O prémio de Alejandro Dominguez
Na segunda época e quarta final pelo Sporting, Alejandro Dominguez conduziu os leões ao título europeu. Já com saída anunciada no final da temporada, o técnico teve um 'prémio' que lhe escapava e procurará despedir-se como campeão nacional.
Alejandro Dominguez conquistou este domingo o principal título da sua carreira a nível de clubes, ao conduzir o Sporting à vitória na Champions League. 15 anos depois de, pelo Reus, ter conquistado a principal prova europeia de clubes como adjunto de "mestre" Carlos Figueroa.
O técnico argentino, agora com 53 anos, herdou de Figueroa, em 2009, o comando técnico do Reus campeão europeu. Em 2011, conduziu os "roiginégre" à conquista da OK Liga, parando uma marcha do Barcelona que já ia em 13 conquistas consecutivos na prova.
Depois de seis temporadas à frente do Reus, despedia-se do comando técnico falhando nova conquista europeia, então da Taça CERS, perdendo na final de 2015, talvez premonitoriamente, frente a um Sporting que já contava com Ângelo Girão e Zé Diogo e que era orientado por Nuno Lopes, técnico que agora reencontrará nos quartos-de-final do play-off do Campeonato Placard.
Naquele domingo de 2015, no regresso do "Sporting europeu", Alejandro chorou. Só queria ir para casa por não se poder despedir com um troféu.
Deixou o Reus e assumiu a selecção feminina de Espanha, conquistando o Europeu em 2015 e o Mundial em 2016. Depois, "saltou" para a selecção masculina, vencendo o Campeonato do Mundo em 2017 e o Campeonato da Europa em 2018 com um Hóquei em Patins avassalador que o projectou para a ribalta e o fez ser cobiçado no "Melhor Campeonato do Mundo". Já treinador do Benfica, não conseguiu renovar o ceptro mundial em Barcelona, em 2019, afastado por Portugal no prolongamento da meia-final.
Alejandro chegara às águias em Janeiro de 2019, a meio da temporada. Não conseguiu ir além do 4º lugar no campeonato, mas chegou à final da Taça de Portugal. Na Europa, caiu nas meias-finais, no João Rocha, frente ao Sporting.
A temporada seguinte também não seria completa. Seguia na liderança do campeonato e estava apurado para os quartos-de-final da Liga Europeia quando a pandemia cancelou as competições.
Em 2020/21, conseguia enfim começar e terminar uma época, ainda que peculiar, no Benfica. Ainda com os adeptos em confinamento, Alejandro conquistou a Taça 1947, a única realizada até agora, numa final com o Sporting. Os leões vingaram-se na Europa. O Benfica ultrapassou Barcelona e Liceo na primeira fase de uma Liga Europeia concentrada, mas cairia novamente nas "meias" frente à equipa leonina.
No campeonato, ficou por uma meia-final que dificilmente se repetirá com público. O Benfica venceu dois jogos no Dragão Arena e o Porto dois jogos na Luz para depois levar a melhor na "negra", relegando as águias para novo 4º lugar.
Inesperadamente, deixaria o Benfica em 2021, aceitando a oferta do Sporting um ano volvido. Sem mexidas no plantel verde-e-branco, não sentiu o gosto do triunfo na primeira época. Foi 3º na Elite Cup, finalista da Taça de Portugal frente ao Tomar, caiu nos quartos-de-final da Champions League frente ao Valongo e foi finalista do Campeonato frente ao Benfica.
Lamentaria uma temporada sem "prémio" e esta segunda época também não começaria melhor, com nova final perdida, na Elite Cup. Em Março seria afastado nos quartos-de-final da Taça de Portugal pela Oliveirense, e foi anunciado que, por motivos pessoais, estava de saída no final da temporada antes da segunda mão dos quartos-de-final da Champions League.
Este fim-de-semana, no Pavilhão Rosa Mota, Alejandro teve o "prémio" que tanto procurava. E logo o maior de todos. O Sporting passou Barcelona e Reus, as duas equipas com mais conquistas na prova, e Benfica e Porto, os dois maiores rivais nacionais. E venceu a Champions League.
Independentemente do que possa vir a acontecer no Campeonato Placard, que entra agora no play-off de discussão do título, o treinador de Buenos Aires já ganhou o seu lugar na história leonina. Nova conquista seria a "cereja no topo do bolo", até porque o caminho não será fácil.
Com um 4º lugar na fase regular e sem "factor casa" caso encontrem Porto, Benfica ou Oliveirense, os leões têm primeiro de se desenvencilhar do Tomar nos quartos-de-final. Depois, pode seguir-se o Porto nas meias-finais.
Quarta-feira, 15 de Maio de 2024, 22h43