A primeira 'chicotada'

O Carvalhos anunciou a saída, por mútuo acordo, do treinador Vítor Pereira. A equipa recém-regressada à categoria máxima sofreu muitas mudanças no defeso e o técnico esteve em apenas quatro partidas do Campeonato Placard.

A primeira 'chicotada'

Vítor Pereira deixou o comando técnico do Carvalhos, no primeiro "estalar de chicote" na categoria máxima da actual temporada. A popularizada "chicotada" será uma força de expressão abusiva numa saída anunciada como de mútuo acordo e não num "despedimento", mas o efeito que se procura será o mesmo: que a equipa reaja e inverta o rumo de maus resultados.

A pretérita temporada foi atípica para o temperamental Hóquei em Patins português, com apenas duas mudanças no comando técnico e ambas em contextos muito próprios.

Rui Neto deixaria o Óquei de Barcelos ainda antes do Campeonato começar, sendo substituído por Paulo Freitas, e os caminhos da Juventude de Viana e Reinaldo Ventura separaram-se quando faltavam quatro jogos para o final da fase regular, mas o técnico cumpriu um castigo de dois meses de afastamento do banco que o impediria de dar o seu contributo nos jogos. Assumiria o leme Rodrigo Sousa.

Agora, há "divórcio" nos Carvalhos com apenas quatro jornadas cumpridas, de um técnico que trabalhou pouco mais de dois meses com um grupo que dificilmente estará preparado para as dificuldades da divisão maior.

Ainda com o Carvalhos na luta pela subida, há muito que se sabia que Bruno Gomes não continuaria no comando técnico, mas o grupo teve brio e talvez tenha surpreendido, acabando por garantir a promoção no "play-off" com o Candelária.

Ficaram o guarda-redes André Almeida e os jogadores de pista Bernardo Pereira, Zeka e Xavi Pinho. Juntaram-se a estes o já experiente Rúben Sousa e meia dúzia de jovens, com valor, mas indiscutivelmente inexperientes ao mais alto nível.

Albano Martinazzo chegou da Argentina como campeão do Mundo de Sub-19, Pedro Cunha dos Sub-19 da Oliveirense, Russo e Tiago Belchior dos Sub-19 do Óquei de Barcelos, e o guarda-redes Gustavo Carvalho dos Sub-19 do Valongo. Ricardo Fallé, de 20 anos, representara o Valongo, mormente a equipa "B", mas não jogava desde Fevereiro.

Com todas estas mudanças no plantel, Vítor Pereira, de 49 anos, assumiu um desafio que se antevia muito complicado no dito "Melhor Campeonato do Mundo". A derrota na ronda inaugural, por "apenas" 3-1 em Valongo, não deslustrava. Mas seguiram-se três derrotas pesadas com Tomar (2-9), Riba d'Ave (10-3) e Óquei de Barcelos (1-8).

As duas derrotas em casa foram em partidas jogadas sem público, mas os sete golos de diferença registados nos três desaires só têm paralelo na derrota do Braga no Dragão Arena (8-1), tendo havido apenas uma mais pesada nos 28 jogos já realizados no Campeonato Placard, na deslocação do Murches a Barcelos na ronda inaugural (11-0).

Contas feitas, o Carvalhos é lanterna-vermelha com quatro derrotas em outros tantos jogos e um saldo de sete golos marcados - ainda assim, mais do que Braga, que conta cinco - e 30 sofridos, mais oito que as "segundas piores", de Juventude Pacense e Murches.

Vítor Pereira, que liderara a Sanjoanense até 2022 é, desde este ano e depois de ter sido adjunto de José Carlos Amaral, seleccionador inglês, tendo estado à frente dos britânicos nos Europeus de Sub-23 e Seniores Masculinos. A federação inglesa já anunciara a continuidade do técnico à frente das duas selecções em 2024, ano de Mundial. A Inglaterra, recorde-se, foi a primeira grande dominadora da modalidade, conquistando duas vezes o Campeonato do Mundo e 12 vezes o Campeonatod da Europa.

AMGRoller Compozito

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