Orgulho, raça e... campeão

Na terceira final consecutiva da Eurockey Cup de Sub-17, foi de vez para o Valongo. A perder por 3-0 e 4-2 frente ao Benfica, um póquer de Kiko levou o jogo para a decisão por livres directos e os valonguenses foram mais eficazes.

Que triunfo épico do Valongo na Eurockey Cup de Sub-17! Depois de finais perdidas em 2022 e 2023, ambas para a Oliveirense, o voo foi cancelado, houve uma longa viagem de autocarro, uma lesão logo no primeiro jogo (felizmente, apenas um entorse), outra lesão e, na final perdiam por 3-0 a três minutos do intervalo. A conquista chegou no desempate por livres directos, ao fim de 14 livres directo.

Na partida que encerrou a Eurockey de Sub-17 de 2024, o Benfica, depois de uma enorme partida frente à Oliveirense nas meias-finais, aproveitou o embalo. Entrou "mandão" e o golo só pecou por tardio.

A sete minutos do intervalo, depois de uma boa iniciativa de Vasco Moreira, António Pedro colocou na área e Rodrigo Rodrigues foi infeliz, desviando com o patim para a sua própria baliza. Pouco depois, Tomás Neves, sobre o soar do final dos 35 segundos de tempo de ataque, fazia o 2-0. E, após azul a Vasco Almeida, o capitão Santiago Pereira ampliava para 3-0.

O Benfica tinha o jogo na mão e o troféu - seria o terceiro no escalão - praticamente no bolso. Mas havia muito para jogar e, com tanta adversidade superada, uma desvantagem de três golos (em menos de dois minutos) não derrubava o Valongo de João Marques e Nuno Rodrigues. E de um Francisco Pinto ("Kiko"), filho do internacional português Vítor Hugo Pinto - e, nas inúmeras semelhanças, não é preciso nenhum teste de ADN para o saber... -, ainda mais virado para o golo que o pai.

A três minutos do descanso, Kiko confirmou sobre a linha o primeiro do Valongo, depois de um lance confuso na área encarnada, para, logo de seguida, depois de azul a Vasco Domingues, bater com arte Pedro Santos, ainda que o primeiro remate fosse ao ferro.

Era a reacção valonguense, mas estancada com o 4-2 por António Pedro, que valia uma vantagem de dois golos ao intervalo.

Mesmo com dupla desvantagem, o Valongo não assumiu o jogo. Esperou. O Benfica, longe do que mostrara na primeira parte e muito longe do que mostrara no dia anterior, não conseguia no entanto capitalizar o ascendente que lhe era concedido e a equipa de Tiago Rafael quebrou definitivamente nos 10 minutos finais.

Em três minutos, Kiko tirou o seu terceiro golo da cartola, picando e rodando para o 4-3 e, "sacando" o azul a Tomás Neves, não desperdiçaria novo livre directo para o 4-4. Acreditou mais o Valongo que poderia resolver em tempo regulamentar, mas o jogo seguiria para prolongamento. E, com pouco risco de parte a parte, seguiu para livres directos.

Na primeira série de três livres directos para cada lado, Kiko e Martim Nunes marcaram. Duarte Alves e Santiago Pereira pelo Benfica e Diogo Abreu e Vasco Almeida pelo Valongo viram Guilherme Pimenta e Pedro Santos negar-lhes o golo.

Depois, Kiko marcou e Nunes também. Kiko falhou e Nunes também e, novamente, Kiko falhou e Nunes também. Ao 13º livre directo, foi chamado o capitão valonguense, e Daniel Magalhães marcava, colocando a pressão em Martim Nunes. O campeão da europa de Sub-17 português já anulara duas vezes a vantagem do Valongo, mas desta feita ganharia o duelo Guilherme Pimenta.

O título é do Valongo.

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