10 anos de uma escolha assumida
Pedro Alves dos Santos
O HóqueiPT completa 10 anos a informar sobre um Hóquei em Patins que está longe de ser perfeito. Nas distintas visões, todos crescemos: nós; os que vão além da foto, título e 'lead'; os que são críticos de como se joga, se gere ou se escreve.
Foto de capa: The MatrixEsta quinta-feira, 14 de Março, o HóqueiPT celebra 10 anos sobre o seu lançamento ao público. As histórias de como começou, das provas em que esteve, dos conflitos que viveu, dos vídeos que ficaram por publicar, das questões financeiras ou da prestação de contas para quem acha que se vive disto ficam para outro momento. E o "mimimi" de vitimização, de sermos ou não profissionais, do esforço, dos sacrifícios que "blá-blá-blá" se fazem por um "bem maior" continua a não estar nos nossos planos.
Neste interlúdio, será talvez hora de balanço. Numa visão simplesmente numérica de comunidade, temos, à hora da escrita deste editorial 64 seguidores no canal de WhatsApp, 102 subscriptores do canal de Telegram, 1080 seguidores no Threads, 2240 no Tik Tok, 4308 seguidores no X/Twitter, 10360 no Instagram e 24112 seguidores no Facebook. Salvo raras excepções, não há conteúdos feitos particularmente para esta ou aquela rede, apenas queremos poder lembrar-vos, na rede da vossa preferência, que há nova notícia.
Temos orgulho de cada seguidor que conquistamos. Mas, acima de tudo, temos orgulho do burburinho que causamos, das discussões que começamos, do pensamento lógico que despoletamos. Gostamos de escrever, juntar informação à mensagem que passamos para além da foto de capa, do título e do "lead". Gostamos, mais do que likes, que leiam o que escrevemos e, por isso, deixámos de publicar novas notícias no "mural" do Instagram, onde não podíamos ter links para os artigos.
Não investigamos e escrevemos para ganhar seguidores. Até porque, no que escrevemos, sabemos que nos arriscamos também a perder seguidores. Escreveríamos igual se fosse para um leitor. Escreveríamos igual mesmo que soubéssemos que ninguém iria ler. E aceitamos todas as críticas, ou quão hipócritas seríamos se - sendo assumidamente críticos e vigilantes - não aceitássemos a crítica alheia?
Acima de tudo, temos sempre presente que as pessoas têm sempre a escolha entre a "pílula azul" e a "pílula vermelha", celebrizada no cinema, e que não há escolha errada.
Por exemplo, no nosso recente esclarecimento sobre as eventuais restrições à convocatória de jogadores sob alçada disciplinar, muitos advocaram que era uma questão ridícula. E a maioria concordará - nós também - que não faz sentido não convocar porque o jogador está castigado no momento da convocatória. É a visão do que "devia ser", cor-de-rosa, da "ignorância abençoada". É a pílula azul. É marketing.
No entanto, "o que devia ser" ou "o que faz sentido" não é, necessariamente, o que está no regulamento. E o regulamento, que um dia alguém decidiu (não fomos nós), que um dia alguém escreveu (não fomos nós) e que um dia alguém aprovou (não fomos nós), é o que gere as diferenças de opinião. Senão, se eu achar que A deve ganhar e outro achar que B deve ganhar, quem ganha afinal?
Desde logo, e generalizando, não somos expulsos, não expulsamos e não determinamos os castigos. Não originamos factos a montante. Numa analogia perniciosamente extrapolada, se amanhã ninguém falar da fome, então toda a gente tem a barriga cheia? Se expomos, já foi consumado um acto. E expomos números, expomos factos, a "verdade às vezes dolorosa". É a pílula vermelha. É jornalismo.
Reforçamos, não há escolhas erradas. Apenas sempre mais do que uma visão para cada situação. Mais do que um ângulo, mais do que uma perspectiva, mais do que uma forma de o dizer. E há situações que requerem uma "posologia", outras que reclamam outra.
Prescrevemos a "pílula vermelha", na forma da informação, números e factos que publicamos. Mas não desejamos que alguém a aceite sem questionar, ou a nossa "pílula vermelha" não será mais do que a "pílula azul" do leitor.
Obrigado a todos. Por contribuírem. Por questionarem. Por discordarem.
Seguimos.
Pedro Alves dos Santos
Quinta-feira, 14 de Março de 2024, 14h32