«Há muitas áreas em que o Hóquei em Patins é muito amador»

Nil Roca é o mais recente 'agenciado' da Five Company, um gigante na representação de jogadores de futsal que vai entrando no mercado do Hóquei em Patins. A 'carteira' da agência fundada no Brasil conta agora com seis jogadores.

«Há muitas áreas em que o Hóquei em Patins é muito amador»

Ezequiel Mena (Porto), Facundo Navarro (Valongo), Federico Ambrosio (Forte) e Pau Bargalló (Barcelona) foram as primeiras apostas, desde logo simbolicamente uma amostra dos três grandes campeonatos do Velho Continente.

A estes juntou-se, no último defeso, o jovem Jotta, acabado de se sagrar campeão nacional de Sub-19 e a dar o salto definitivo para a equipa "B" do Benfica. E, agora, Nil Roca, também das águias. Em comum, a representação da Five Company Sports Group.

Apesar da Polaris Sports, de Jorge Mendes, ter assinado com Ângelo Girão em 2019, depois do guardião ter sido elevado a herói nacional com uma prestação épica no Campeonato do Mundo, a aposta revelar-se-ia pontual. Um oásis no Hóquei em Patins. Agora, a agência brasileira caminha para ser a primeira altamente profissionalizada a tentar mudar a modalidade.

"A Five começou no futsal, porque eu joguei futsal, e, quando eu comecei há dez anos, não havia empresas no Brasil que trabalhassem a imagem do jogador, a divulgação, a proximidade com os jogadores", conta ao HóqueiPT o fundador e CEO Gabriel Napoli.

"Eu detectei porque eu tinha um empresário, e decidi começar com isso para poder mudar isso", explica. "Para poder mudar essa visão que nós, jogadores na época, tínhamos em relação aos empresários. Então a Five começou a mudar isso, dando mais visibilidade ao desporto. Posso dizer que desde o primeiro ano tivemos sucesso e hoje, graças a Deus, a nossa empresa está bem consolidada no mundo do futsal", orgulha-se.

"E depois, qual foi a nossa ideia? Entrar nos desportos que tinham pouca visibilidade, em relação a imagem, em relação à divulgação dos jogadores, e entrámos também no andebol. O Brasil não tinha nenhuma empresa. Hoje, a convocatória da última seleção brasileira tem 50% da nossa empresa", aponta.

E o Hóquei em Patins? "Vimos uma oportunidade, porque é um desporto muito pouco divulgado e também pela nossa ligação com os clubes grandes, como Sporting, Benfica, Porto e Barcelona. São clubes com que nós temos relações de muitos anos noutros desportos e também têm Hóquei em Patins. Então, é uma oportunidade de ajudar os jogadores, ajudar a divulgar o desporto, e essa é a nossa ideia, dar visibilidade ao desporto, aos atletas, onde não existe ou existe muito pouco", refere Gabriel.

Mas dará retorno? "Todo o trabalho tem um custo e esperamos, no futuro, a longo prazo, ter um retorno financeiro. Mas a ideia inicial é ajudar a modalidade, ajudar os atletas. Apostámos no Hóquei em Patins e só não apostámos mais porque eu já tinha o plano de vir para Portugal, para estar mais próximo da modalidade. Então, eu estando aqui agora, as coisas vão alavancar", assegura, sendo que, desde que chegou, garantiu para a carteira da Five Company o internacional jovem português Jotta e o internacional espanhol Nil Roca, ambos do Benfica.

Mas Gabriel Napoli vai constatando o que no seio da modalidade é tido como certo e quase imutável. "Estou aqui há quatro meses. Relativamente à divulgação, ao retorno do desporto, acho que há muitas áreas em que o Hóquei em Patins é muito amador. Muito amador. Os clubes têm que entender que os jogadores têm um agente, os jogadores têm que entender que precisam de um agente para resolver as questões fora da pista. O jogador tem que pensar somente em jogar, não se preocupar com o contrato, como está o salário, como está a bota, enfim... Acredito que os jogadores têm que apostar nos agentes, em bons agentes. Não digo só na Five, podem surgir outros agentes bons também, como existem bons no futebol, no futsal... Enfim.. há bons e ruins", reflecte, visando também necessárias medidas dos clubes e da própria federação.

"Os clubes têm que profissionalizar muitas coisas. Sei que muitos clubes não têm contrato com os jogadores, não pagam os salários no dia, isso não pode existir. Devia partir da Federação regularizar os contratos, regularizar os agentes. Para, cada vez mais, melhorar o desporto de um modo geral", conclui.

AMGRoller Compozito

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