O quinto da Argentina

O quinto da Argentina

A Argentina conquistou no último sábado o 42º Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins.

O título conquistado em França foi o quinto do palmarés argentino, longe dos 16 de Espanha e dos 15 de Portugal. Curiosamente, os argentinos nunca repetiram o título em nenhum país. Depois de conquistado o primeiro título em casa (San Juan, 1978), a selecção das pampas venceu em Itália (Novara, 1984), no Brasil (Recife, 1995) e em Espanha (Reus, 1999).

David Paez repetiu o título de 1999
David Paez repetiu o título de 1999

O título de 1999 – que contou com os agora repetentes David Paez e Carlos López – deu início ao maior jejum desde a primeira conquista. Foram sete edições a ver o título fugir (seis vezes para a hegemónica Espanha e uma para Portugal), cinco das quais a terminar como vice.

Percurso

Para consumar o seu quinto título mundial, a Argentina somou seis vitórias, logrando marcar 36 golos e sofrendo apenas nove. A caminhada começou com duas vitórias tranquilas sobre a Suíça (7-1) e a Inglaterra (8-1) que garantiram desde logo a presença nos quartos-de-final. No fecho da fase de grupos, Moçambique deu boa réplica e discutiu o resultado até final mas os argentinos venceriam por 5-4.

Já apurada para os quartos, a Argentina sofreu com Moçambique
Já apurada para os quartos, a Argentina sofreu com Moçambique

Nos quartos, o adversário foi uma França, super-motivada como anfitriã e a gerar grande expectativa no público gaulês. Mas a Argentina foi categórica. Cinco golos sem resposta levaram a equipa de Dario Giuliani ao confronto com Portugal nas meias-finais para novo jogo com uma mão cheia de golos (os argentinos marcaram sempre cinco golos ou mais). Pese os dois golos de Hélder Nunes – que naquele momento do jogo deram o empate aos portugueses -, a Argentina marcava novo confronto com a Espanha na final.

Na quarta final consecutiva entre as duas equipas, a Argentina venceu por 6-1 e acabou com a “lenda vermelha”, pentacampeã do Mundo.

Uma Argentina diferente

A formação do grupo argentino que conquistou o Mundial não foi isenta de atribulações. O nome do seleccionador Dario Giuliani não era consensual, Matías Pascual e Pablo Alvarez abdicaram da presença na prova para debelarem lesões e foram substituídos por dois jogadores que este ano estiveram afastados dos rinques por longos períodos: Josi Garcia, desconhecido na Europa, e David Paez, veterano de 39 anos. Se Josi acabou por não ser utilizado nas duas últimas partidas, David Paez realizou uma final extraordinária e contribuiu com dois golos na vitória sobre a Espanha.

O “raçudo” Platero foi um dos mais efusivos nos festejos
O “raçudo” Platero foi um dos mais efusivos nos festejos

A Argentina foi uma selecção diferente das que a precederam, mais solidária e mais coesa. Mas igualmente mágica. Nicolía e Ordoñez somaram 11 golos cada, o capitão Carlos López foi uma extensão do treinador a unir o grupo em seu torno, Reinaldo Garcia esteve incansável quer à frente quer atrás e Platero foi a raça e a intensidade defensiva em que muitas vezes os sul-americanos pecam.

Testemunhos

No descer do pano sobre a competição, de Dario Giuliani a Lucas Ordoñez, passando pelo beijo na boca de Josi Garcia ao seu capitão e à dedicatória emocionada de Nicolía ao seu filho, os recém-coroados campeões deixaram o seu testemunho ao HóqueiPT ainda no palco da conquista. Para mais tarde recordar.

AMGRoller Compozito

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