Por um palmarés sem questões
De regresso à Final Four da Champions League, o Óquei de Barcelos tem um grupo empenhado em fazer história e em Alvarinho um jogador determinado em desfazer dúvidas. Celebrou a conquista da prova em 2021, mas sem ser chamado a qualquer partida.
O Óquei de Barcelos está de regresso a uma Final Four da principal prova europeia de clubes 20 anos depois. Os barcelenses, campeões em 1991, contam com uma equipa empenhada e motivada em reescrever História no auto-apelidado "Maior de Portugal". Alvarinho terá uma motivação acrescida.
Aos 28 anos, na sua terceira etapa e sexta temporada no Óquei de Barcelos, Álvaro Morais ("Alvarinho") chega a esta Final Four com uma Champions League (anteriormente, Liga Europeia) conquistada pelo Sporting no currículo, mas a História terá sido generosa com o internacional jovem português.
O Hóquei em Patins acaba por ser mais "democrático" que o futebol, onde a internacionalização só conta efectivamente se o jogador for chamado a jogo, da mesma forma que o jogador só é efectivamente campeão nacional se participar activamente num jogo da sua equipa.
No entanto, sobre patins, seja o jogador utilizado ou não, as internacionalizações e "presenças" são contadas em função da chamada à ficha de jogo. E fará sentido que o mesmo seja aplicado à conquista dos títulos. No entanto, Alvarinho não esteve em qualquer ficha de jogo na caminhada leonina para o título de 2021.
Numa prova que teve contornos diferentes, ainda na ressaca da pandemia, o Sporting defrontou, numa primeira fase concentrada, Reus (vitória por 5-3) e Oliveirense (empate a seis). Na Final Four, os leões venceram o Benfica (6-7, após grandes penalidades) do agora técnico leonino Alejandro Dominguez, e, na final, bateram o Porto (3-4, após prolongamento), erguendo o troféu ao cabo de apenas quatro partidas.
Sendo cada jogo uma autêntica final, o treinador Paulo Freitas não facilitou, chamando sempre o seu 10 mais experiente e consagrado, com Alessandro Verona, Ferran Font, Gonzalo Romero, João Souto, Matías Platero, o capitão Pedro Gil, Telmo Pinto, Toni Pérez e os guarda-redes Ângelo Girão e Zé Diogo. De fora, ficaram sempre Alvarinho e outros jogadores inscritos na prova, como Gonçalo Nunes, também da equipa principal de "pleno direito", ou, por exemplo, o "terceiro" guarda-redes João Tigeleiro.
Tal em nada belisca o trajecto de Alvarinho, que já representou Valongo, Porto, Óquei de Barcelos e Sporting e que está a caminho dos italianos do Trissino.
Em 2018, esteve na final com o Porto, mas seria o Barcelona a reclamar o troféu. Agora, indiscutível nas escolhas de Rui Neto, tem nova oportunidade de conquistar a taça mais desejada a nível de clubes, juntando-a a um currículo internacional que já conta com uma Taça CERS pelo Óquei de Barcelos e ainda um Campeonato da Europa de Sub-20 (Valongo, 2014), um Campeonato do Mundo de Sub-20 (2015, Vilanova i la Geltrù) e uma Taça Latina (2016, Follonica) pela selecção portuguesa.
Sexta-feira, 10 de Maio de 2024, 14h38