A afirmação do 'outro' Di Benedetto
Roberto Di Benedetto completou, esta quinta-feira, 28 anos. Bruno, irmão gémeo, também. O oliveirense, o menos mediático de um trio que dá cartas, brilhou na Final Four da Taça num ano em que se afirma definitivamente.

Há uns anos, seria difícil de aceitar que alguém dissesse que um francês viria a ser uma das maiores figuras do Hóquei em Patins. Quanto mais três...
Contrariando estigmas nacionalistas ou de que jogadores altos não são para isto (e, no "novo" Hóquei, são cada vez mais), hoje já ninguém questiona o valor de Carlo Di Benedetto, avançado de recursos ímpares e capitão de uma selecção gaulesa que impõe respeito em todas as competições, ou de Roberto Di Benedetto, aríete do Benfica que só foi travado por uma lesão. E, cada vez mais, nem de Bruno.
Irmão gémeo de Roberto, tendo completado 28 anos esta quinta-feira, e com menos um ano que Carlo, Bruno Di Benedetto tem sido mais compassado na sua evolução, mas já está no patamar dos melhores.
Saiu de França e do La Vendéenne em 2017, com Roberto, rumo ao Lleida. Duas temporadas depois, quando Carlo deixou o Liceo para rumar ao Porto, Bruno e Roberto ocuparam o seu lugar na Corunha. Na temporada interrompida pela pandemia, Roberto agarrou o lugar e, três temporadas volvidas, reforçava o Benfica.
Bruno regressou ao Lleida para mais duas temporadas. Consolidou o seu jogo e regressou ao Liceo depois da partida de Roberto. Mostrou o que mostra quando representa a França, transcendendo-se sempre por "les bleus" como no grande Europeu que protagonizou em 2021, e foi aposta da Oliveirense.
Mais uma vez, a adaptação não foi imediata. Bruno foi conquistando a confiança de Edo Bosch e ganhando minutos com o avanço da temporada. No playoff, já era indiscutível, na antecâmara da presente temporada, em que tem assumido um papel preponderante no esquema - condicionado por lesões e ausências - de Nuno Resende.
Na Final Four de Famalicão, brilhou, individualmente, mais que os demais. Foram-lhe atribuídos dois golos nas meias-finais com o Juventude Pacense. Celebrou um outro como se fosse seu, soprando um beijo para a sua Maria. E, se esse beijo foi traído pelo golpe de vista da equipa de arbitragem, outros seriam soprados. Na final, marcou os três golos da Oliveirense frente ao Sporting, um deles a correr mundo depois de lhe ter dado a volta. Mas seria um hat-trick inglório.
Terminou a Taça de Portugal com 14 golos, como melhor marcador na prova, depois de, na pretérita temporada, ter marcado apenas dois. E a Oliveirense até chegou às "meias". Na fase regular do Campeonato Placard, soma 15 golos, depois de ter apontado 14 na edição anterior. De resto, o seu registo nas fases regulares é... regular. 15 em 2024/25, 14 em 2023/24, 15 em 2022/23, pelo Liceo, e, pelo Lleida, 17 em 2021/22 e 15 em 2020/21 segundo contas das respectivas federações.
Também na Champions League mostrou a sua crescente influência, apontando 10 golos contra cinco na pretérita temporada. Com mais jogos, é verdade, mas esta época foi o artilheiro da Oliveirense na competição, quando, na última, ficou aquém de quatro companheiros no registo de golos.
Apesar de não ter sido activada a opção de renovação pela Oliveirense, Bruno deverá, com ajuste nas condições contratuais, continuar como jogador da equipa de Oliveira de Azeméis na próxima temporada, às ordens de Nuno Resende.
Sexta-feira, 9 de Maio de 2025, 9h15