«Um resultado que se ajusta face àquilo que as equipas trabalharam»
No rescaldo de um Clássico que acabou empatado, Paulo Freitas congratulou-se com o trabalho realizado pela sua equipa, com os momentos de controlo do marcador e a reacção no final para uma divisão de pontos que considera justa.
O Clássico entre Benfica e Óquei de Barcelos deu empate. E o rescaldo dos treinadores, entre os elogios ao trabalho feito pela equipa de cada um e o reconhecimento de qualidade do adversário, também se pode considerar empatado.
O Óquei de Barcelos adiantou-se por três vezes (0-1, 1-2 e 2-3). Para Paulo Freitas, os barcelenses não entraram da melhor forma, mas conseguir alinhar com o delineado. "A partir do momento em que nós nos conseguimos soltar, ainda equilibrámos mais a partida e, como disseste, controlámos o marcador. Era um objetivo nosso. Era importante sentirmos esse objetivo conquistado enquanto grupo. E os jogadores foram perfeitos nisso que nós tínhamos assumido", referiu.
No entanto, o Benfica conseguiu a reviravolta. "Nós não jogamos sozinhos. Do outro lado está uma grande equipa, está uma equipa que cria dificuldades e, do nada, se repararem bem, a definição dentro da área é fantástica. De um jogador de eleição [Pablo Álvarez] que consegue marcar uma bola vinda com uma mão só e com uma marcação muito próxima", apontou.
Apesar do revés, o Óquei de Barcelos "salvou" um ponto a pouco mais de um minuto final do fim do jogo. "Tivemos a capacidade de reagir. Havia ali alguma margem também, porque o Benfica estava com nove faltas. Poderíamos tentar levar o jogo para a bola parada. Mas não faz parte de nós trabalharmos simulações. Não o fazemos. Quando sofremos falta, são faltas, e não vamos à procura de enganar ninguém. Fomos à procura de trabalhar aquilo que nós queríamos, nomeadamente no nosso corredor direito ofensivo. E depois tivemos uma boa definição e acabámos por também por ser felizes. É um resultado que se ajusta face àquilo que as duas equipas fizeram dentro de pista e aquilo que as duas equipas trabalharam", analisou.
O Óquei de Barcelos é agora 5º, com 21 pontos, a dois do Benfica, seis do Porto e sete dos líderes Sporting e Oliveirense.
"Nós entrámos aqui, nesta jornada, com o melhor ataque e com a melhor defesa. Se a memória não me falha, ou então estamos todos estamos distraídos", recordou Paulo Freitas, cuja equipa sai da Luz e da 11ª jornada o segundo melhor ataque (55 golos contra 56 do Sporting) e segunda melhor defesa (23 golos sofridos contra 22 do Porto). Apesar do empate e de resultados menos "esperados".
"Nós entrámos aqui sendo exatamente as mesmas pessoas e a mesma equipa que vem trabalhando desde o início da época. Ainda há pouco eu disse que nós não jogamos sozinhos e, efetivamente, houve ali um conjunto de jogos, por um conjunto de situações, que não desonrámos a camisola que envergamos, mas em que o clube e os adeptos estão habituados a que se conquistem vitórias. Houve o jogo em casa com o Tomar, em Valongo e Famalicão, nomeadamente, sítios onde nós claramente tivemos dificuldades no último momento", reconheceu. "Tivemos dificuldades no processo de finalização, mas agarramo-nos a uma coisa todos... agarramo-nos ao trabalho, porque quem trabalha normalmente é recompensado. Trabalhámos ainda mais, trabalhámos ainda melhor e, neste caso, trabalhámos mesmo mais, e trabalhámos melhor", apontou.
Na próxima jornada, o Óquei de Barcelos recebe o Porto. Mas, três dias antes, quinta-feira, há deslocação à Corunha, para defrontar o Liceo para a Champions League. Há que pensar jogo a jogo.
"Se nós, antes de entrarmos aqui, estivéssemos a pensar que tínhamos o Benfica no sábado, tínhamos o Liceo, na quinta-feira, com viagens pelo meio, não é? Com muito pouco tempo para recuperar os jogadores e para preparar o jogo com o Porto no domingo. Aí, se calhar, era preferível dizer ao presidente 'olhe, não vamos, é preferível porque nós não vamos conseguir'. Nós temos que nos focar jogo a jogo. Benfica primeiro, Liceo a seguir. E, depois, pensarmos obviamente no Porto", vincou.
Leo e Santi em crescimento
Na Luz, o francês Leo Savreux e o argentino Santiago Chambella, jovens reforços para esta temporada, não saíram do banco.
"Quer o Leo, quer o Santi não fizeram parte do plano de jogo. Mas são dois elementos que têm sido também fundamentais, no crescimento que têm vindo a ter, na adaptação que têm vindo a ter", destacou.
"Não nos podemos esquecer que é o primeiro contacto com uma nova realidade que estão a ter. O Santi tem 19 aninhos, está a não sei quantos mil quilómetros de casa, deslocado. Está a trabalhar muito bem. Está sempre disponível para aprender. Está muito bem entrosado na equipa e vai tendo as suas oportunidades, e não tenho dúvidas que o crescimento dele vai-se notar numa fase mais avançada da época. O Léo, a mesma coisa. O Léo também vem de um registo completamente diferente, vem do Hóquei francês. Aqui as coisas são muito diferentes. Está a trabalhar bem também, está a evoluir. Está, acima de tudo, a ir de encontro àquilo que são as nossas necessidades. Mas o que é um facto é que eu entendi que, para hoje, ainda não estavam preparados para pisarem estes terrenos, e para nos ajudarem da forma como nós queremos também que eles nos ajudem. Num futuro próximo, certamente isso vai acontecer. E é evidente que, não tendo nós a mesma rotação, que o adversário tem, temos que ter aqui alguma inteligência na gestão do esforço físico dos atletas", explicou o técnico barcelense.
Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023, 22h01