As Taças dos 'outros'
Este fim-de-semana, disputa-se em Tomar a Final Four da Taça de Portugal, a 'prova rainha'. Tomar e Óquei de Barcelos tentarão surpreender Porto e Sporting para uma final sem 'grandes' do futebol. Tal só aconteceu cinco vezes em 47 edições.
A Taça de Portugal conta 47 edições realizadas. No início dos anos 60, registaram-se duas edições, perpetuando-se a discussão se seriam as primeiras da Taça, se deviam entrar nas contas do Campeonato Nacional. Ainda no lançamento da Final Four deste ano, foi anunciada uma 46ª edição, mas sete vencedores, o que só será factual considerando aquelas duas primeiras edições "marginais". Após o "25 de Abril", a partir de 1975/76, a "prova rainha" ocupou definitivamente um espaço próprio, e de destaque, no calendário nacional.
No cômputo das 47 edições, os "grandes" do futebol reclamaram 37 vezes a conquista. Porto e Benfica, os emblemas mais titulados do Hóquei em Patins português, ergueram, respectivamente, 18 e 15 vezes o troféu. O Sporting, com a secção a navegar muitos anos num mar de incerteza, venceu a prova em "apenas" quatro ocasiões, mas nesta edição já deixou pelo caminho os encarnados, nos oitavos-de-final.
Aos "três grandes", juntam-se outros quatro vencedores. O moçambicano Malhangalene venceu em 1964, o Académico de Cambra levou a melhor em 2007 e Óquei de Barcelos e Oliveirense somam, tal como o Sporting, quatro títulos.
Este ano, cabe ao Tomar a tarefa ingrata, apesar de jogar na sua pista, de se juntar ao rol de vencedores da prova, medindo forças com o Porto, detentor do troféu, na primeira meia-final, ao passo que a segunda colocará frente-a-frente Óquei de Barcelos e Sporting.
O Tomar procura a segunda presença na final, tendo sido derrotado em 2017 pelo Porto. Na outra meia-final, os barcelenses contam até mais presenças na decisão que os leões (10 contra oito), mas uma final sem qualquer dos "grandes" dos futebóis teria uma aura diferente. E só aconteceu cinco vezes.
Sem "grandes" do pontapé na bola
Foi preciso esperar até 1992, na 19ª edição da competição, para se ver uma final sem Benfica, Porto ou Sporting. O Óquei de Barcelos venceria a Académica de Coimbra por 8-0 para erguer a primeira Taça da sua bela história na modalidade. Triunfando frente ao Benfica em 1993 e 2003, os barcelenses venceriam o seu quarto troféu em 2004 frente ao Alenquer e Benfica, naquela que foi a última presença da equipa agora comandada por Paulo Freitas na final da "prova rainha". Já lá vão 19 anos.
Antes, também sem "grandes" o Óquei de Barcelos disputou a final de 1997 com a Oliveirense, levando a equipa de Oliveira de Azeméis a melhor no desempate por grandes penalidades para inscrever o seu nome no lote de vencedores da prova. A segunda conquista dos oliveirenses foi em 2011, frente ao Candelária na final. Seria a última decisão sem "grandes" do futebol.
Nas contas às finais sem águias, dragões ou leões, merece sublinhado particular a conquista do Académico de Cambra em 2007. Ao vencer o Braga em São João da Madeira, as "abelhas" tornaram-se a derradeira equipa a juntar-se aos vencedores, que então passaram a sete, da Taça. Só o Tomar pode agora alargar este número.
Meias-finais
• MF1 • Tomar vs. Porto • 29.Abr, 12h
• MF2 • Sporting vs. Óquei de Barcelos • 29.Abr, 15h
Final
• Vencedor MF2 vs. Vencedor MF1 • 30.Abr, 15h
Sexta-feira, 28 de Abril de 2023, 18h36
