A vez de 'Cardosão' na tradição portuguesa do Montebello
Melhor marcador de um Montebello que se tem consolidado na Serie A1 com pelo menos um português, Tomás Cardoso completou a sua primeira temporada em Itália. E o regresso a Portugal não está nos planos.
Ainda nada está definido para a próxima temporada, mas Tomás Cardoso, que este ano reforçou o Montebello, está satisfeito com a primeira época além fronteiras. "Foi uma temporada muito boa a nível pessoal e coletivo", conta-nos. E, talvez por isso, o regresso a Portugal não está nos planos.
A Serie A1 terminou com dupla derrota por 3-2 frente ao Valdagno, na definição dos 9º e 10º lugares, mas o 8º lugar na fase regular iguala a melhor classificação do Montebello.
Chegada ao principal campeonato transalpino em 2019, a equipa do Vêneto teve uma má estreia. Mas seria salva pela pandemia. O campeonato foi cancelado quando o Montebello era último e foi decidido começar 2020/21 com as mesmas equipas.
O Montebello apostou em Nuno Paiva e o poveiro não desiludiu, marcando 26 golos em 26 jogos na primeira temporada e 32 em 29 partidas na segunda, viajando depois para o Lleida, na OK Liga. Foram muitas as saídas nesse defeso, e - entre outros - chegaram Leonardo Pais e Bernardo Marques. O atacante, agora na Juventude Pacense, apontou 20 golos em 32 jogos, apenas aquém dos 26 tentos de Aleix Borregán, e o guardião, que regressou ao "seu" Porto, foi particularmente determinante no "play-out", sendo a manutenção assegurada.
Esta época, chegou Tomás Cardoso, com 24 anos, depois de ter representado o Murches em quatro temporadas. O português assinou 29 golos em 28 jogos e entrou no "top 10" de melhores marcadores e, entre os "emigrantes" lusos, só ficou aquém do registo de Joca Guimarães, que, nas mesmas 28 partidas, conseguiu 34.
"Cardosão" conseguiu os primeiro golos - logo dois - frente ao Monza, na segunda jornada, e teve a sua melhor série em Fevereiro e Março, com sete jogos seguidos a marcar um total de 10 golos. Uma adaptação sem dificuldades, apesar de um Hóquei em Patins diferente.
"Em Portugal, é mais táctico e tens dois campeonatos diferentes: os que lutam para ser campeões e os outros para não descer. Em Itália, é um campeonato mais duro com muito poucas faltas, os árbitros deixam correr o jogo. É um campeonato muito competitivo, em que qualquer equipa pode ganhar a qualquer uma", analisou.
Com formação no Parede, Benfica, Cascais, Paço de Arcos e Sintra, terminando a sua formação nas águias, Tomás Cardoso é um exemplo de perseverança, tendo mesmo superado um problema cardíaco que o afastou das pistas durante quase um ano. Agora, afirma-se nos principais palcos italianos.
Quarta-feira, 8 de Maio de 2024, 23h30