O título que anda fugido
Em 1990, o Porto conquistou a sua segunda Taça dos Campeões Europeus, agora Liga Europeia. A primeira fora conquistada em 1986 e a terceira tarda em chegar.
Mas os dragões tem procurado. Desde o triunfo de 1990, o Porto regressou à final da prova em oito ocasiões, a primeira em 1997 e as duas últimas nas duas últimas edições da prova.
Nas oito finais perdidas nos últimos 18 anos, o Porto perdeu cinco vezes para o Barcelona que, no mesmo período, conquistou outros cinco títulos.
Pela terceira vez consecutiva na Final Four, Tó Neves aponta a nova final. “Nos últimos anos temos sido uma equipa bastante competente em termos europeus e temos conseguido chegar às finais. Este ano vamos com o mesmo intuito”, refere convicto na conferência de imprensa de antevisão da Final Four que se realiza este fim-de-semana em Bassano. Antes de pensar em, enfim, chegar ao terceiro título europeu, o treinador portista pensa no Vic. “Uma equipa bastante complicada”, afirma. “Neste momento a nossa preocupação e o nosso foco está em podermos vencer o Vic para estarmos na final”, revela, explicando o valor do adversário.
“A Liga Europeia é um funil muito fininho e só chegam as equipas mais fortes à Final Four”, começa por dizer. “Se o ano passado tivemos o vencedor da Taça do Rei, uma equipa que tinha eliminado o Barcelona, este ano iremos ter outra vez a campeã da Taça do Rei”, constata. “É uma equipa bastante competente e não será inferior, penso que até um pouco superior, àquela equipa que defrontámos o ano passado, o Vendrell”, recorda. “O Vic é uma equipa mais difícil de bater, com um típico hóquei espanhol, uma equipa que valoriza muito a defesa, e nos consegue pôr quatro sistemas defensivos no mesmo jogo”, analisa. “É uma equipa muito homogénea, com um guarda-redes soberbo, com quem iremos ter bastantes dificuldades mas acredito que podemos chegar a mais uma final”, aspira.
Se na defesa, o Vic é sólido, também é porque essa defesa começa no ataque. “Tem um ataque sempre muito prolongado”, expõe Tó Neves, que reconhece que a sua equipa tem de ter cuidados. “Teremos de seguir o nosso modelo de jogo mas temos de ter muitas cautelas”, alerta. “Em muitos momentos do jogo, teremos de nos adaptar ao jogo do Vic”, conclui.
Ricardo Barreiros também procura a sua terceira
Agora treinador, Tó Neves esteve presente nas duas conquistas máximas europeias do Futebol Clube do Porto enquanto jogador. Quem também já conquistou duas Ligas Europeias, mas pelo Liceo, foi o jogador que é a extensão do treinador em campo, Ricardo Barreiros.
Em três épocas na Corunha, Barreiros conquistou uma CERS e duas Ligas Europeias. No terceiro – e último – ano no Porto, o internacional português está pela terceira vez na Final Four, tendo-se sagrado finalista vencido nas duas anteriores. Mais uma vez, no Dragão trabalha-se para a vitória. ”Estamos com muita vontade e muita expectativa em relação a esta competição e temos notado isso até no dia-a-dia, aqui nos treinos”, confidencia. “Estamos com muita intensidade porque sabemos que vai ser uma competição dura mas na qual temos legítimas aspirações”, afirma. “Vai ser a terceira e esperamos que à terceira seja de vez”, deseja.
Ricardo Barreiros jogou três anos em Espanha e é-lhe fácil reconhecer no Vic o jogo do país vizinho. “É a típica equipa espanhola. É uma equipa que é muito pragmática, joga um jogo muito controlado, muito equilibrado. O jogo dificilmente se vai romper”, observa. “É uma equipa 'um bocado chata' de se combater mas acho que temos todas as condições para a poder levar de vencida”, frisa confiante.
Na antecâmara da decisão da Liga Europeia, o Sporting – que Barreiros representou na formação – venceu a Taça CERS. Uma conquista em que Ricardo encontra ainda mais motivação. “É importante para o hóquei nacional as equipas portuguesas ganharem competições europeias. Sem dúvida nenhuma que foi um marco importante e nós queremos também dar a nossa quota-parte ao hóquei português e, principalmente, a este clube”, sublinha. “Seria óptimo duas equipas portuguesas poderem disputar a Supertaça Europeia para o ano que vem”, deseja.
O Porto parte para Bassano apostado em vencer. “Este clube já anda há muito tempo atrás deste título e sentimos que este ano podemos ganhá-lo”, revela, menosprezando as decepções das últimas duas edições. “O facto de termos disputado as últimas duas finais e estarmos agora na terceira Final Four consecutiva tem é de nos dar confiança”, corrige. “A verdade é que só ganha quem lá está e, mais uma vez, temos a possibilidade de poder disputá-la. Por aí, a confiança tem de estar no máximo”, assegura, negando pressão adicional. “A pressão é igual todos os anos. A vontade de vencer é que nos dá pressão”, finaliza.
O Porto disputa a primeira meia-final com o Vic às 17h locais (16h portuguesas) de sábado. O jogo conta com transmissão em directo no Porto Canal.
Quarta-feira, 29 de Abril de 2015, 23h34