Miguel dos golos
Miguel Rocha terminou a fase regular do Campeonato Placard como melhor marcador, numa época extraordinária, a sexta ao serviço do Óquei de Barcelos. E chega à Final Four da Champions League também como o mais certeiro da prova.

Miguel Rocha sempre teve uma relação próxima com o golo. Mas, depois de em 2020/21, na primeira temporada pós-pandemia e a segunda ao serviço do Óquei de Barcelos, ter apontado 41 na fase regular do campeonato, a relação "esfriou".
Não que 26 golos em 2021/22 ou 22 em 2023/24 - com "apenas" 16 num Hóquei em Patins diferente pelo meio - sejam de menosprezar, mas tornavam difícil de imaginar o assolapado romance desta temporada.
Em cinco competições, Rocha soma 69 golos. Na prática, em quatro competições, dado que na Elite Cup, ficou em branco no único jogo disputado. Depois somou um golo para a conquista da Supertaça António Livramento e três para apurar o Óquei de Barcelos para a fase de grupos da Champions League.
Em Portugal, marcou seis vezes para a Taça de Portugal e um extraordinário registo de 43 para o Campeonato Placard. Os 43 tentos para o campeonato estão longe de ser um recorde (que o diga Gonçalo Alves), mas, esta temporada, ninguém marcou mais do que Miguel, tendo o sanjoanense Hugo Santos sido o que ficou mais próximo, com 39.
Antes do desafio do playoff, há o repto da Champions League. Na fase de grupos, que o Óquei de Barcelos terminou sem derrotas num competitivo Grupo A, Miguel Rocha apontou 14 golos, a que somou mais dois nos quartos-de-final, e muitas das esperanças barcelenses em repetir o triunfo de 1991 estão fundadas no rapaz da Parede que herdou a altura e o talento para o Hóquei em Patins do pai, António Rocha.
Foi na Parede que Miguel começou. De "osguinha", fez-se leão, representando o Sporting em várias temporadas ao lado de Gonçalo Alves, com quem coincidiria na selecção portuguesa, para, juntos, conquistarem um Europeu de Sub-17, um Europeu de Sub-20 e a Taça Latina de 2014, e na Oliveirense, actuando na I Divisão ainda com idade júnior. Antes, representara Paço de Arcos e Benfica, regressando às águias em 2013, para a equipa principal, recheada de estrelas.
Pelo Benfica, soube o que era ganhar a mais importante prova europeia, então Liga Europeia, em 2016. E é mesmo o único desta equipa de Rui Neto que sabe o que é ser campeão europeu. Agora com 32 anos, Miguel está no Óquei de Barcelos desde 2019. Em Dezembro último, já embalado nesta época tão prolífica em golos - com muitos a reclamarem uma chamada à selecção absoluta -, acertou a renovação até 2028 para afastar outros que o queriam já no mercado de Inverno.
O Óquei de Barcelos defronta este sábado, a partir das 15h30, o Noia, em busca de uma final que os galos falham desde 2002. Os bilhetes estão à venda com indicação de "últimos bilhetes" para a bancada de adeptos do Óquei de Barcelos, que estará seguramente repleta.
Quarta-feira, 7 de Maio de 2025, 13h43