Regressos a meio gás
Apontar a um elenco de topo tem custos financeiros, mas também desportivos, principalmente quando há grandes competições. Os seis mais bem classificados do último Campeonato Placard vão regressando ao trabalho com inúmeras baixas.
Os compromissos de selecções nacionais são sempre, em qualquer modalidade, um "problema" para os clubes que mais apostam, que tentam reunir os jogadores mais talentosos. Em Portugal, o Campeonato Placard concentra não só os melhores jogadores portugueses, mas também figuras - em qualidade e quantidade - de outras selecções e, havendo todos os anos grandes competições, ora Campeonato da Europa, ora Campeonato do Mundo, os trabalhos regulares das equipas sofrem com as ausências.
Os seis mais bem classificados vão regressando paulatinamente ao trabalho, ainda que muito condicionados. Por exemplo, Ricardo Ares, no campeão nacional Porto, não pode contar com seis dos seus 11 jogadores do plantel principal.
Tomás Santos vai a jogo primeiro no Mundial de Sub-19 e poderá regressar mais cedo, mas Gonçalo Alves, Hélder Nunes e Rafa (Portugal), Carlo Di Benedetto (França) e Ezequiel Mena (Argentina) só estarão "despachados" a 22 de Setembro. A estes, juntam-se também para já Edu Lamas, convocado para disputar a GoldenCat, que termina este domingo, pela Catalunha.
No Benfica, o regresso ao trabalho foi "confrangedor". Edu Castro, a iniciar funções, só pôde contar com os dois guarda-redes e dois jogadores de pista. Gonçalo Pinto, João Rodrigues e Zé Miranda (Portugal), Nil Roca e Pau Bargalló (Espanha) e Lucas Ordoñez (Argentina) e Roberto Di Benedetto (França) são sete baixas que nem os juniores que poderão ser mais chamados ao longo da época puderam colmatar, dado que Martim Costa e Viti estão ao serviço dos Sub-19 das quinas.
Também com novo treinador, Oliveirense e Sporting têm cinco "baixas" cada, tornando muito ingrata a tarefa de Nuno Resende e Edo Bosch na hora de passar a sua ideia de jogo aos seus novos grupos de trabalho.
Em Oliveira de Azeméis, "faltam" Xano Edo e Xavi Cardoso (Portugal), Facundo Navarro e Lucas Martínez (Argentina) e Bruno Di Benedetto (França). No João Rocha, não há Facundo Bridge, Gonzalo Romero e Matías Platero (Argentina), Alessandro Verona (Itália) e Ângelo Girão (Portugal). Nem, para já, Roc Pujadas, que está na GoldenCat ao serviço da Catalunha.
Em Tomar e Barcelos, a "dor de cabeça" não é para os treinadores, sendo desde logo a ausência dos próprios o desafio maior na preparação.
Dos tomarenses, Nuno Lopes está ao serviço da selecção francesa, tendo consigo o reforço Remi Herman. André Centeno e Gonçalo Neto estão nos trabalhos de preparação da selecção angolana, sendo expectável que vinguem nas escolhas finais. Também ausente está, de momento, Lucas Honório, a ajudar na preparação portuguesa, mas, salvo imprevisto, sem bilhete para viajar para Itália.
Dos barcelenses, o treinador Rui Neto é também seleccionador de Angola. E, para além do técnico, haverá que contar com as ausências de Conti Acevedo e Danilo Rampulla (Argentina) e de Miguel Vieira (Portugal).
As provas oficiais arrancam em Portugal a 11 de Outubro, com os quartos-de-final da Elite Cup. O Mundial termina a 22 de Setembro, menos de três semanas antes, não sendo expectável que os jogadores regressem de pronto ao trabalho. Importante para os clubes será que os seus activos, pelo menos, regressem sem lesões. O impacto numa época que será muito exigente entra nas contas de outro rosário.
Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024, 11h12