A que faltava
Ângelo Girão vai despedir-se do Sporting ao fim de 11 temporadas, sendo fundamental em inúmeras conquistas e vencendo quase todas as provas. Das mais importantes, faltava a Taça de Portugal. Já está.

O próprio anunciou que esta seria a sua última temporada no Sporting. E até quem seria o sucessor. E, completando 36 anos em Agosto, esta será também - a não ser que haja um inesperado volte-face - a sua última temporada de patins calçados e máscara posta.
No Sporting, está na sua 11ª temporada e já tinha ganho todos os principais troféus. Faltava a Taça de Portugal, que o Sporting não conquistava há 35 anos, quando Ângelo André ainda não tinha completado o primeiro ano de vida. Com o triunfo na passada quinta-feira, Girão despedir-se-á com o "bingo" nas grandes competições.
É uma das maiores figuras do Hóquei em Patins, santificado no Campeonato do Mundo de 2019. Emotivo, sedento de vitórias, muitas vezes de forma incontrolada, "explodindo" ainda mais vezes contra os colegas de equipa do que contra os adversários. Quer ganhar e quer que os seus companheiros queiram tanto ganhar como ele.
Chegou ao Sporting campeão nacional, depois do histórico título do Valongo em 2014. Na altura, era desportivamente um passo atrás. Mas, depois de ter cumprido parte da formação no seu Porto, não deixou escapar a oportunidade de regressar a um grande do desporto nacional. E seria preponderante a tornar de novo o Sporting grande no Hóquei em Patins.
Na primeira temporada, venceu a Taça CERS. E, no arranque da segunda, a Supertaça António Livramento. Ambas às ordens de Nuno Lopes.
Em 2016/17, com Guillem Pérez como treinador, venceu a Elite Cup, ainda na sua versão oficiosa, repetindo a conquista em 2018. Na versão oficial, é uma das poucas conquistas que fica a faltar de leão ao peito.
Na primeira temporada iniciada por Paulo Freitas, o Sporting já tinha uma equipa invejável, fruto do forte investimento de Bruno de Carvalho, para uma dinastia que somaria - e continua a somar - vários títulos. Nessa época de 2017/18, Girão foi campeão nacional pelo Sporting. Na época seguinte, em pleno João Rocha, conquistou a Champions League, então ainda Liga Europeia.
No arranque da pandémica temporada de 2019/20, ergueria a Taça Continental, e, em 2020/21, com uma normalidade parcial, faltando público para os aplausos, sagrar-se-ia novamente campeão nacional e campeão europeu. E voltaria a conquistar a Taça Continental em 2021.
Na pretérita temporada, o Sporting conquistou, pela terceira vez em seis edições, a mais importante prova europeia, garantido o principal lugar entre as equipas portuguesas na História da competição.
Uma Taça CERS, uma Supertaça António Livramento, dois Campeonatos Nacionais, três Champions League, duas Taças Continentais. Faltava a Taça de Portugal, agora conquistada.
Por ganhar, entre as provas em que participou, ficam a Taça Intercontinental, perdida para o Porto em 2021, a Taça 1947, perdida para o Benfica na única edição realizada, e a Elite Cup na sua "versão" oficial.
No fecho deste capítulo, é importante recordar o que recordámos na despedida da Selecção Nacional em Novara, marcada por um pranto generalizado. Ainda não acabou. Termina-se uma página, e a História segue na página seguinte. Esta época, Girão - que continua determinante - ainda pode o Campeonato Nacional pela terceira vez pelo Sporting, e a quarta na sua carreira.
Domingo, 4 de Maio de 2025, 11h10