Capítulo Sporting: última página, primeiro parágrafo

Encerrado o capítulo da Selecção, esta sexta-feira, frente ao Valongo que o catapultou para os leões, Ângelo Girão escreve o primeiro parágrafo da derradeira página do capítulo Sporting. Há seis títulos para conquistar de leão ao peito.

Capítulo Sporting: última página, primeiro parágrafo

A 22 de Setembro, Ângelo Girão deu por terminado o capítulo Selecção da obra que é a sua carreira no Hóquei em Patins. Esta sexta-feira, em Odivelas, para a Elite Cup, começa o primeira parágrafo da derradeira página de um outro capítulo de várias páginas douradas, o capítulo Sporting.

Da página anterior, veio o "teaser". Foi o próprio Girão que, no defeso, anunciou a temporada de 2024/25 como a sua última de leão ao peito. "Oficializou" não só a sua saída, ao fim de 11 temporadas, mas também a chegada de Xano Edo, segundo Girão digno sucessor no Sporting e na Selecção Nacional.

Num defeso de 2025 que será movimentado na moldagem da equipa à imagem de Edo Bosch, para além da chegada de Xano Edo, é dada como certa também a chegada da Oliveirense de, pelo menos, Facundo Navarro. E de Barcelos, chegará Danilo Rampulla e poderá chegar Miguel Vieira. Mas, nas linhas da modalidade, essa será tinta para correr lá mais para a frente.

A derradeira página de Girão a verde-e-branco começa às 21h desta sexta-feira, com os quartos-de-final da Elite Cup, prova que nunca venceu como oficial, mas venceu como oficiosa em 2016 (Coimbra) e 2018 (Portimão).

Curiosamente, a primeira partida oficial de carácter nacional na nova temporada, é frente a um Valongo com que se sagrou campeão nacional em 2014. Nesse ano, foi aposta de Nuno Lopes e do Sporting. Ou talvez, tenha sido o Sporting aposta de Girão. Os leões não tinham ido além do 9º lugar entre 16 equipas na sua segunda época após o regresso à categoria máxima.

Logo na primeira temporada de leão ao peito, Girão conquistou a Taça CERS na sua primeira temporada de leão ao peito. Decisivo, nas grandes penalidades. No arranque da temporada seguinte, conquistou a Supertaça António Livramento frente a um "super" Benfica. O Sporting, com Girão entre os postes, quebrava estigmas e as barreiras históricas de muitos anos afastado de conquistas, alguns desses anos com a modalidade e o clube de costas voltadas.

Sem títulos oficiais em 2016/17 e já com Paulo Freitas no comando técnico - num reencontro depois de coincidirem nos infantis do Porto e nos seniores da Académica de Espinho -, Girão sagrar-se-ia novamente campeão nacional em 2017/18, a primeira vez pelo Sporting. Em Novembro de 2018, era anunciada a renovação até 2025. Inusitadamente longa, justificadamente longa. Nessa época venceu a Liga Europeia, 42 anos depois do histórico título de 1977. E, em 2020/21, juntou a conquista desses dois títulos maiores, Campeonato e Liga Europeia. Seria - até agora - a única temporada com mais do que um troféu conquistado.

Antes, Girão conquistara a Taça Continental, inédita para o Sporting, em 2019. E voltaria a conquistá-la em 2021. Esses seriam os únicos troféus dessas temporadas, juntando-se mais uma época sem qualquer glória em 2022/23, num parco pecúlio em quantidade para o Sporting destes últimos 10 anos, mas de relevo num enquadramento histórico que continua distante das conquistas de Porto e Benfica nos últimos 40.

A pretérita temporada, a segunda às ordens de Alejandro Dominguez, teve apenas um troféu. Mas que troféu. O Sporting venceu a Champions League, somando o terceiro triunfo na mais importante prova europeia (e mundial) de clubes com Ângelo Girão na baliza e destacando os leões das demais equipas portuguesas na lista de vencedores, com quatro conquistas.

A outra conquista máxima europeia datava de 1977, da tal "Equipa Maravilha" de Rendeiro, Sobrinho, Chana e Livramento. E Ramalhete na baliza. No Olimpo da modalidade, com as devidas diferenças vincadas pelo tempo, Girão ombreia com António Ramalhete. No Sporting, sem dúvida, para uma onírica "equipa ideal", ninguém ousaria intrometer-se na luta entre os dois pelo lugar entre os postes.

Ramalhete defendeu a baliza do Sporting num total de oito temporadas, divididas em duas etapas. Para além da então Taça dos Campeões Europeus em 1977, Ramalhete conquistou quatro Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal, uma Supertaça, uma Taça das Taças e uma Taça CERS.

É um "ramalhete" de troféus que não será possível de igualar na temporada que resta a Girão no Sporting, numa ligação que - sempre com Zé Diogo como fiel e importante escudeiro - já redundou na conquista por três vezes da Champions League (e aqui destaca-se de Ramalhete), dois Campeonatos Nacionais, uma Supertaça, duas Taças Continentais e uma Taça CERS. Mas o guardião de 35 anos ainda tem muito para ganhar em apenas uma época. Começa com a Elite Cup já este fim-de-semana, a Taça Continental a 26 e 27 de Outubro, a Taça Intercontinental sabe-se lá quando, Taça de Portugal, Champions League e Campeonato Nacional.

AMGRoller Compozito

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