Campeonato de regresso

Regressa, este sábado, o apelidado 'Melhor Campeonato do Mundo', justificando-se o seu epíteto pela capacidade dos clubes de topo recrutarem as principais figuras. O Porto defende o título, com Benfica, Oliveirense e Sporting também candidatos.

Campeonato de regresso

Será, para a grande generalidade dos adeptos, o "Melhor Campeonato do Mundo". A designação fere susceptibilidades pela (diminuta) dimensão da modalidade e pelos (muitos) "casos e casinhos" que surgem semana-sim-semana-sim, mas o epíteto não afirma que o campeonato é bom. Apenas que não há melhor.

O campeonato português, que se disputa desde 1938, reclama o rótulo de "melhor" desde que o Sporting começou a investir a sério numa modalidade que, durante muitos anos, maltratou. Foi o Benfica que trouxe as primeiras grandes figuras de além-fronteiras, mas o investimento leonino sob a presidência de Bruno de Carvalho obrigou todos os emblemas a "darem" mais alguma coisa. Sorriram os jogadores, alguns com ordenados a fazer corar muitos jogadores de futebol.

A vinda de alguns dos melhores jogadores mundiais para Portugal até obrigou a uma regulamentação específica, que não visa jogadores estrangeiros, mas a sua possibilidade de jogar na selecção nacional. Braga, Juventude Pacense e Murches - curiosamente, as três que na última edição asseguraram a manutenção sem ir ao play-off - têm planteis 100% portugueses, mas no Murches há vários jogadores que contam como "não seleccionáveis". E, desses, só cinco podem ser inscritos no boletim de jogo.

Ficando perdido na poeira do tempo que, entre a abertura de um processo disciplinar a João Souto a 18 de Dezembro último e a alteração do regulamento das selecções nacionais no final de Janeiro, o Sporting realizou dois jogos para o campeonato e um para a Taça com seis "não seleccionáveis", será interessante observar que o vigente campeão do Mundo, a Espanha, conquistou o título com apenas um jogador - Nil Roca - a jogar no principal campeonato português.

Porto selou a conquista do seu 25º título de campeão nacional em plena Luz, casa do rival Benfica.
Porto selou a conquista do seu 25º título de campeão nacional em plena Luz, casa do rival Benfica.

No entanto, os estrangeiros - justamente ou não - são mesmo o dínamo do mediatismo que a modalidade ainda vai granjeando, bastando para tal observar os "cincos" no início das partidas entre candidatos. Mas, esta época, os candidatos são, objectivamente, quatro, e Porto e Benfica (este, após a saída de Manrubia) não estão no limite dos cinco "não seleccionáveis", contando apenas com quatro. A Oliveirense tem cinco e o Sporting tem seis, obrigando o treinador a deixar nas competições nacionais sempre um fora da convocatória.

O Porto conquistou o seu 25º título, todos nos últimos 41 anos. Procurará, pela primeira vez na história, "cavar" uma distância de dois títulos para o rival Benfica. Para tal, Ricardo Ares conta com o mesmo plantel. Sim, saiu Roc Pujadas, mas pouco jogou. E chega Tomás Santos que, salvo lesões, terá, com os 17 anos que só completa em Novembro, uma árdua tarefa para entrar nos 10 que vão a jogo.

No Benfica, saem Carlos Nicolia e Pablito Álvarez (e, já com a época em curso, Pol Manrubia), chegando João Rodrigues, Pau Bargalló e toda uma nova equipa técnica, liderada por Edu Castro. Na conquistada Elite Cup, as águias mostraram os seus argumentos para vencerem tudo e, no investimento feito, tudo é "apenas" o que se lhes exige.

Oliveirense e Sporting também mudam de equipa técnica. E muitas outras mudanças adivinham-se (algumas já certas) para o próximo defeso, o que pode condicionar a temporada.

Em Oliveira de Azeméis, Nuno Resende (ex-Benfica) herdou na íntegra um grupo de trabalho que, às ordens de Edo Bosch, andou nas discussões. E que por lá quererá continuar a andar, almejando a troféus como ficou claro na recente Elite Cup.

Aos leões, chegou Edo Bosch para o comando e Roc Pujadas para o lugar de Ferran Font. Será a última temporada de leão ao peito de, entre outros, Ângelo Girão, numa época ingrata de transição para Edo, com o plantel de "outro", precipitada pela saída de Alejandro Dominguez.

Benfica venceu a Elite Cup no arranque da nova época, mostrando um ritmo elevado. Muitos apontam as águias como as principais candidatas ao título.
Benfica venceu a Elite Cup no arranque da nova época, mostrando um ritmo elevado. Muitos apontam as águias como as principais candidatas ao título.

Seguindo a classificação da pretérita temporada, Tomar, Óquei de Barcelos e Valongo têm a "exigência" de voltar a marcar presença no play-off (são totalistas no regresso do "play-off" em 2021) e depois pede-se a manutenção a Riba d'Ave, Braga, Juventude Pacense, Murches e aos promovidos Sanjoanense, Candelária e Juventude de Viana, sendo difícil apontar "candidatos" aos três indesejados lugares de descida.

A edição 2024/25 arranca no Pico, este sábado, no regresso às ilhas da categoria máxima do Hóquei em Patins português sete anos depois. O Candelária recebe o Murches, indo a equipa do concelho de Cascais, agora com Pedro Nunes ao leme, a jogo após um interregno de 168 dias. Quase seis meses (alguém dirá que são "apenas cinco meses, duas semanas e um dia") sem jogos oficiais desde o último jogo da fase regular anterior até ao arranque da nova fase regular.

A maioria dos jogos disputa-se no domingo, dia 20, mas, em fim-de-semana de Supertaça, o jogo maior da ronda, o clássico entre Óquei de Barcelos e Porto, só se disputa na quarta-feira, dia 23, agendado para umas inusitadas 22h.

1ª jornada

• Candelária vs. Murches • 19.Out, 21h

• Sporting vs. Braga • 20.Out, 16h

• Valongo vs. Juv. Viana • 20.Out, 17h

• Juv. Pacense vs. Benfica • 20.Out, 17h30

• Oliveirense vs. Riba d'Ave HC • 20.Out, 18h

• Tomar vs. Sanjoanense • 20.Out, 18h

• Óquei de Barcelos vs. Porto • 23.Out, 22h

Horários das partidas na hora local.

AMGRoller Compozito

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