A utópica Áustria de João Meireles
O segundo dia do Mundial começou cedo. Ás 8h30 de França, 7h30 em Portugal continental, Brasil e Áustria entraram em pista para o que, noutro domingo qualquer, poderia ser um segundo sono. Mas foi o primeiro jogo do grupo C, em que estão também Portugal e Alemanha.
Mesmo cedo, não faltou emoção ao jogo. E não faltou surpresa no final.
O Brasil foi sempre mais atacante e inaugurou o marcador aos quatro minutos por Diego Dias, jogador da formação do Benfica que na próxima época, seu primeiro ano de sénior, vai ser cedido ao Paço de Arcos. A resistência austríaca, comandada pelo português João Meireles, foi quebrada e avistava-se goleada com uma das mais fracas selecções do Mundial.
Puro engano.
Aos seis minutos, Bruno Matos desperdiçou uma grande penalidade e a Áustria continuou no jogo. E até chegou ao empate, mas por pouco tempo. David Huber restabeleceu a igualdade e Alan Fernandes desfê-la logo a seguir, levando o Brasil a ganhar para o intervalo.
Para a segunda parte, João Meireles tirou o guarda-redes Schüssling e lançou Roman Mohr, numa estratégia mais de utilizar todos os jogadores na partida (e João fez jogar todos) do que de colmatar qualquer lacuna. Mas o facto é que Mohr – com alguma liberdade de pronunciação - acabou mesmo por ser um muro.
O Brasil não voltaria a marcar, levando o seleccionador argentino Miguel Belbruno ao desespero. E a Áustria teve um Huber inspirado. Fez o 2-2 de grande penalidade e o 2-3 que, ainda com mais de dez minutos para jogar,
No final do jogo, os austríacos – e o português - trasvazavam felicidade. O capitão Manuel Parfant, num inglês fluente, não se escusou de afirmar que a equipa treinara para tal. Já o português João Meireles, desceu das nuvens à zona de entrevistas rápidas para exultar uma vitória extraordinária, não embandeirando no entanto em arco. O apuramento para os quartos é uma utopia e o objectivo não deixa de ser um lugar nos 13 primeiros que garanta a manutenção no Mundial “A”.
Do lado do Brasil, lamentou-se a ausência de Cacau e Didi, habituais goleadores-mor da “canarinha”. Miguel Belbruno apontou ainda à estratégia fechada da Áustria, à inspiração do muro Mohr e ao desperdício de um livre directo e de uma grande penalidade.
O Brasil tem agora de necessariamente vencer a Alemanha – esta segunda-feira - para aspirar ao apuramento para os quartos-de-final.
Segunda-feira, 22 de Junho de 2015, 10h50