3-2 já no ultimo minuto mas as esperanças picarotas caíram por terra com o hat-trick de Nuno Silva, a fechar o resultado em 4-2.
Pouco para festejar
Emoções bem diferentes foram vividas com um grupo de adeptos da equipa da casa. "Encapuzados, com as caras tapadas por cachecóis e só se viam os olhos", descreve o capitão do Candelária, Tiago Resende. "Em 25 anos de hóquei nunca vi nada assim", conta ao HóqueiPT.
O grupo não largou o banco dos picarotos, e terá cuspido continuamente e agredido elementos do banco, em particular Hugo Gaidão. A situação agravou-se com um dos golos de Ruben Sousa, quando este apontou para o ar em dedicatória a Mateus Vieira, jovem atleta do Carvalhos (ex-clube de Ruben Sousa) que faleceu esta semana e por quem foi respeitado um minuto de silêncio no início do encontro.
O capitão picaroto referiu que durante o jogo foi pedida a presença de forças policiais - estava apenas presente segurança privada - mas que tal terá sido negado. Segundo o que o HóqueiPT apurou, a equipa picarota terá sido informada que, se interrompessem o jogo e se recusassem a continuar, a equipa de arbitragem chamaria a polícia.
Mas mais estaria por vir. No final da partida, na saída dos atletas para o autocarro, o Candelária era esperado pelo grupo de adeptos. A GNR foi contactada mas afirmou só ter uma patrulha na rua que não se poderia deslocar ao local em tempo útil. Com Mauro Fernandez e Tiago Resende a serem agarrados, a ira com Ruben Sousa atingia outras proporções. "Correram atrás do Ruben [Sousa], que teve de fugir para dentro do pavilhão, e até se aleijou ao saltar a tabela para conseguir escapar", narra Tiago Resende. "O presidente, quando solicitado para resolver o problema, não quis chamar a polícia, dizendo que não havia qualquer problema", lamenta. "Mas se algo pior não aconteceu foi apenas graças à intervenção do treinador Nelson Gomes que inclusivamente abriu o balneário para 'esconder' o Ruben", explica, agradecendo a postura do técnico pacense e não estendendo a sua indignação a todo o público presente. "Havia adeptos chateados com a situação, que diziam que não era uma situação virgem e que a direcção devia fazer alguma coisa", esclarece.
Sábado, 14 de Março de 2015, 22h54