O excepcional caso de Rafael Bessa
Rafael Bessa foi uma das boas revelações dos últimos campeonatos, no Valongo, e é reforço do Sporting. Será o único jogador dos 'três grandes' a aguardar internacionalização e o primeiro assim recrutado pelos leões depois de 2014.
Na maioria dos casos, a chamada a uma selecção nacional jovem para um grande campeonato, europeu ou mundial, é certificado de qualidade para o futuro. A presença numa selecção sénior é o carimbo definitivo.
Com capital para investir nos melhores jogadores do planeta, Benfica, Sporting e Porto contam nas suas fileiras com uma miríade de internacionais por vários países. Aliás, todos os jogadores esperados nos respectivos plantéis para a próxima temporada são internacionais. Excepto Rafael Bessa.
Rafael Bessa foi anunciado esta semana pelo Sporting como primeiro reforço para a nova temporada, depois do defeso de 2022 não ter oferecido qualquer novo jogador ao plantel verde-e-branco. Um ano volvido, sem qualquer conquista, o Sporting apresentou Bessa e apresentará também Facundo Bridge, sendo apenas expectável a saída de João Almeida, para o Valongo, em sentido contrário aos dois jogadores que chegam.
Rafa é natural da Sobreira, concelho de Paredes, e ali começou a jogar. Cedo "saltou" para o projecto do Valongo e, em 2015, ganhou o Inter-Regiões com a Associação de Patinagem do Porto. Apesar de jogar muitas vezes no escalão acima e de ter chegado aos seniores com apenas 17 anos, nunca teve oportunidade de representar uma selecção nacional. Tem agora 22 anos, mas, por dias, não pôde ir ao Campeonato da Europa de Sub-23, dado que completará 23 anos até ao final do ano, em Dezembro.
Impôs-se pela raça, sendo um atacante diferente, que oferece possibilidades distintas das habituais. Rápido e acutilante. A prova que um passado sem selecções não fecha portas.
Rafa chega neste defeso com o argentino Facundo Bridge, nada menos que campeão do Mundo, e depois de inúmeros nomes grandes da modalidade.
Antes de 2022, tinham chegado Henrique Magalhães e João Almeida (2021), Gonçalo Nunes e Alvarinho (2020), Alessandro Verona, João Souto e Telmo Pinto (2019), Gonzalo Romero e Raul Marin (2018), Henrique Magalhães, Matias Platero, Toni Pérez e Vitor Hugo (2017), Caio, Ferran Font, Gonçalo Nunes, Pedro Gil e Sergi Miras (2016) e André Centeno, Cacau, Luís Viana, "Tuco" Abalos (2015). Todos com internacionalizações pelas selecções principais ou jovens dos seus países, de Portugal a Espanha, de Itália ao Brasil e Argentina, e até por Angola.
É preciso recuar até 2014, noutra realidade para os verde-e-brancos, para encontrar um defeso em que o Sporting integrava na equipa principal alguém sem passado de selecções.
O Sporting regressara à I Divisão em 2012 e só na última jornada garantiria uma segunda temporada na categoria máxima. Com um percurso tranquilo, terminaria em 9º entre 16 equipas, mas os pergaminhos do clube exigiam mais.
Chegariam Ângelo Girão (já internacional sénior), João Pinto (internacional juvenil, júnior e presente numa Taça Latina), Nicolas Fernandez (internacional chileno), Carlitos e Poka (internacionais júnior) e Tiago Losna, que chegava do Porto aos 31 anos. Mas sem qualquer internacionalização.
Nessa temporada, a primeira de um investimento crescente, o Sporting "subiria" a 5º e com uma Taça CERS conquistada.
Fãs com humor
Antes de chegar ao Sporting, Rafael Bessa é já um fenómeno das redes sociais. Bem, mais ou menos. Uma página do Instagram bem humorada, a rb17fans, vai acompanhando o percurso do jogador desde Novembro de 2020, desde que era um ilustre desconhecido até que passou a ombrear com os mais afamados jogadores do Hóquei em Patins nacional e internacional. Conta 216 seguidores, mas mereceria muitos mais.
Quinta-feira, 6 de Julho de 2023, 23h52
