Murches vence campeão Porto: veio para ficar

O Murches, estreante na I Divisão, venceu o campeão Porto, garantindo desde já a manutenção. E a jovem equipa de 'Caleta' até sobe ao 8º lugar, ficando em posição de play-off. O Benfica sofreu em Tomar, mas mantém a diferença na liderança.

Murches vence campeão Porto: veio para ficar

O Murches fez este domingo história. Vencer o Porto, campeão nacional e a equipa portuguesa mais titulada, é só por si um feito, mas uma equipa estreante na categoria máxima, no agora Campeonato Placard, garantir a manutenção, merece destaque particular.

Com a vitória sobre o Porto por 3-2, o Murches soma 24 pontos, mais nove do que o Parede, primeira equipa abaixo da linha de água. Os paredenses ainda podem somar os nove pontos de diferença (ainda que defrontando Porto, Benfica e Sporting), mas o Murches, mesmo não somando qualquer outro ponto, tem vantagem no confronto directo.

No jogo deste domingo, Bernardo Ramalho fez o primeiro aos sete e meio, com Ezequiel Mena a igualar aos 12. E, já nos dois minutos finais desta primeira parte, Carlo Di Benedetto fazia um 1-2 para uma reviravolta que, entre equipas de argumentos díspares, é geralmente definitiva.

No entanto, o Murches voltou a igualar, por Bernardo Sousa, aos sete minutos e, aos 15, na 10ª falta azul-e-branca, Zé Miranda voltava a virar o jogo perante um Porto que, depois de um mau período e maus resultados no arranque da primeira volta, tem subido de forma, culminando numa excelente exibição frente ao Noia para a Liga dos Campeões. Mas, com a equipa de Cascais a fechar bem e Gonçalo Alves a falhar uma grande penalidade e Carlo Di Benedetto um livre directo perante Rodrigo Vieira, a histórica vitória - num ano em que o Murches também empatou no João Rocha, recorde-se - não escaparia.

A vitória vale a manutenção, mas também a subida ao 8º lugar, passando Riba d'Ave e Famalicense, ficando o Murches em lugar de play-off. Seria o corolário perfeito para o trabalho de Hugo Lourenço ("Caleta"), à frente de um grupo muito jovem.

Líder passa em Tomar com hat-trick de Pablito

Mesmo sem Lucas Honório (cedido pelas águias), nem Guilherme Silva (lesionado), o Tomar adiantou-se aos cinco minutos e meio, de meia distância, por Filipe Almeida. E, num livre directo a dois minutos do intervalo depois de uma falta num contra-ataque de Tomás Moreira, o próprio rematou fortíssimo e colocado para o 2-0.

O Benfica, com Edu Lamas de regresso ao campeonato (já jogara para a Liga dos Campeões), não mostrava ideias no ataque, mas, sobre o intervalo, numa jogada quiçá "made in Barcelona", Nil Roca serviu Pablo Alvarez ao segundo poste para um golo a meia altura.

Diz-se que os golos perto do intervalo são "boosts" ou golpes (conforme a perspectiva) anímicos e o Benfica capitalizou o momento no arranque da segunda parte. Depois de corte de António Marante com desvio no patim de Roberto Di Benedetto, Pablito voltou a marcar, rematando para a baliza sem guarda-redes, aos quatro minutos.

O atacante argentino das águias teve, pouco depois, um primeiro livre directo para consumar a reviravolta, mas não seria desta. Mais tarde, aos 14 minutos, depois de vermelho a "Tato" Ferruccio num lance em que atinge Lucas Ordoñez no seguimento da queda do jogador do Benfica, Pablito fazia, no livre directo, o 2-3 num raro remate directo.

Pese ter as soluções ainda mais reduzidas, Nuno Lopes, não abdicou de procurar o empate. O Tomar sobreviveu a mais uma inferioridade numérica depois de azul a Ivo Silva (em mais um lance muito contestado) e encostou mesmo os encarnados nos derradeiros minutos da partida, mas sem conseguir o procurado ponto.

Com os três pontos somados, o Benfica mantém a vantagem de cinco pontos sobre o Sporting, que venceou, com goleada, em Riba d'Ave.

Leões goleiam nas Tílias

Dois golos nos primeiros três minutos, por Ferran Font e Toni Pérez, levaram Raul Meca a pedir cedo um desconto de tempo, mas, aos seis minutos, Alessandro Verona fazia o terceiro e, antes de estarem cumpridos 10, João Souto ampliava para 0-4.

Este tem sido um Sporting a entrar determinado e a "matar" jogos cedo. Franco Posito ainda reduziu, mas Gonzalo Romero marcou antes do intervalo e pouco tempo volvido após o descanso. E, com 1-6 no marcador, o Sporting geriu. À passagem dos 15 minutos, João Souto marcou por mais duas vezes para selar um hat-trick e selar um 1-8.

Óquei de Barcelos na peugada

Em Barcelos, o jogo começou atrasado por distúrbios no exterior do pavilhão, de que a direcção barcelense já se desmarcou. Em pista, entre duas equipas vindas de triunfos na Catalunha para a Liga dos Campeões, o Óquei venceu o Valongo por claros 5-1, pese Nuno Santos ter marcado para os visitantes primeiro, logo aos dois minutos e meio.

Luís Querido desperdiçou uma grande penalidade e Carlitos um livre directo, depois de azul a Rampulla, e tardava novo golo. Chegaria já no último minuto desta primeira parte, com Alvarinho a igualar de livre directo depois de azul a Francisco Silva.

Na etapa complementar, o Óquei de Barcelos procurou sempre mandar no jogo, enquanto o Valongo procurava responder em ataques rápidos. E a intenção ofensiva da equipa de Paulo Freitas teve prémio aos 11 minutos, quando Alvarinho virou o jogo e, logo de seguida, Miguel Vieira fez o 3-1. Dois jogadores com passado no Valongo desequilibravam a partida.

Alejandro Edo negaria novo golo de livre directo a Alvarinho, mas o atacante faria mesmo o 4-1 já na recta final do jogo, vendo João Almeida, adjunto de Edo Bosch, o vermelho a meio minuto do final, quando dificilmente o vencedor podia ser outro. O 5-1, por Miguel Rocha, no livre directo da expulsão, fechou as contas.

Oliveirense passa Valongo e aproxima-se do Porto

Horas antes da derrota do Porto, a Oliveirense cumprira em Famalicão, ainda que vencendo por tangencial 4-5. E a equipa de Paulo Pereira fica agora a apenas dois pontos do 4º lugar dos dragões, ainda que estes tenham um jogo em atraso, passando na classificação o Valongo.

Dois golos de Jordi Adroher e um de Lucas Martínez, Xavi Cardoso e Tomás Pereira, com Nuno Silva (1-2) e "Juanjo" López (2-4) a reduzirem levava a um "animado" 2-5 ao intervalo. O jogo parecia na mão da equipa de Oliveira de Azeméis, mas golos de Rafael Almeida e Juanjo reduziram para a margem mínima e assustaram. No entanto, a experiência oliveirense vingou, com a vantagem amealhada nos primeiros 25 minutos a render juros.

Acerto de calendário, com Braga com jornada dupla

Antes da pausa pascal, há três jogos para colocar o calendário em dia. No dia 29, o Riba d'Ave recebe o Porto e o Braga desloca-se a Viana do Castelo, num jogo em que algo que não seja a vitória da Juventude de Viana, condena desde logo, matematicamente, os vianenses à descida.

No dia seguinte, dia 30, há novo jogo para o Braga, de novo com dérbi minhoto. Na inusitada solução de dois jogos em dias consecutivos para resolver os constrangimentos de calendário, os bracarenses recebem o Óquei de Barcelos.

23ª Jornada

Paço de Arcos 3-2 Parede • 25.Mar

Óquei de Barcelos 5-1 Valongo • 26.Mar

• Famalicense 4-5 Oliveirense • 26.Mar

• Riba d'Ave 1-8 Sporting • 26.Mar

Murches 3-2 Porto • 26.Mar

• Tomar 2-3 Benfica • 26.Mar

• Juventude de Viana vs. Braga • 29.Mar, 21h

Jogos em atraso

• Riba d'Ave vs. Porto • 29.Mar, 21h

• Braga vs. Óquei de Barcelos • 30.Mar, 21h

Classificação

= 1º Benfica (60), 2º Sporting (55), 3º Óquei de Barcelos* (51), 4º Porto* (45), 5º Oliveirense (43), 6º Valongo (42), 7º Tomar (36), 8º Murches (24), 9º Famalicense (22), 10º Riba d'Ave* (22), 11º Braga** (20), 12º Parede (15), 13º Paço de Arcos (12), 14º Juventude de Viana* (10)

*menos um jogo, **menos dois jogos

AMGRoller Compozito

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