O poker espanhol, o bastião português e italianos à espreita
Arranca esta segunda-feira, na Suíça, o Europeu de Sub-19. A Espanha procura vencer o quarto europeu masculino deste ano, mas esta tem sido a prova de eleição de Portugal. Com cinco vice-campeões do Mundo, a Itália é também candidata.
Arranca esta segunda-feira, em Seedorf, Uri, na Suíça, o 53º Campeonato da Europa júnior, Sub-19 desde 2021.
Portugal defende o título conquistado em Paredes, em 2021, no recuperar do troféu que mais vezes tem ganho nos últimos anos. Nada menos que seis vezes nas últimas sete edições.
O agora presidente federativo Luís Sénica liderou os juniores portugueses à conquista continental em 2008. Luís Duarte venceu em 2010, 2012, 2014 e 2016, selando um penta. Depois de um desaire em 2018, às ordens de Nuno Ferrão, Vasco Vaz foi o timoneiro do triunfo luso em 2021.
Esse triunfo em Paredes tem muito significado. De facto, nos europeus masculinos, essa foi a única conquista portuguesa depois de 2017, já lá vão 11 competições nos diferentes escalões: três de seniores, dois juniores, cinco juvenis e até um de Sub-23, estreado este ano. O ouro para a Espanha foi a regra, com essa tal excepção dos Sub-19 em 2021 a confirmá-la.
Nas últimas sete edições do Europeu júnior (desde 2008), Portugal só falhou a conquista em 2018, em Viana do Castelo.
Nessa hegemonia de "La Roja", a selecção agora orientada por Carlos Cortijo aspira a selar um ano glorioso. Em Abril, o grupo de Sergi Macià conquistou em Paredes o Europeu de Sub-23. Seguiu-se a conquista dos Seniores de Guillem Cabestany, em Sant Sadurní d'Anoia, em Julho. E, já neste mês de Setembro, o triunfo em Correggio, dos Sub-17 de Javier Sama.
Desde já, uma tripla conquista juvenil, júnior e sénior não é inédita. Aconteceu em 2002, 2004 e 2006, consecutivamente quando foi possível, porque o Europeu de Seniores acontecia de dois em dois anos. E voltou a acontecer em 2018. Sempre com carimbo espanhol.
O "melhor" que Portugal conseguiu foi terminar 2017 com os três títulos do Velho Continente, quando venceu nesse ano o troféu de Sub-17, que se juntava aos títulos de Sub-20 e Seniores conquistados no ano anterior.
Em 2023, a Espanha já venceu os europeus masculinos de Sub-23 (na sua primeira edição), de Seniores e de Sub-17. A conquista nos Sub-19 selaria um "poker" impressionante. E inquietante.
Entre o agora possível poker espanhol e o bastião júnior português, há que ter em conta a selecção italiana.
É verdade que, nas 52 edições da prova, a Itália só venceu oito, e a última conquista data de 1991, a culminar o melhor período transalpino. Os italianos tinham vencido o Europeu júnior em 1977, mas entre 1982 e 1991, em 10 edições, venceram mais sete vezes. Depois, nunca mais...
No entanto, o último Mundial, jogado em San Juan, deixou boas indicações. Com Alessandro Bertolucci ao leme, a Itália sagrou-se vice-campeã. À frente de Espanha, terceira, e Portugal, quarto. E desse Mundial, Alex chama cinco jogadores: o guarda-redes Thomas Mechini e os jogadores de pista Ettore Barbieri, Liam Bozzetto, Michele Pesavento e Gioele Piccoli. Teria também o outro guarda-redes, Mattia Taiti, mas uma lesão levou à troca pelo Sub-17 Ernesto Maggi.
A Itália leva cinco mundialistas, vice-campeões, ao Europeu da Suíça. A Espanha leva seis e Portugal dois. No inevitável avançar das idades, dirá mais da aposta no Mundial que para este Europeu.
Na continuidade, a Espanha leva à Suíça ainda mais jogadores entre aqueles que levara à Argentina. Eloi Cervera (que em Abril se sagrou campeão europeu de Sub-23), Jan Curtiellas, Sebastià Moncusí, Guillem Jansà, Bruno Saavedra e o guarda-redes Nil Viña voltam a ser chamados.
Já entre os portugueses, não sendo naturalmente de descurar o factor (imparável) da idade, repetem a chamada mundialista apenas Henrique Vigário e Viti. Viti, depois de um defeso em que foi disputado por Benfica e Sporting, acabando por assinar pelas águias, assume a braçadeira de capitão da selecção das quinas e terá certamente muitos olhos na sua prestação.
A Suíça recebe o Europeu Júnior pela quinta vez na História da competição. Nas anteriores organizações, há a assinalar dois triunfos espanhóis (1981 e 1999) e dois portugueses (1992 e 2016), confirmando o inquestionável domínio ibérico na modalidade. Reportando às 52 edições realizadas, 24 triunfos foram da Espanha e 20 de Portugal, "sobrando" oito para Itália. Neste milénio, em 13 edições, Portugal soma oito conquistas e a Espanha cinco.
Carlos Correia e Teófilo Casimiro representarão a arbitragem portuguesa em Seedorf. Estão também "convocados" Derek Bell (Inglaterra), Iñigo López e Oriol Pérez (Espanha), Francesco Stallone e Simone Brambilla (Itália) e Stephane Rizzotti (France).
A 53ª edição conta com a presença de oito selecções, divididas por dois grupos "à antiga", sem ter em conta a classificação anterior como aconteceu nos Seniores ou Sub-17. Portugal, campeão em título, integra o grupo A com Áustria, Inglaterra e Suíça. Espanha e Itália estão no grupo B com França e Alemanha.
Jogam-se três jornadas de segunda a quarta-feira, seguindo-se os quartos-de-final na quinta-feira e meias-finais e final, respectivamente, na sexta-feira e sábado. A derradeira partida está agendada para as 21h locais (menos uma em Portugal continental) de sábado, 16 de Setembro.
Portugal
Guarda-redes: Afonso Venda (Valongo) e José Silva (Porto)
Jogadores de pista: Martim Costa e Viti (Benfica), Diogo Lemos, Gonçalo Machado, José Azevedo e Paulo Pereira (Oliveirense), Henrique Vigário e João Pereira (Valongo)
Seleccionador: Vasco Vaz
Espanha
Guarda-redes: Eduard Jurado (Barcelona) e Nil Viña (Reus)
Jogadores de pista: Alonso Martín (Alcobendas), Bruno Saavedra e Jacobo Copa (Dominicos), Eloi Cervera (Igualada), Guillem Jansà (Reus), Jan Curtiellas e Miquel Escala (Barcelona) e Sebastià Moncusí (Manlleu)
Seleccionador: Carlos Cortijo
Itália
Guarda-redes: Ernesto Maggi (Forte), Marco Mugnaini (Follonica) e Thomas Mechini (Pumas Viareggio)
Jogadores de pista: Ettore Barbieri, Giovanni Tagliapietra e Tommaso Battaglin (Breganze), Gioele Piccoli (Trissino), Liam Bozzetto (Lodi), Marco Tomba (Valdagno), Matteo Marchetti e Michele Pesavento (Pumas Viareggio) e Paolo Colamaria (Giovinazzo)
Seleccionador: Alessandro Bertolucci
Grupo A
• Portugal vs. Inglaterra • 11.Set, 14h30
• Suíça vs. Áustria • 11.Set, 19h
• Áustria vs. Portugal • 12.Set, 15h
• Inglaterra vs. Suíça • 12.Set, 19h
• Inglaterra vs. Áustria • 13.Set, 15h
• Suíça vs. Portugal • 13.Set, 19h
Grupo B
• Espanha vs. Itália • 11.Set, 16h30
• França vs. Alemanha • 11.Set, 21h
• Itália vs. Alemanha • 12.Set, 17h
• França vs. Espanha • 12.Set, 21h
• Itália vs. França • 13.Set, 17h
• Alemanha vs. Espanha • 13.Set, 21h
Quartos-de-final
• QF1 • 1° Grupo A vs. 4° Grupo B • 14.Set, 15h
• QF4 • 1° Grupo B vs. 4° Grupo A • 14.Set, 17h
• QF2 • 2° Grupo A vs. 3° Grupo B • 14.Set, 19h
• QF3 • 2° Grupo B vs. 3° Grupo A • 14.Set, 21h
5º ao 8º lugares
• LF4 • Vencido QF2 vs. Vencido QF4 • 15.Set, 15h
• LF3 • Vencido QF3 vs. Vencido QF1 • 15.Set, 17h
Meias-finais
• MF2 • Vencedor QF2 vs. Vencedor QF4 • 15.Set, 19h
• MF1 • Vencedor QF3 vs. Vencedor QF1 • 15.Set, 21h
Finais
• 7°/8° • Vencido LF3 vs. Vencido LF4 • 16.Set, 15h
• 5°/6° • Vencedor LF3 vs. Vencedor LF4 • 16.Set, 17h
• 3°/4° • Vencido MF1 vs. Vencido MF4 • 16.Set, 19h
• Final • Vencedor MF1 vs. Vencedor MF4 • 16.Set, 21h
*Horários dos jogos com horas locais
Domingo, 10 de Setembro de 2023, 11h