A 'segunda vinda' do SRV, com uma reversão que se estranhou

O regresso na Taça de Portugal do Sistema de Revisão Vídeo ficou marcado pela expulsão de Tato Ferruccio e posterior reversão no prolongamento da final. A demora no pedido pelo Sporting explica a situação que deixou muitas dúvidas.

A 'segunda vinda' do SRV, com uma reversão que se estranhou

O Sistema de Revisão Vídeo (SRV) foi um dos protagonistas da Final Four da Taça de Portugal. A ferramenta é abusivamente apelidada de "VAR" pela popularização no futebol, mas no Hóquei em Patins não há, de facto, um "vídeo-árbitro". É uma ferramenta ao dispor dos árbitros de pista e a sua utilização na Elite Cup, no mesmo Municipal de Tomar, mereceu elogios, apesar dos vários (e longos) tempos de paragem a que obrigou.

O sistema regressou agora na decisão da Taça de Portugal, com um protocolo revisto com diferenças mínimas para aquele que foi aplicado na Elite Cup. Deixa, no entanto, de constar a referência a uma situação "experimental".

A utilização na primeira meia-final acabou por surpreender muita gente. Por exemplo, Paulo Freitas elogiou a utilização da ferramenta, mas lamentou que o anúncio às equipas tivesse sido na véspera. Se o técnico do Óquei de Barcelos achou tardio o anúncio, que dirão todos os agentes do Hóquei em Patins que ficaram à margem do anúncio. Desde logo, a generalidade dos adeptos que, vetados à ignorância, acabam por fazer dos árbitros das partidas os alvos mais fáceis.

Na maioria dos casos, a visualização das imagens não foi suficiente para os árbitros mudarem a sua decisão, mas na final, a paragem - uma de muitas, demasiadas e demasiado longas - a 45 segundos do final, gerou muita confusão. O Tomar pediu para se rever um lance de possível livre directo por falta de Ferran Font sobre Filipe Almeida. Joaquim Pinto e João Catrapona analisaram e não encontraram motivo para satisfazer a pretensão da equipa da casa.

Comunicada a decisão, Quim Paüls "lançou" outro desafio aos árbitros, sobre um alegado - e que se confirmaria - puxão de Tato Ferruccio, no banco do Tomar, a Ferran Font. Após análise, foi decidida a expulsão do jogador do Tomar e correspondente livre directo para os leões.

A caminho dos balneários, Tato, ainda foi dar um "mimo" a Font (também merecedor de expulsão), mas os árbitros estavam a conferenciar e não viram o lance. Do que falavam os árbitros? Possivelmente sobre a reclamação de Pedro Martins, que, esclarecido mesmo com a cabeça ligada, se referia ao tempo de jogo decorrente desde o lance. E tal seria determinante para reverter a decisão de expulsão.

O lance analisado entre Tato e Font acontecera um minuto contado antes do pedido de revisão do Sporting e o protocolo só permite pedidos no período de 30 segundos contados após as situações contestadas.

A expulsão ajustar-se-ia - e o argentino do Tomar, a contas com um processo disciplinar, poderá ficar a contas com outro -, mas, recorrendo a termos legais, a "prova" já não era admissível. O lance nem devia ter sido analisado, e daí a reversão da decisão.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia
O intrometido Tomar de Nuno Lopes

O intrometido Tomar de Nuno Lopes

O Tomar tornou-se o oitavo vencedor da Taça e pôs termo a uma série de 22 triunfos consecutivos em provas oficiais dos cinco clubes que mais vão investindo em Portugal. Desde 2014, no ano dourado do Valongo, que mais ninguém se intrometia.