Argentina coroada

Argentina coroada

Na parte da tarde do derradeiro dia de competição, o “prato principal” foi servido a partir das 21h locais, com Espanha e Argentina a reeditarem as três últimas finais.

E, se as últimas seis finais sorriram à Espanha, esta parecia ir pelo mesmo caminho quando, antes de estarem decorridos cinco minutos de jogo, Jordi Bargalló inaugurou o marcador. Depois de ter estado em branco em quatro partidas – corria a piada de que até o guarda-redes italiano Ricardo Gnata tinha mais golos que o jogador do Liceo –, Bargalló marcou quatro dos sete golos da Espanha nas duas últimas partidas.

A Argentina conquistou o quinto título da sua história
A Argentina conquistou o quinto título da sua história

A Argentina manteve-se coesa (anormalmente coesa) e do banco veio a reviravolta. Lucas Ordoñez fez o empate e um “ressuscitado” David Paez fez o segundo e terceiro dos albicelestes, numa partida em que mostrou toda a sua qualidade técnica e o que de bom se tiram de 39 anos de idade. O peso dos anos, esse, ficou à margem da partida.

A Espanha procurou o golo mas Pedro Gil esteve apagado e não foi a gazua que Quim Paüls precisava, com Valentin Grimalt a resolver bem todas as (poucas) situações de perigo que iam surgindo.

“Tu mereces”, disse Jordi Bargalló a Carlos López no final de uma partida sempre correcta
“Tu mereces”, disse Jordi Bargalló a Carlos López no final de uma partida sempre correcta

A vencer e a jogar a partir de trás em saídas rápidas, os argentinos estavam como queriam, mas foi a décima falta que desequilibrou definitivamente o jogo. Com 9-9 no marcador, a décima caiu primeiro para os argentinos. Aos oito minutos, chamado à tentativa de reduzir, Toni Perez não conseguiu bater Grimalt. Volvido um minuto, caiu a décima espanhola. E Ordoñez, reforço anunciado – e apresentado - do Barcelona, não teve veleidades para com o seu futuro capitão e bateu Egurrola para o 1-4.

Intensificou-se o cariz de jogo de uma Argentina de contra-ataque e, tal como nas meias com Portugal, os golos surgiriam nos derradeiros minutos. Do jogo e do campeonato. A quatro minutos do último apito, e no espaço de 20 segundos, “Carlitos” Nicolía e “Lukitas” Ordoñez fizeram de Egurrola “gato-sapato” e fixaram o 1-6 final.

Portugal em terceiro

No jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares, Portugal quedou-se pelo lugar mais baixo do pódio pela quarta vez consecutiva.

Frente a uma Alemanha que já vencera na fase de grupos, a equipa de Luís Sénica entrou bem e chegou ao intervalo a vencer por claros 0-4. Os germânicos pareciam contentes com a mera presença nas meias-finais, algo que não lograva desde 1978, ainda como República Federal Alemã, ano em que conseguiu o primeiro lugar fora das medalhas pela quarta vez consecutiva.

Rafa bisou na despedida
Rafa bisou na despedida

Mas na segunda parte, os homens de Berenbeck foram atrás de mais. Karschau – de penalti e livre directo – e Yannick Peinke reduziram para a diferença mínima em nove minutos e relançaram o jogo. A partida seguiu na incerteza até quatro minutos do final, altura em que João Rodrigues – de grande penalidade – destruiu a aspiração germânica… Rafa, que já marcara na primeira parte, e Valter Neves deram volume a um resultado (3-7) que não espelha a boa réplica germânica.

Campeã da Europa em quinto

Os anfitriões do Mundial voltaram a ter uma claque entusiástica no último dia de prova. Mas, perante outro histórico da modalidade depois do afastamento nos quartos pela Argentina, voltaram a sentir a dureza de uma realidade que ainda não lhes deixa sonhar com mais.

A Itália, marcada pela derrota frente à Alemanha, cumpriu na despedida. Ao intervalo vencia por 3-1 com mais dois golos de Tataranni, que se despediu da “azzurra”, para a sua conta pessoal e nunca permitiu que os franceses chegassem perto.

O 6-3 final deixou os italianos, campeões da Europa, no 5º lugar.

“Tata”, homem-golo, pode ter feito a despedida da selecção
“Tata”, homem-golo, pode ter feito a despedida da selecção

Moçambique repete sétimo

O primeiro jogo da tarde decidiu o 7º lugar. Depois de um quarto lugar em 2013, o Chile surgiu neste Mundial com muita ilusão, mas a eficácia de Nuno Araújo acabou por os deixar no oitavo lugar. O jogador do Valongo transformou com sucesso duas grandes penalidades e um livre directo, emendando o castigo à 10ª falta chilena para marcar na recarga o seu quarto golo no jogo.

Nuno Araújo não perdoou de bola parada
Nuno Araújo não perdoou de bola parada

Ao intervalo, Moçambique vencia por 3-2 e repetiria o sétimo lugar de 2013 com uma vitória por 8-4. Mário Rodrigues bisou e Bruno Pinto (a abrir) e Frederico Saraiva (a fechar) fizeram os restantes golos da equipa orientada por Pedro Nunes.

No final, Pedro Nunes e o capitão moçambicano, Kiko, compareceram em conferência de imprensa para analisar a última partida no Mundial. Kiko confidenciou que o técnico português lhes “deu muito na cabeça” ao longo da preparação e do evento mas sempre com razão. O técnico chileno Mauricio Llera não estava contente com o resultado mas ficou satisfeito com a prestação da sua equipa.

AMGRoller Compozito

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