O último espectáculo do Mago: Adroher termina carreira
Jordi Adroher, um dos mais refinados jogadores de todos os tempos, um autêntico tratado dos fundamentos, anunciou que pendurará os patins no final da temporada. Será como sempre quis, em casa, no SHUM de Maçanet, e a desfrutar até ao fim.

Há jogadores que marcam uma geração. E há gerações que marcam uma modalidade. No Hóquei em Patins, houve uma geração espanhola que venceu todos os Europeus e Mundiais de 2004 a 2013. Jordi Adroher, vencedor de dois Europeus e dois Mundiais por "La Roja" nesse período (e mais um Mundial e outro Europeu mais tarde), anunciou esta segunda-feira, num comunicado nas redes sociais do SHUM, que transcrevemos abaixo, o final de carreira.
Tem sido um 2025 de despedidas de autênticas lendas. Marc Torra, Jordi Bargalló e, agora, Adroher. O Mago.
Foi o fotógrafo asturiano Luis Velasco que um dia apelidou Jordi Adroher de "Mago". E ninguém teve a ousadia de o desmentir. Sobre patins, Adroher sempre foi sinónimo de classe, de técnica, de fundamentos bem aplicados ao jogo. Um autêntico tratado de como jogar bem Hóquei em Patins. Como pessoa, conquistou todos nos clubes por onde passou. "Cinco estrelas". Dos melhores entre os melhores.
Começou no Ribes, de Ribes de Freser onde nasceu. Mas foi no SHUM, de Maçanet, onde se formou, que ganhou amor à camisola. Estreou-se, cedo, nos seniores, e sempre disse que regressaria, para ali terminar a carreira. E cumpriu.
Em 2003, partiu para Lloret, reforçando o Vic em 2005. Com Pujalte, brilhou, venceu uma Taça do Rei, e foi melhor marcador da OK Liga, sendo chamado pelo Barcelona.
Num Barcelona de régua e esquadro, a magia de Adroher tinha pouco espaço, mas venceu ali a sua primeira Liga Europeia. Saiu depois de apenas duas temporadas, para se reencontrar no Reus. Marcou golos, muitos golos, e partiu para a aventura italiana, para o Breganze de Guillem Cabestany.
Só esteve em Itália um ano, tentado pelo projecto do Benfica que o juntaria em 2015 ao amigo Marc Torra. Irrecusável. E, pelas águias, foram juntos campeões nacionais e europeus.
Estaria cinco temporadas no Benfica. Acabou por ser o emblema que representou em mais temporadas consecutivas. Saiu em 2020, numa "ingratidão" que não merecia, dispensado já tarde na temporada, numa decisão incompreensível.
Agradeceu o Liceo. Em 2022, com Adroher estelar, "los verdes" eram campeões espanhóis, depois de oito títulos do Barcelona.
Voltaria ao melhor campeonato do Mundo, para a Oliveirense, mas foi apanhado numa revolução e só ficaria uma temporada. Regressou a casa, ao SHUM. Mesmo na secundária OK Liga Plata, uma pista é uma pista, um stick é um stick. E Adroher é um mago.
Na segunda temporada com Adroher, a duas jornadas do fim, o SHUM lidera a OK Liga Plata Norte com 52 pontos, mais um do que o Cerdanyola. Jordi Adroher, a caminho de completar 41 anos em Novembro, soma 27 golos e é o melhor marcador da equipa e o terceiro melhor da prova.
Entre os grandes, um dos maiores.
Segunda-feira, 5 de Maio de 2025, 21h58