Afirmação europeia
O Breganze - do português Sérgio Silva - será pelo nome com pouca tradição europeia uma das surpresas da prova, chegando aos quartos em detrimento do Valongo mas, acima de tudo, por afastar o actual campeão italiano, Forte dei Marmi, para se colocar entre as quatro melhores da Europa.
Mas, olhando para um plantel recheado de valores seguros – Cacau, Adroher, Sérgio Silva, Gaston de Oro, Mattia Cocco ou mesmo o jovem Giulio Cocco –, liderado por um treinador em afirmação, a surpresa desvanece-se.
Depois de uma Taça CERS conquistada pelo Vendrell em 2013 e da inédita presença na Final Four em 2014, o agora treinador do Breganze, Guillém Cabestany, aponta a um terceiro ano sempre a subir. “Agora é ganhar a Final Four”, afirma, rejeitando ser talismã ou o principal responsável pelas boas épocas das suas equipas.
#IMAGE4222 Guillém Cabestany
“Eu não consigo nada”, diz desde logo. “É conseguido, por um lado pelo Clube, planificando bem e trabalhando bem ao longo de vários anos, e - por outro - pelo plantel, abrindo a mente, trabalhando bem, pensando que não há objectivos impossíveis e metendo muita paixão no que se faz”, identifica como factores de sucesso, acrescentando outro fundamental. “Tanto no Vendrell como agora no Breganze há adeptos e um povo uno com a equipa e com muito ‘apetite’ de hóquei, de apoiar a equipa e viver emoções fortes”, elogia.
Para chegar a esta Final Four, o Breganze afastou o Forte dei Marmi, actual campeão italiano e apontado como um dos favoritos à conquista europeia.
Pese a organização desta Final Four estar a cargo do Breganze, por imperativos de condições, os jogos decorrerão no PalaSind (ou PalaBassano), habitual casa do Bassano, rival regional. No entanto, para Cabestany, será o mesmo que jogar em casa. “Estou convencido de que ninguém do Breganze ou de Breganze tem a sensação de que vamos jogar no pavilhão de um rival. Este fim-de-semana, o pavilhão do Bassano será o pavilhão do Breganze. Vão ver…”, profetiza.
Três estrangeiros já coroados
O Hockey Breganze conta nas suas fileiras com três estrangeiros (limite imposto em Itália), todos já com Ligas Europeias no currículo: Sérgio Silva (Follonica, 2006), Adroher (Barcelona, 2010) e Cacau (Benfica, 2013).
#IMAGE4223 Cacau
Cacau conquistou a Liga Europeia pelo Benfica em 2013, em pleno Dragão Caixa. “Tínhamos uma equipa muito forte, com grandes jogadores, bem treinada e chegámos todos àquele momento bastante focados no nosso objectivo e em grande forma”, recorda. “Este ano sabemos que não somos os favoritos mas, numa Final Four, tudo pode acontecer”, avisa. “Somos um grande grupo, sabemos aquilo que temos que fazer e queremos muito estar na final”, revela o internacional canarinho que, tal como em 2012, vai ter o Barcelona pela frente nas meias-finais.
Jordi Adroher esteve nas duas finais europeias do Vic, outro dos semifinalistas da edição deste ano, curiosamente ambas jogadas em Itália. Na primeira, em Bassano (2009), mesmo palco que acolhe a decisão deste ano, Adroher estava do lado dos “vigatans”. “Lembro-me que foi uma final muito equilibrada com o Reus que, infelizmente para nós, ganhou nas grandes penalidades”, lamenta. No ano seguinte, em Valdagno, o futuro reforço do Benfica estava no Barcelona, derrotando o Vic. “Foi um jogo de muito trabalho, que no final nos permitiu levar o título”, congratula-se.
#IMAGE4224 Jordi Adroher
Para a edição deste ano, Adroher está confiante. “A equipa está com muita vontade de disputar a Final Four e a povoação uniu-se em redor da equipa. Estamos conscientes do potencial do Barcelona, com grandíssimos jogadores, mas nós temos a ilusão e a convicção de podermos ganhar o jogo”, augura.
O Breganze defronta o Barcelona a partir das 20h30 locais de sábado, num jogo que deverá ter arbitragem portuguesa com Rui Torres e Miguel Guilherme.
Sexta-feira, 1 de Maio de 2015, 1h17
