Nova vida de Aragonès com golos em quatro jogos seguidos
Afastado perto de três meses das competições de clubes, Sergi Aragonès causou impacto imediato no Reus. Este sábado marcou pelo quarto jogo consecutivo, numa demonstração goleadora de um jogador renascido após a experiência no Benfica.
Foto de capa: Joan Gomis / Reus DeportiuSergi Aragonès foi pela última vez a jogo com o Benfica a 21 de Outubro. Nem a conquista do Campeonato da Europa pela Espanha o relançou para as convocatórias de Nuno Resende e, se a saída no final da temporada era certa, a possibilidade de sair no "mercado de Inverno" foi ganhando força.
Num propalado regresso a Espanha depois de ter deixado o Noia rumo às águias e ao campeonato português em 2020, o Reus ganhou uma corrida em que se falou também do interesse do Liceo e, de "roginegro", o impacto foi imediato.
Aragonès estreou-se com um "bis" na vitória por 6-3 sobre o Igualada a 16 de Janeiro. A 23, a equipa de Jordi Garcia somaria a sua quinta vitória consecutiva - melhor série da temporada - em Palafrugell, por 5-8, com novo "bis" de Aragonès.
A 30 de Janeiro, houve Clássico. O Reus acabaria derrotado por 6-2 no Palau Blaugrana, mas Aragonès não deixou de anotar o seu nome na lista de marcadores, ainda que num lance feliz e com a ajuda de um desvio do também ex-Benfica João Rodrigues para desfeitear Sergi Fernandez.
Uma semana volvida, este sábado, o Reus regressou às vitórias na recepção ao Alcoi e Sergi Aragonés carimbou novo "bis", assinando o 3-1 e 4-1 que permitiu à sua equipa distanciar-se no marcador e gerir as incidências da partida.
Nos quatro jogos realizados pelo Reus, Aragonès marcou em todas as partidas e soma sete golos, sendo apenas superado nestes jogos por Raul Marin, que também marcou sempre, com oito. Os atacantes Marc Julià, "Checco" Compagno e David Gelmà marcaram dois cada e Joan Salvat marcou o outro dos 22 tentos logrados.
No cômputo global da temporada "roginegra", Marin está destacado com 25 golos, mas os 11 de Marc Julià, os 10 de "Checco" Compagno ou os nove de David Gelmà, mesmo com uma considerável diferença de partidas (o Reus já realizou 17 jogos), estão já ao alcance de um Aragonès que sempre foi caracterizado como de trabalho, de intensidade, e não como goleador.
O Reus é 3º na OK Liga, mas à mercê de Noia, que tem menos um ponto e menos dois jogos.
Sucessão na Luz
Com Sergi Aragonès a deixar a Luz, perfilam-se dois sucessores, ambos da OK Liga: Nil Roca, actualmente no Barcelona, e o gaulês Roberto Di Benedetto, do Liceo.
Pelo percurso e características, são muitas as semelhanças entre Aragonès e Roca, o primeiro nascido em 1996 e o segundo em 1997. Estiveram juntos na formação do Barcelona, representaram o Noia, foram vice-campeões do Mundo de Sub-20 em Vilanova i la Geltrù em 2015, chamados por Guillem Pérez, agora treinador do Turquel, e conquistaram a Taça Latina em 2019, chamados por Alejandro Dominguez, ex-treinador do Benfica.
Roberto Di Benedetto distingue-se pela maneira como pauta o jogo, mas Nil e Sergi são peças semelhantes no tabuleiro, na sua abnegação, espírito de sacrifício em prol da equipa, e entrega às partidas. Já a nível ofensivo, esta época, quer Nil, quer Roberto, mesmo considerando toda a temporada na OK Liga, ficam aquém do registo recente de Sergi.
Em quatro jogos, os sete golos de Aragonès em quatro jogos são tantos como os de Roca pelo Barcelona em 16 jogos, e até mais do que os seis de Di Benedetto pelo Liceo em 17 partidas. E tal ganha inclusivamente outro impacto olhando para o contexto em que os jogadores estão inseridos.
Os tentos de Roca representam menos de 6% dos estratosféricos 126 conseguidos pelo Barcelona, representando os seis de Di Benedetto pouco mais do que esses 6% nos 96 golos do Liceo. E os sete golos do catalão de 26 anos que deixou o Benfica este Inverno representam já 9% dos "apenas" 77 logrados pelo Reus.
Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2022, 14h45