A luta de Ricardo Ares no orgulho portista

Ricardo Ares, que vira o 'seu' Voltregà ganhar a Taça WSE, liderou o Porto à conquista da mais importante prova europeia, juntando a Liga dos Campeões às conquistas da Taça Intercontinental, Taça de Portugal, Campeonato Nacional e Elite Cup.

A luta de Ricardo Ares no orgulho portista

Em 1986, Cristiano Pereira conduziu o Porto à conquista da Taça dos Campeões Europeus. Em 1990, foi José Fernandes a liderar os dragões ao segundo título, conseguido na quarta final alcançada.

Depois, aconteceu uma das mais badaladas malapatas da história da modalidade, com o Porto a chegar a 11 finais sem lograr a terceira. Nem Vítor Hugo (1997), nem António Livramento (1999), malogrado pouco depois da final europeia, nem Cristiano Pereira (2000) no regresso ao comando técnico, nem os bicampeões europeus Franklim Pais (2004, 2005 e 2006) e Tó Neves (2013 e 2014) ou o catalão Guillem Cabestany (2018, 2019 e 2021) lograram voltar a dar o mais importante título a Pinto da Costa.

Em 2021, Ricardo Ares chegava ao Porto como, queira-se ou não, um ilustre desconhecido do grande público. Afinal, o basco, agora com 47 anos, apenas tivera uma experiência - ainda que de seis anos - como treinador principal a nível de clubes. Fora seleccionador no feminino e adjunto de Alejandro Dominguez na selecção principal do país vizinho. Seria o sucessor do argentino à frente de "La Roja", mas, entre a pandemia e o convite do Porto, acabaria por não dirigir qualquer partida.

Na Elite Cup, na sua primeira edição como prova oficial, o Porto perdeu na final com o Óquei de Barcelos. Uma entrada em falso, para uma temporada que seria pautada por triunfos. Na Taça Intercontinental, Taça de Portugal e Campeonato Nacional. No embalo, veio a conquista da Elite Cup no arranque da nova temporada. Apesar do desaire na Supertaça António Livramento, Ricardo Ares teria o prémio, logo em Novembro, de uma inusitada renovação até 2027, no reforço da aposta de Eurico Pinto e dos dragões.

O Porto venceu o Benfica no fechar da primeira volta e dobrou a fase regular na liderança, parecendo lançado para mais uma época afirmativa. Mas, com uma atípica segunda volta, o Porto desceu do 1º lugar para o 4º em que terminaria a primeira fase do campeonato.

Foi uma montanha-russa exibicional bem ilustrada numa semana louca. Os dragões venceram Luz a 25 de Abril, na derradeira jornada, ainda que nada alterasse na classificação. A 29 de Abril, houve uma derrota inapelável nas meias-finais da Taça de Portugal, numa exibição confrangedora. Temeriam os adeptos azuis-e-brancos o pior para o desafio europeu. Afinal, as exibições não eram as melhores e a maldita malapata já durava há 33 anos...

No entanto, como no teatro, um mau ensaio geral redundou numa exemplar actuação. Em três actos.

Em Viana do Castelo, o Porto venceu o Benfica, o grande rival nacional, por 2-4, no quatro triunfo em cinco embates com as águias esta época. Depois, bateu o Barcelona, o grande rival nas andanças internacionais, por 4-3. E, finalmente - e na final, passe a redundância -, o Valongo, por 5-1.

O Porto erguia a sua terceira taça de campeão europeu às ordens de Ricardo Ares.

Dupla alegria

Esta época, não será só a vitória do Porto a deixar Ares contente a nível europeu, porque, no passado dia 23 de Abril, o "seu" Voltregà conquistou a Taça WSE, segunda principal prova europeia.

Ares não esconde a sua ligação emocional [aqui explicada] aos azuis-e-brancos de Saint-Hipòlit, que orientou de 2010 a 2016. De resto, foi o único outro clube para além do Porto em que foi treinador principal.

No horizonte, estará um duelo entre os "dois amores" de Ares no arranque da próxima temporada. Na Taça Continental - se, ao contrário do que aconteceu em 2021, deixarem o Porto participar - os dragões defrontarão nas meias-finais o Braga, finalista vencido da Taça WSE, ao passo que o Voltregà defronta, na outra meia-final, o Valongo, actual detentor do troféu.

O Porto esteve na discussão de seis edições da Taça Continental, tendo vencido apenas em 1986.

AMGRoller Compozito

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