'Supertorneio' adiado, mas 'Superliga' no horizonte
Um torneio oficioso da EHCA arrancaria a 15 de Janeiro, mas foi traído pela pandemia. Toni Miró revela que se procuram novas datas para esta época e que decorrem negociações com a World Skate para uma prova oficial na próxima.
Nos bastidores, o dia 15 de Janeiro já estava há umas semanas no planeamento das equipas da EHCA (Associação Europeia de Clubes de Hóquei) como data para o arranque de uma prometida competição entre as principais equipas europeias, estranhando-se que uma associação que faz também da potenciação mediática do Hóquei em Patins uma bandeira, tardasse em dar notícias. A pandemia - como em tantas outras coisas - comprometeu o planeamento.
"Não se pode planear uma competição nas circunstâncias de CoViD que temos", conta Toni Miró ao HóqueiPT. "O importante é que estamos em conversações com a World Skate e com a World Skate Europe para chegar a um acordo e poder fazer uma competição este ano - oficiosa, porque a oficial é a Liga Europeia - e começar a trabalhar para que no próximo ano haja uma competição de grande nível para o Hóquei em Patins", revela o porta-voz da EHCA.
Mesmo sem anúncio de qualquer prova, o Benfica acabaria por precipitar-se - ou "desbocar-se"? - na sua agenda e anunciou uma primeira jornada frente aos italianos do Forte para 15 de Janeiro, num jogo entretanto dado como adiado.
"Era a data em que íamos tentar iniciar, mas, falando com a World Skate, decidimos que talvez fosse demasiado precipitado apontar a essa data. Em Portugal, estão a subir os números da pandemia, em Espanha também, e por isso era muito complicado tentar preparar uma competição. Provavelmente, uma semana antes, tínhamos de cancelar... por isso é melhor ser precavido e procurar datas em que a pandemia nos permita fazê-lo", conta-nos.
"Não podendo cumprir as datas que inicialmente estávamos a falar com a World Skate e a World Skate Europe, estamos a estudar outras hipóteses de datas e falaremos com as instituições, com as federações, para chegar a um acordo e poder realizar o torneio", adianta o dirigente catalão, ligado ao Barcelona.
Em Setembro houve uma clara rotura da EHCA com a World Skate Europe de Fernando Claro e a World Skate Europe - Rink Hockey de Agostinho Silva, com a associação de clubes a acusar os organismos de não honrarem a palavra dada anteriormente. Agora, Claro saiu e Agostinho Silva (e todo o comité técnico) foi afastado. Luís Sénica, que assume a World Skate Europe, sempre foi elogiado pela EHCA.
"Agora temos conversações muito cordiais e a vontade da EHCA sempre foi trabalhar para o Hóquei. Com a situação actual, com os novos dirigentes, todos queremos trabalhar para o Hóquei: World Skate, World Skate Europe e EHCA", lança, quiçá em jeito de provocação para com os anteriores dirigentes.
Uma Superliga aberta
A propalada Superliga do Hóquei em Patins encontrou rapidamente paralelo numa Superliga do futebol que foi "destruída" pelos adeptos. "A EHCA não quer ser do contra e quer respeitar sempre as equipas que tenham conquistado o direito a participar", explica, afastando-se de um conceito lançado e que foi ganhando força.
"Compararam-nos muitas vezes à Superliga do futebol, fechada, mas, para nós, se uma equipa suíça ganha o campeonato e o direito a participar na Liga Europeia, tem de poder participar. Não se pode excluir ninguém, só porque o nível da equipa pode ser mais baixo. O Hóquei tem de crescer", sublinha.
Para o oficioso torneio que se pensa ainda para esta temporada, estão envolvidos os 12 associados da EHCA: os portugueses Benfica, Oliveirense, Óquei de Barcelos, Porto e Sporting, os espanhóis Barcelona, Caldes, Liceo, Noia e Reus, o francês Saint-Omer e o italiano Forte. Já o formato pode depender das datas disponíveis. "Temos um modelo de competição pensado, para o qual temos de procurar um encaixe de datas, mas temos de conversar com a World Skate e World Skate Europe", reitera.
Terça-feira, 4 de Janeiro de 2022, 21h49