Empates e mais uma final para Portugal
Os empates entre Portugal e Itália e da França com Andorra baralharam as contas e quase obriga a selecção das quinas a vencer a Espanha em 50 minutos, algo que não acontece desde 2016. Se a França voltar a fraquejar, um empate também pode servir...
Era uma anunciada "primeira final" para Portugal, mas a selecção orientada por Renato Garrido voltou a entrar mal. Logo aos dois minutos, Giulio Cocco (ex-Porto) fez toda a gente acreditar que ia rematar e serviu Alessandro Verona (Sporting) para, solto de marcação e com Ângelo Girão completamente desenquadrado, fazer o primeiro.
Em dia de aniversário de Diogo Rafael (completou 32 anos), voltou a ver-se uma selecção portuguesa com falta de soluções ofensivas, mas numa primeira parte em crescendo e a criar mais perigo - muito por uma muralha italiana com muitas brechas - do que frente a França. A dois minutos e meio do intervalo, Gonçalo Alves serviu Henrique Magalhães que, depois de "ajeitar" com o patim (que os italianos muito contestariam), assistiu João Rodrigues para o empate no culminar de um bom período, mas quase sempre "às costas" de Gonçalo Alves.
Primeira parte de Portugal voltou a pecar na finalização. Apenas Andorra marcou menos na soma das primeiras partes dos três jogos já realizados.
Portugal justificara a igualdade ao intervalo, mas mais uma vez numa primeira parte paupérrima na concretização. Em três jogos, Portugal marcou somente quatro golos nos primeiros 25 minutos das partidas, tantos como a Alemanha e apenas mais do que Andorra (dois).
Na etapa complementar, a Itália voltou a entrar melhor a Verona voltou a marcar, assinando o 1-2 aos três minutos. Desta vez, houve reacção rápida de Portugal e Hélder Nunes restabelecia a igualdade um minuto volvido. Portugal empolgava-se e, aos seis minuto e meio, Gonçalo Alves, acabado de regressar à pista, colocava os lusos pela primeira vez na frente.
Era talvez o melhor período de Portugal neste Europeu, mas não durou. Aos 10 minutos, Malagoli fez como Cocco no primeiro golo, simulando o remate para tirar Girão da baliza, e serviu Ambrosio para o 3-3 que quebrou o ânimo luso. Que ainda mais se desvaneceu quando, aos 14, Domenico Illuzzi marcou de grande penalidade o 3-4, num momento importante, quando a Itália já tinha nove faltas. Dois minutos depois caía a 10ª, mas Gonçalo Alves não aproveitou.
A Itália terminou os jogos com Espanha e Portugal sem averbar qualquer derrota (dois empates a quatro), mas tem a presença na final comprometida.
A Itália, que precisava de vencer, criou boas oportunidades, perante um pavilhão que parecia descrente. Mas, a três minutos do final, uma grande penalidade para Portugal permitiu a Gonçalo Alves - à segunda, como Illuzzi antes - igualar. Carregaram mais os italianos de Alessandro Bertolucci em busca da vitória, encostando o cinco português, mas as melhores e derradeiras oportunidades até foram lusas. No entanto, sem mais golos.
O estoiro gaulês
Antes do Clássico entre Portugal e Itália, houve surpresa entre Andorra e França. Ao terceiro dia, os gauleses quebraram.
Depois de vencer Itália e Portugal, a França não foi além de um empate frente a Andorra, apontada como a selecção mais fraca desta competição. Os andorrenhos marcaram primeiro, logo no primeiro minuto, por Oriol Antequera, mas, quando Remi Herman, Carlo Di Benedetto e Roberto Di Benedetto viraram para 1-3, já não se esperaria algo que não o triunfo dos comandados de Fabien Savreux.
No entanto, Bernat Pecanyol reduziu quase de pronto e, na etapa complementar, com as forças gaulesas a cederem, Gerard Miquel bisou para virar o resultado a 16 minutos do final. Bruno Di Benedetto só igualou já nos três minutos finais e Andorra ainda voltou à liderança do marcador, por Nil Dilmè. Valeu o segundo golo de Roberto Di Benedetto para os gauleses evitarem uma embaraçadora (e, eventualmente, comprometedora) derrota.
A goleada espanhol
Já a Espanha não sentiu dificuldades perante a Alemanha e goleou por 2-11. Xavi Barroso deu o mote ainda não estavam cumpridos cinco minutos e Toni Pérez e Pau Bargalló (este de livre directo) ampliaram nos dois minutos seguintes. Marc Grau e César Carballeira marcaram antes de Daniel Strieder reduzir para o 1-5 que se verificava ao intervalo.
Carballeira marcara de grande penalidade e voltaria a mostrar extrema eficácia em outras duas oportunidades, assinando os 7º e 10º golos espanhóis, numa vitória com contas fechadas pelo leão Toni Pérez.
Portugal com presença na final em jogo
Dobrada a primeira metade do campeonato, o quarto dia encerra em si algumas decisões.
Depois do inesperado empate com Andorra, o dia começará com a França a tentar manter-se na corrida a uma histórica presença na final, para um 1º ou 2º lugar que será inédito nos últimos 90 (!) anos. No entanto, a vitória, só por si, nada garantirá aos franceses, que terão de esperar pelo desfecho do dérbi ibérico para fazerem contas.
Segue-se um embate entre Itália e Andorra com os transalpinos claramente favoritos a três pontos que lhes permitirão continuar a ter esperança matemática numa presença na final, mas sempre sujeita a uma conjugação de resultados questionável. No menos surreal, os italianos, vencendo Andorra e Alemanha, chegariam à final se a Espanha vencesse Portugal e França e os gauleses não vencessem a Alemanha.
O dérbi ibérico, entre as duas selecções mais tituladas da modalidade, encerra o dia. Portugal tem de vencer para não ter de esperar por outros resultados, mas, em tempo útil, Portugal não vence a Espanha em grandes provas desde o Europeu de Oliveira de Azeméis, então por 6-1. Em três embates depois disso, houve dois empates em Mundiais (com vitória espanhola na final de 2017 nas grandes penalidades e vitória lusa nas meias em 2019 no prolongamento) e uma vitória para a Espanha na decisão do Europeu de 2018, por 6-3.
Fase de qualificação
• Itália 5-8 França • 15.Nov
• Espanha 11-0 Andorra • 15.Nov
• Portugal 10-0 Alemanha • 15.Nov
• Itália 4-4 Espanha • 16.Nov
• Andorra 1-5 Alemanha • 16.Nov
• França 5-3 Portugal • 16.Nov
• Alemanha 2-11 Espanha • 17.Nov
• Andorra 5-5 França • 17.Nov
• Portugal 4-4 Itália • 17.Nov
• França vs. Alemanha • 18.Nov • 15h30
• Itália vs. Andorra • 18.Nov • 18h30
• Espanha vs. Portugal • 18.Nov • 21h45
• Itália vs. Alemanha • 19.Nov • 15h30
• França vs. Espanha • 19.Nov • 18h30
• Portugal vs. Andorra • 19.Nov • 21h45
Classificação
1º Espanha (7, 26-6)
2º França (7 pontos, 18-13)
3º Portugal (4, 17-9)
4º Alemanha (3, 7-22)
5º Itália (2, 13-16)
6º Andorra (1, 6-21)
5º e 6º lugares
• 5º Qualificação vs. 6º Qualificação • 20.Nov • 14h30
3º e 4º lugares
• 3º Qualificação vs. 4º Qualificação • 20.Nov • 17h
Final
• 1º Qualificação vs. 2º Qualificação • 20.Nov • 20h
Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 8h33