Stromp fica em casa
Na apresentação diante dos seus adeptos, o Sporting venceu o Troféu Stromp, mas mostrando que ainda há muito trabalho pela frente. O Tomar, com uma excelente primeira parte, permitiria a reviravolta na segunda.
O Sporting conquistou o seu Troféu Stromp, que marca a apresentação da equipa aos seus associados e adeptos, com uma vitória por 4-2 sobre o Tomar.
No arranque de nova temporada no João Rocha, destaque para a distribuição pelas cadeiras de uma folha com as alterações às regras, numa medida pedagógica que merece elogios. No jogo, houve a marcação de várias bolas paradas, alguns cortes com o patim, mas os adeptos mostraram-se devidamente informados.
Alejandro Dominguez, ausente do banco por ainda estar a cumprir castigo, apostou num primeiro cinco com Girão, Romero, Verona, Font e Toni Pérez, tendo no banco todos os outros seis jogadores que compõem a equipa principal esta época. Nesses estavam Facundo Bridge e Matías Platero, dois não seleccionáveis a juntar aos quatro do cinco inicial. Para Campeonato e Taça, um dos não seleccionáveis terá de ficar de fora.
Nuno Lopes também apostou num cinco sem reforços, com Marante, Guilherme Silva, Pedro Martins, Filipe Almeida e Tato Ferruccio, mas a mostrar mais ritmo e, na reedição do embate da final da Taça de Portugal, o Tomar protagonizou uma grande primeira parte.
Sem conceder espaços defensivamente, os tomarenses foram sempre mais perigosos e as oportunidades multiplicavam-se desde cedo. Ângelo Girão adiou o golo em diversas ocasiões, até que, aos oito minutos, Guilherme Silva serviu Tato para o tento inaugural.
O Sporting conseguiu sacudir a pressão, mas sem nunca criar oportunidades de golo. Font esteve apagado (o único "remate" que terá acertado, não foi na bola, foi em Pedro Martins) e Rafael Bessa, ainda a procurar o entrosamento com a equipa (ao contrário de Bridge, que parece já integrado), teve poucos minutos.
O Tomar voltou a ganhar ascendente e, no culminar de outro período de assédio à baliza de Girão, Pedro Martins fez, a quatro minutos e meio do intervalo, o 0-2 com que se chegou ao intervalo.
Para a segunda parte, Nuno Lopes, que já utilizara os também reforços Xanoca e André Centeno, lançou Gonçalo Neto, mas o atacante acabou por não ter muitos minutos, em virtude do Sporting surgir com uma predisposição mais ofensiva e mais intensa, a exigir outras características e outra rotina no grupo.
Ainda não estavam cumpridos três minutos, quando Toni Pérez foi rápido a reagir para marcar numa recarga o 1-2. Pouco depois, Guilherme Silva via o azul, mas António Marante negava a oportunidade a João Souto. O guarda-redes tomarense, pouco chamado nos primeiros 25 minutos, protagonizaria uma excelente exibição nesta etapa complementar, pese os tentos que acabaria por sofrer.
O Sporting assumia mais o jogo e as oportunidades iam surgindo. Aos 10 minutos, chegaria a igualdade, com Gonzalo Romero a servir Souto para o internacional português encostar para o 2-2. Era a igualdade em golos, já com a igualdade em faltas, a nove.
Logo após o golo, Romero arrancou em slalom e seria assinalada grande penalidade. Marante não se deixou iludir pelas simulações - agora permitidas - de Verona, nem na recarga. Nem por Nolito de livre directo, pela 10ª falta, no mesmo minuto, nem por João Souto, dois minutos e meio depois, após azul a Tato. Nem no "underplay", negando vários golos.
A nove minutos do fim, as bolas paradas foram para a outra baliza, com duelos entre Tato e Girão depois de azul a João Souto e da 10ª falta leonina. Na primeira oportunidade, o malabarismo do argentino saiu mal. A segunda, até teve direito a repetição, mas o golo - que surgiu apenas no seguimento do lance - foi festejado, mas, alegadamente por ter sido marcado com o patim, não validado.
Os jogadores de Nuno Lopes perdiam o foco, reclamando várias decisões, e tanto protesto acabaria por terminar em azul. Para o próprio Nuno Lopes. E, a seis minutos e meio do apito final, Nolito consumava a reviravolta. 40 segundos volvidos, Bridge servia Toni Pérez, a meia altura ao segundo poste, para uma daquelas finalizações em que o asturiano é especialista.
O Tomar ainda teve uma grande penalidade, com Girão a ganhar o duelo a Guilherme Silva, mas o 4-2 já não se alteraria, havendo apenas mais um azul a registar, a Xanoca, com meio minuto para jogar.
O Sporting conquistava assim o Troféu Stromp frente à sua filial número 1 pelo segundo ano consecutivo, num jogo que mostrou que ainda há muito para trabalhar nesta pré-época.
No Sporting foi notória a falta de rotinas, principalmente no processo ofensivo, mas também no defensivo, valendo um Ângelo Girão em excelente plano. No Tomar, desde logo, vão faltando os equipamentos para a nova temporada, com a produção atrasada (os tomarenses tiveram de jogar com as camisolas de treino), mas também a integração total do atacante Gonçalo Neto, que poderá ser importante no capitalizar das oportunidades criadas pela equipa.
Também em pré-época, estão necessariamente os árbitros José Martins e Paulo Gonçalves, agora promovidos ao principal quadro "A1". E também com trabalho pela frente para reclamarem nomeações para os palcos do dito "Melhor Campeonato do Mundo", e da exigência e reclamações que estão ao nível do seu epíteto.
Domingo, 3 de Setembro de 2023, 23h