P de Portugal, P de Paulo

Por José Pedro Silva

A selecção portuguesa inicia esta semana, em Montreux, um novo ciclo competitivo, com Paulo Freitas como seleccionador. Há algumas mudanças nos convocados para a Taça das Nações e vai-se pensando no Campeonato do Mundo.

P de Portugal, P de Paulo

A seleção portuguesa inicia, nesta semana de Páscoa, um novo ciclo com um novo timoneiro ao leme. Paulo Freitas foi a escolha da Federação de Patinagem de Portugal para assumir a equipa que pretende reconquistar, em Montreux, a Taça das Nações, e construir uma base de sucesso que conduza à conquista do Campeonato do Mundo, em Setembro próximo.

O técnico de 55 anos abarca um currículo repleto de triunfos pelos clubes por onde passou: dois Campeonatos Nacionais, duas Ligas Europeias e duas Taças Continentais pelo Sporting e uma Taça CERS (e metade de outra) pelo Óquei de Barcelos, fruto de qualidades como o trabalho, a dedicação e o rigor pela sua profissão, as quais contribuem para o seu sucesso desportivo, tanto a nível pessoal, como coletivo.

Reconhecido pelos seus pares como um dos melhores técnicos da atualidade, Paulo Freitas revelou, aquando da sua primeira convocatória, que a escolha dos 10 atletas que leva a Montreux resulta de uma observação atenta de um grupo composto por 17 ou 18 jogadores, sublinhando a ideia de que este grupo inicial de escolhas pode não coincidir com as opções finais para os World Skate Games.

Focando a atenção para os 10 de Montreux, destacam-se, naturalmente, as estreias de Xavier Cardoso e Gonçalo Pinto. Os dois jogadores têm um passado de vitórias nas seleções jovens, e certamente que o espírito se mantém, agora, na chamada ao escalão principal.

Xavi tem sido um jogador fundamental na dinâmica de jogo da Oliveirense de Edo Bosch, traduzindo-se num atleta muito completo em todos os momentos do jogo. Para além da forte intensidade defensiva que coloca na pista, é um homem que transporta a bola e organiza o ataque de forma muito versátil, possibilitando desta forma muitas oportunidades de finalização à sua equipa.

No que respeita a Gonçalo Pinto, a sua chamada peca por tardia, algo a que Freitas está, logicamente, isento de culpas. O jogador afirmou-se no seu clube de formação, registo cada vez menos frequente nos dias de hoje, e destaca-se como um dos melhores “homens de área” do nosso país. Não se esconde nos momentos de maior pressão e o faro para o golo está cada vez mais apurado; certamente que as suas qualidades estarão visíveis ao longo do torneio.

De ressalvar, ainda, o regresso de Ângelo Girão, que deverá assumir novamente a baliza, apesar de se encontrar bem escudado pelo jovem Xano Edo, e a confirmação de Nuno Santos como um valor seguro e um ativo relevante no seio da seleção. As restantes escolhas (João Rodrigues, Gonçalo Alves, Hélder Nunes, Rafa Costa e João Souto) refletem a experiência e a qualidade que caracterizam o grupo, e, no pouco tempo de preparação para a competição, certamente que o técnico procurará potenciar estes atributos.

Paulo Freitas é muitas vezes associado a um estilo de jogo defensivo e sem grande vertigem ofensiva, no entanto, será de crer que o técnico procura um jogo sem grandes desequilíbrios para não sofrer transições que possam causar dissabores. A procura constante por um jogo coletivo, onde todos os jogadores são chamados a participar nos processos defensivos e ofensivos, leva a uma maior cooperação entre todos os atletas. Facto é, que desta forma, as equipas treinadas pelo novo selecionador são muito fortes na sua meia pista defensiva, e conseguem fazer um excelente aproveitamento dos seus ataques, através de uma construção coletiva, para depois potenciar as individualidades que caracterizam os atletas.

O tempo de preparação para a Taça das Nações será certamente curto para implementar todas as ideias que o técnico idealiza para a equipa, e a evolução dever-se-á verificar ao longo do torneio. Sendo certo que o objetivo passa pela vitória da competição, esta é, também, uma boa oportunidade para estabelecer bases e alicerces para o futuro, a fim de que se possa construir uma dinâmica ganhadora e de sucesso. Isto porque, para um país com grande historial na modalidade e que tanto orgulho tem em ser detentor do "melhor campeonato do Mundo", acaba por ser curto o palmarés de um campeonato do Mundo e da Europa, a nível sénior, nos últimos 20 anos.

Que a aventura que agora se inicia em Montreux seja um prefácio para uma história de conquistas e saborosas vitórias. Têm agora a palavra Paulo e os seus atletas.

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