Clivagem de duas realidades

Oliveirense, Valongo e Tomar impuseram-se frente a adversários da segunda metade da classificação, alargando um 'fosso' pontual já existente. Na luta pela manutenção, o Parede conseguiu um ponto, que sabe a pouco.

Clivagem de duas realidades

Há nesta fase regular do Campeonato Placard uma clivagem clara entre os sete primeiros e os restantes, e o alinhamento de jogos para a 20ª jornada expôs isso mesmo. Entre os sete mais bem classificados, só o Benfica perdeu, mas a jogar frente ao 3º. Entre as equipas da segunda metade, só Parede e Riba d'Ave não perderam, mas jogaram entre si.

Este sábado, depois dos jogos em que estiveram os quatro primeiros, Oliveirense, Valongo e Tomar vincaram a tal clivagem.

A Oliveirense, 5ª classificada, atravessa um bom momento, com apenas uma derrota (Benfica) e um empate (Sporting) nos últimos 11 jogos, agora 12 com um triunfo em Braga por 1-5.

No Pavilhão de Sequeira, Tomás Pereira bisou na primeira parte, naqueles que seriam os únicos tentos dos primeiros 25 minutos. Nos segundos, o Braga reduziu cedo, por Diogo Seixas, e teria oportunidades de igualar, mas Vítor Hugo não aproveitaria nem um livre directo, nem uma grande penalidade. E o seu colega de formação gulpilharense, Jorge Silva, "castigá-lo-ia" com o 1-3 aos nove minutos.

Na sua experiência, a Oliveirense geriu as incidências e ampliaria a cinco minutos do fim, por Jordi Adroher, não enjeitando a superioridade numérica depois de azul a Pedro Mendes. O vencedor estava definitivamente encontrado, mas ainda haveria tempo para Lucas Martinez também juntar o seu nome à lista de marcadores da partida.

Na perseguição à Oliveirense, o Valongo mantém-se a um ponto. Na recepção ao lanterna-vermelha Paço de Arcos, Rafa Bessa marcou logo no primeiro minuto, ampliando Facundo Bridge, de grande penalidade, ainda não estavam cumpridos cinco.

Bridge bisaria aos 12 minutos, tendo então resposta imediata de Gonçalo Nunes, mas o Valongo embalaria para um já irremediável 5-1 ao intervalo. Com o jogo definido, houve mesmo algum (natural) "desleixo" de parte a parte. Facundo Navarro fizera o sexto pouco depois do reatamento e selaria o resultado a dois minutos do fim.

A equipa da Linha segue a seis pontos da primeira equipa acima da linha de água, o que só por si não será dramático. E, no próximo fim-de-semana, recebe o Murches, num jogo fulcral. No entanto, o cenário actual é aterrador. O grupo orientado por André Luis é o primeiros a passar a fasquia dos 100 golos sofridos (tem agora 102), sofrendo nada menos que 31 nas últimas cinco partidas, tendo apenas uma delas sido frente a um dos habitualmente goleadores "grandes". O Paço de Arcos conta também com o pior ataque, com 41 golos marcados, sendo que, nos últimos três jogos, marcou apenas dois...

Boas séries de Tomar e Riba d'Ave

Sem perder há cinco jogos (algo que só o Sporting iguala), estão Tomar e Riba d'Ave.

O Tomar venceu em Murches por 2-5 e soma 13 pontos em cinco jogos, num ciclo apenas "manchado" por um empate (caseiro) frente ao Riba d'Ave. Tomás Moreira marcou primeiro, aos sete minutos e meio, "redimindo-se" de um livre directo que falhara aos dois minutos. De resto, o habitual especialista de bolas paradas de Nuno Lopes até foi preterido nas restantes quatro oportunidades, mas os tomarenses mostraram que têm mais opções.

A cinco minutos do intervalo, "Tato" Ferruccio foi chamado a livre directo, depois de azul a Zé Miranda, e fez o 0-2. Mas Tomás Cardoso respondeu quase de pronto, e o próprio Zé Miranda igualaria ainda antes do intervalo.

A jovem equipa de Murches conseguira subir acima da linha de água - pela primeira vez - na ronda anterior e luta por pontos que possam representar a "salvação". Desta feita, frente a um mais experiente Tomar, foi traída pela eficácia forasteira nas bolas paradas.

Nos derradeiros seis minutos, a equipa de Nuno Lopes dispôs de três lances de bola parada e converteu as três. Sem Tomás Moreira. Guilherme Silva marcou de grande penalidade, Tato de livre directo, e Lucas Honório também de castigo máximo para um 2-5 que não se alteraria, num resultado talvez demasiado dilatado, mas justo para a superioridade nabantina. Podendo atenuar a diferença, Zé Miranda ainda foi chamado na 15ª falta tomarense, mas António Marante, a continuar a mostrar serviço apesar de preterido na chamada à selecção de Sub-23, evitou o golo.

A fechar a ronda, Parede e Riba d'Ave empataram a três.

O Parede procura uma terceira época no escalão maior, e cedo se viu em desvantagem num jogo importante, mas reagiu bem. Daniel Pinheiro marcou para os visitantes logo no primeiro minuto, Rafa Lourenço igualou quase de pronto.

Passava um susto inicial, mas pesava a ineficácia de bola parada. Mathias Arnaez desperdiçou uma grande penalidade ainda na primeira parte e Rafa Lourenço não conseguiu melhor de livre directo já na segunda. Pior, no seguimento do lance, Rafa Lourenço veria o primeiro azul de uma segunda parte "nervosa", e Pedro Silva faria o 1-2 para a equipa de Raul Meca.

Mais uma vez, o Parede reagiu de pronto, com André Gaspar a igualar, e, aos 10 minutos, João Alves ("Joka") colocaria mesmo a equipa de Pedro Caeiro Gonçalves na frente pela primeira vez, da marca de castigo máximo.

Havia muito para jogar, mas era importante assegurar os três pontos. No entanto, do Minho chegara uma equipa que também respira confiança, com quatro jogos sem perder... e a caminho do quinto. A cinco minutos do final, o capitão Pedro Silva faria um 3-3 que já não se alteraria,

Com o empate, o Riba d'Ave (este ano de regresso à divisão maior, recorde-se) reforça a sua posição de play-off, com 22 pontos no 8º lugar, mais dois que o Braga. O Parede passa a somar 15 pontos e sai da zona de descida, mas "ex aequo" com o Murches. Na pretérita temporada, os rubro-negros lograram a permanência com 18 pontos, que podem não ser suficientes este ano. Nas próximas três partidas, o Parede joga em Tomar e defronta depois Paço de Arcos e Murches em dois jogos que serão decisivos para as três equipas da Linha. Se a permanência continuar em aberto, o Parede não podia desejar pior nas três derradeiras jornadas: terá pela frente Porto, Benfica e Sporting...

Antes destas contas, o Campeonato Placard regressa no dia 11, para mais um fim-de-semana condicionado pelas competições europeias. Haverá dois jogos no sábado, cinco - incluindo o "prato forte" entre Óquei de Barcelos e Sporting - no domingo com as equipas das quintas-feiras de Liga dos Campeões, e um derradeiro no dia 22, entre Famalicense e Braga, em virtude da participação bracarense na Taça WSE.

20ª Jornada

Sporting 7-2 Famalicense • 4.Mar

Porto 9-1 Juventude de Viana • 4.Mar

• Benfica 2-5 Óquei de Barcelos • 4.Mar

• Murches 2-5 Tomar • 4.Mar

• Braga 1-5 Oliveirense • 4.Mar

Valongo 7-1 Paço de Arcos • 4.Mar

• Parede 3-3 Riba d'Ave • 4.Mar

Classificação

= 1º Benfica (51), 2º Sporting (48), 3º Óquei de Barcelos (47), 4º Porto (42), 5º Oliveirense (37), 6º Valongo (36), 7º Tomar (33), 8º Riba d'Ave (22), 9º Braga (20), 10º Famalicense (19), 11º Parede (15), 12º Murches (15), 13º Juventude de Viana (10), 14º Paço de Arcos (9)

AMGRoller Compozito

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