Clássico a alta temperatura deu empate

Não foi um grande Clássico, mas, com duas horas, marcadas pelo calor, foi um Clássico grande. Espanha e Portugal dividiram pontos num empate a três selado já no derradeiro minuto do encontro. Portugal lidera, mas só tem certo que não ficará em 4º.

Clássico a alta temperatura deu empate

Não foi um grande Clássico entre as duas mais galardoadas selecções do Hóquei em Patins mundial, mas fica para a História como um Clássico grande. Foram duas horas de "jogo", com cada parte a ir além dos 50 minutos, marcadas por um calor a rondar os 40 graus que se fazia sentir em Sant Sadurní d'Anoia e que o (mau) Hóquei em Patins praticado não ajudou a suportar. No final, deu empate.

Portugal adiantou-se cedo, com um remate colocado de João Rodrigues aos três minutos, e aproveitou a vantagem para gerir com um ritmo baixo e prolongando toda e qualquer paragem para respirar. Não metaforicamente, porque era mesmo necessário inspirar e expirar. Aos sete minutos, a paragem foi mais longa, quando uma tabela cedeu a um impacto, tendo de ser improvisada uma solução para o jogo (e o Europeu...) prosseguir.

João Rodrigues marcou cedo um golo que, aliado ao calor, ditou a toada da partida em toda a primeira parte.
João Rodrigues marcou cedo um golo que, aliado ao calor, ditou a toada da partida em toda a primeira parte.

No ritmo baixo imposto pelos portugueses, uma stickada (despropositada, mas sem violência) de Telmo Pinto num adversário quebrou a monotonia aos 14 minutos. Marc Julià foi para a marca de livre directo, mas não conseguiu - mesmo com repetição - bater Pedro Henriques. E a Espanha também não capitalizou um powerplay bem defendido pela selecção de Renato Garrido.

Portugal ia esticando o tempo de ataque e a Espanha ia talvez lamentando a ausência de Toni Pérez, tantas as oportunidades perdidas em finalizações deficientes a meia altura na cara do guarda-redes português. A minuto e meio do intervalo, Martí Casas lograva enfim a tão procurada igualdade, beneficiando de um controlo com o patim que originou reclamação da selecção das quinas, mas que os árbitros não entenderam intencional.

Depois de um "longo" intervalo de perto de 15 minutos, o jogo recomeçou praticamente com um azul a Marc Grau, mas o irmão Carles parou o livre directo do ex-colega do Porto, Gonçalo Alves. Como pararia os dos colegas desta última temporada, João Rodrigues e Hélder Nunes.

Pedro Henriques mostrou segurança e, em alta competição, não houve margem para o aniversariante Xano Edo fazer a sua estreia em pista.
Pedro Henriques mostrou segurança e, em alta competição, não houve margem para o aniversariante Xano Edo fazer a sua estreia em pista.

O powerplay não deu golo e, pese haver mais velocidade, o Hóquei em Patins, condicionado pelo calor, ficava a dever muito à tradição das duas selecções. Coube a Rafa relançar a emoção, no 10º minuto, num remate do "meio da rua" onde ficou a dúvida de um desvio de Hélder.

Portugal poderia ter ampliado no mesmo minuto quando Julià atingiu Hélder Nunes na cabeça com o stick ao tentar ganhar (inadvertidamente, mas desleixadamente) uma bola que vinha alta. Num momento duplamente infeliz, João Rodrigues não conseguiu bater Grau e cometeu a 10ª falta. Outro jogador do Barcelona, Pau Bargalló, não enjeitou a oportunidade de fazer o 2-2.

A Espanha jogava ainda com menos um, pelo azul a Julià, mas lograra empatar e, ganhando uma grande penalidade, tinha oportunidade de passar para a frente. Mas César Carballeira não conseguiu desfeitear Pedro Henriques. O seleccionado de Guillem Cabestany estava mais perto do golo e conseguiria mesmo passar para a frente, quando, aos 14 minutos, Nil Roca descobriu de meia distância o caminho para o fundo das redes de Pedro, seu colega no Benfica.

O incansável (e muito contestário) Nil Roca consumou a reviravolta espanhola no jogo.
O incansável (e muito contestário) Nil Roca consumou a reviravolta espanhola no jogo.

A selecção portuguesa estava pela primeira vez em desvantagem neste Europeu e reagiu, ainda que parecesse mais à procura da 10ª falta do que de um golo que era tentado de meia distância ou em lançamentos a pedir um providencial desvio.

A estratégia resultou a seis minutos do fim, numa falta ganha por João Souto, mas ainda não seria Hélder a conseguir marcar de bola parada a Grau. Portugal insistiu. O jogo, com notória falta de pernas (e de ar...) de parte a parte e já com França à espera para aquecimento do jogo seguinte, partiu, jogando-se mais com o coração que com a cabeça.

Já no derradeiro minuto, Sergi Aragonès pôs-se a jeito e viu azul por falta sobre Hélder Nunes, de pouco (nada, mesmo) servindo os seus protestos. Hélder, queixoso do ombro, saiu quase directamente para o balneário, e regressou Gonçalo Alves à marca de livre directo. O atacante português não marcou à primeira, mas marcou à segunda, somando o seu quinto golo numa competição em que vai sendo determinante não apenas pelos golos que marca, mas pela capacidade de dar cunho ofensivo à selecção portuguesa.

Gonçalo Alves carimbou a igualdade final já no derradeiro minuto de jogo.
Gonçalo Alves carimbou a igualdade final já no derradeiro minuto de jogo.

A divisão de pontos, contabilizada uma vitória de 4-2 de Itália sobre a França, vale a manutenção da liderança a Portugal, mas quase tudo fica em aberto para a derradeira jornada. Portugal defronta a França e, se vencer, termina em 1º e relega os gauleses para 4º, sendo previsível que se voltem a defrontar nas meias-finais. O empate, se Itália e Espanha também empatarem, também serve para vencer o grupo A, sendo apenas certo que os portugueses não terminarão em 4º lugar.

Suíça lidera grupo B

No Grupo B, antes do jogo de Portugal, a Suíça voltou a vencer, derrotando desta feita Andorra por 2-5. Os helvéticos lideram e basta um empate frente à Alemanha para cumprirem o primeiro objectivo de vitória neste grupo.

No outro jogo, Inglaterra cedeu por 2-8 frente à Alemanha e, defrontando Andorra no derradeiro dia da fase de grupos, a selecção de Vítor Pereira dificilmente escapará ao 4º lugar que tem encontro marcado, nos quartos-de-final, com o vencedor do grupo A.

Campeonato da Europa 2023 - Grupo A

Portugal 7-4 Itália • 17.Jul

• Espanha 2-2 França • 17.Jul

• Espanha 3-3 Portugal • 18.Jul

Itália 4-2 França • 18.Jul

• Portugal vs. França • 19.Jul, 18h30

• Itália vs. Espanha • 19.Jul, 21h

*horas locais, menos uma hora em Portugal continental

= 1º Portugal (4), 2º Itália (3), 3º Espanha (2), 4º França (1)

Campeonato da Europa 2023 - Grupo B

Suíça 4-0 Inglaterra • 17.Jul

Andorra 6-2 Alemanha • 17.Jul

• Andorra 2-5 Suíça • 18.Jul

• Inglaterra 2-8 Alemanha • 18.Jul

• Suíça vs. Alemanha • 19.Jul, 13h30

• Inglaterra vs. Andorra • 19.Jul, 16h

*horas locais, menos uma hora em Portugal continental

= 1º Suíça (6), 2º Andorra (3), 3º Alemanha (3), 4º Inglaterra (0)

Campeonato da Europa 2023 - Fase final

• QF1 • 4º Grupo A vs. 1º Grupo B • 20.Jul, 13h30

• QF2 • 3º Grupo A vs. 2º Grupo B • 20.Jul, 16h

• QF3 • 2º Grupo A vs. 3º Grupo B • 20.Jul, 18h30

• QF4 • 1º Grupo A vs. 4º Grupo B • 20.Jul, 21h

• LF1 • Vencido QF3 vs. Vencido QF2 • 21.Jul, 13h30

• LF2 • Vencido QF4 vs. Vencido QF1 • 21.Jul, 16h

• MF1 • Vencedor QF3 vs. Vencedor QF2 • 21.Jul, 18h30

• MF2 •Vencedor QF4 vs. Vencedor QF1 • 21.Jul, 21h

• 7º e 8º • Vencido MF2 vs. Vencido MF1 • 22.Jul, 13h30

• 5º e 6º • Vencedor MF2 vs. Vencedor MF1 • 22.Jul, 16h

• 3º e 4º • Vencido MF2 vs. Vencido MF1 • 22.Jul, 18h30

• Final • Vencedor MF2 vs. Vencedor MF1 • 22.Jul, 21h45

*horas locais, menos uma hora em Portugal continental

AMGRoller Compozito

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